sábado, 20 de outubro de 2012

Pinóquio não mente! Teatro infantil





 PINÓQUIO NÃO MENTE!

Espetáculo infantil de Karen Schiller



Release
        
         “Pinóquio não mente” é uma releitura do clássico “Pinocchio” .
Nessa adaptação, o foco da história está na relação pai e filho. Por mérito de Gepeto, o menino de madeira torna-se uma criança educada, bondosa e verdadeira, motivo pelo qual a fada o transforma em um menino de verdade.
A peça é dividida em quatro breves atos: A casa de Gepeto, a escola de Pinóquio, o circo e novamente a casa da família.

Duração

      O tempo estimado é de quarenta minutos. A peça conta com várias partes musicais.

Cenário

         Casa de Gepeto: - Tela de fundo pintada- Mesa de madeira – sofá – tapete – estante com brinquedos de madeira. Metade do palco.
        Escola:  - Tela de fundo pintada. Quadro negro, mesas e cadeiras escolares. Outra metade do palco.
        Circo: - Cortina vermelha. Placa “Circo da Malvina”
Personagens

Pinóquio (menino de madeira)
Gepeto (Pai de Pinóquio)
Fada
Pietra (colega de Pinóquio)
Carola (colega de Pinóquio)
Kika (colega de Pinóquio)
Débi (Vigarista gordo - capacho de Malvina)
Lóidy (Vigarista magro - capacho de Malvina)
Malvina (dona do circo)
Produtora e artista que manuseia a marionete – dubladora)
Produtor e artista que manuseia Pinóquio – dublador)
Mágico
Malabarista
Boneca marionete
Palhaçinha
Palhaçinha
Cantora






Abertura
Casa de Gepeto. O pai está adormecido no sofá e o boneco de madeira inacabado está atirado em cima da mesa. Gepeto acorda com as badaladas do relógio e rapidamente retorna a fazer o boneco. Escuta-se um barulho de trovão.
Gepeto: Nossa! Acho que vem um temporal por aí, meu amiguinho.
É... você tornou-se um companheiro de um velho pobre e infeliz. Pobre porque ninguém mais compra meus brinquedos e infeliz porque sempre fui sozinho, não somente sozinho de estar só, mas sozinho de coração. É tão bonito quando você escuta o coraçãozinho de seu filho batendo. Filho de sangue ou de criação. Filho! Naquele momento você percebe que, quando você se for, um outro coraçãozinho continuará batendo... e batendo com seus ensinamentos, depois de muito cuidado e carinho. Ah, meu amiguinho, como eu queria que você criasse vida... prolongando a minha. Bem, mas agora deixa eu recolher as roupas do varal porque está por cair a maior chuva.
Gepeto sai e o boneco continua atirado em cima da mesa. Neste momento entra um som de magia para a entrada da fada. Ela  realiza um encanto com sua varinha e desaparece. Fica uma fumaça no ar. Gepeto entra.
Gepeto: Mas o que está acontecendo aqui? De onde veio esta fumaça?
Em meio a fumaça Gepeto encontra o boneco sentado em cima da mesa a observá-lo. Por um instante os dois permanecem mudos e atônitos. Até que Pinóquio pisca o olho para Gepeto.
Gepeto: Mas... como pode? Como pode um boneco de madeira criar vida? Meu desejo... meu desejo se realizou! Você pode falar? Pode me ouvir? Pode andar? Você está me vendo?...
Pinóquio: Ei... pera aí vovô. Cuidado com o marca passo!
Pinóquio começa a andar pela casa e a mexer em tudo.
Pinóquio: Aí! Maneira tua casa vovô! Tá meio ultrapassada, mas dá pro gasto! Aí... vai rolá um rango? To cheio de fome! Ei! Qual é o seu nome?
Gepeto: Meu nome? Meu nome é Gepeto!
Pinóquio: Ge-pe-to! Ih... sinistro, aí! E o meu? Qual vai sê?
Gepeto: Eh... eu não sei... temos que pensar num nome... bem, hoje estou me sentindo um homem afortunado, então vou dar a você o nome do homem mais sortudo que conheço: “Pinóquio”.
Pinóquio: Pô espeto, binóculo? Tá bom, Pinóquio! Fala aí qual vai ser então?
Gepeto: Bem, acredito que daqui pra frente serás meu filho!
Pinóquio: Filho! Quer dizer que você será...
Gepeto: Seu pai! Ora, Pinóquio, quanta alegria você está me dando...  Vejam só... meu filho!
Pinóquio: É... apesar de eu parecer mais um boneco de pau do que o filho de alguém...
Gepeto: Por fora meu filho! Tenho certeza de que aí dentro bate um coraçãozinho de um bom menino. Apesar da primeira impressão...
Pinóquio: Tudo bem!  De onde venho todos são feitos de madeira. E lá eu era o mais bonito, mais inteligente, mais esperto, mais divertido, mais...
Gepeto: Pinóquio, isto é verdade?
Pinóquio: Claro!
Gepeto: Pinóquio!?
Pinóquio: Tudo bem... é mentira! Gepeto?
Gepeto: Sim, Pinóquio?
Pinóquio: Será que um dia eu serei igual a você?
Gepeto: Depois do que aconteceu aqui meu filho, tudo pode acontecer!
Pinóquio: É... manero! Eu nunca tive um...
Gepeto: Pinóquio! Dê um abraço nesse seu pai com “marca passo”.
Gepeto sorrindo abre os braços para Pinóquio. Esse reluta um pouco, mas acaba abraçando seu mais “novo” pai. Entra o off:
“É... NÃO SERIA UM CONTO DE FADAS SE O DESEJO DE GEPETO NÃO FOSSE REALIZADO, MAS MESMO NUMA HISTÓRIA ENCANTADA UM PAI TEM MUITO A FAZER...”
Som para os ensinamentos de Gepeto. Passa-se o tempo... até que Pinóquio está pronto para ir à escola.
Gepeto: Perfeito! Enfim chegou o grande dia meu filho! Hoje você irá à escola.  (Gepeto entrega uma maça a Pinóquio. Esse começa a mastigá-la.) Não Pinóquio! Esta maça é para você comer na hora do recreio. É o seu lanche!
Pinóquio: Tá bom “pai”!  (Gepeto sente-se orgulhoso e abraça o filho).
 Pinóquio vai à escola. Gepeto com um semblante de missão cumprida sai de cena. Troca de cenário. Entra o off:
“ENQUANTO ISSO NA ESCOLA...”
Pietra: Aí galera! Olha o bonequinho ali!
Carola: Eu não tô vendo nada!
Kika: Aí... isso é um verdadeiro pleonasmo ambulante, uma cega que não tá vendo nada! (começa a rir)
Pietra: Ô Kika! Sabe o que a Carola vai ver e escutar neste exato momento? Onomatopéias!  (Pietra dá um tapa na cabeça de Kika)
Carola: Deixa Pietra! Eu já estou acostumada com as piadinhas da Kika.
Pietra: Mas não está certo Carola. Ele não tem o direito de zombar de você só porque você não é como eu: bonita, inteligente, esperta, esbelta, divertida...
Carola: Tá bom Pietra! Obrigada por me defender. Ainda bem que eu tenho um amigo super-herói que me faz esquecer tudo isso.
Pietra: Carola! Lá vem você de novo com essa história?
Carola: Não é história. É verdade! É que ele é invisível e só eu posso vê-lo.
Kika: Ei! O boneco tá rindo da gente! Ta tirando onda da nossa cara, aí!
Pinóquio: Desculpem, mas é que vocês me fizeram lembrar de um menino... Muito prazer! Meu nome é Pinóquio! (nenhuma das três meninas cumprimenta Pinóquio.)   Meu pai me ensinou que devemos sempre cumprimentar os outros.
Pietra: Fala aí Pinóquio! (estende a mão a Pinóquio)
Carola: (sem enxergar direito onde está Pinóquio, estende a mão para cumprimentá-lo)  Prazer Pinóquio! Eu me chamo Carola!
Pinóquio:  Você é muito gentil Carola! Muito prazer!
Kika: Oi!  (cumprimenta)
Pinóquio: Legal!
Kika: Me diz uma coisa bonequinho... de onde você vem, heim!? Pera aí, não responde não. Já sei... era uma noite de forte tempestade... um maluco entrou numa loja de brinquedos, começou a dizer um monte de coisas esquisitas numa língua macabra e tan tan tan tan... dá vida a “Chuck” , o boneco assassino! Ha... ha... ha...
Pinóquio baixa a cabeça. Pietra dá um tapa em Kika.
Pietra: Ei moleque! O que mais seu pai lhe ensinou?
Pinóquio: Bem, meu pai Gepeto me ensinou muitas coisas. Ele me ensinou a ler, escrever, ser bom, educado, não brigar, não mentir...
Pietra: Ta bom! Chega! Nossa! Uff...
Carola (para Kika):  Kika, pergunta pra ele como pode um boneco criar vida?
Kika: Pergunta você. Noiva do Chuck! Ha...ha...ha...
Pietra bate novamente em Kika.
Pietra: Pinóquio! Saca só... o que a galera não tá entendendo é como um boneco de madeira pode falar, andar...
Pinóquio: Meu pai disse que eu teria que contar minha história a vocês. Bom, tudo começou quando...
Som para história de Pinóquio. Suas colegas o escutam atentamente.
Pinóquio:  E foi assim que tudo aconteceu...
Todas: Nossa!
Toca o sinal para início da aula.
Pietra:  Ih!  A aula vai começar.
Carola: Vem Pinóquio! Você vai sentar do meu lado! (estende a mão a Pinóquio sem enxergá-lo. Pinóquio dá a mão à Carola).
Kika: Eu continuo achando a minha versão mais interessante... (começa a falar que nem o homem do Chuck)  Naum is quem doiem tchu failon purim quem doim...
Pietra acerta novamente a cabeça de Kika.
A cortina fecha. Entra um off:
“É... PINÓQUIO ACABOU SE SAINDO BEM COM SUAS COLEGAS DE SALA. SEU PAI HAVIA LHE PREPARADO PARA ESTE DIA. CHEGOU ENTÃO A HORA DE IR PARA CASA”
Pinóquio aparece atravessando o palco a frente da cortina. De repente...
Música para os dois vigaristas. Os dois colocam as cabeças para fora da cortina. Pinóquio sente a presença de alguém. Os vigaristas aparecem.
Lóidy:  Boa tarde rapaizinho!? Aonde vais com tanta pressa? Está um dia tão bonito, não está Débi?
Débi: Sim, Lóidy!
Lóidy:  Eu não pude deixar de perceber, jovem rapaizinho, que você é feito de madeira. Agora eu pergunto: Como pode existir um menino de madeira?
Débi: É! Como pode?
Pinóquio: É uma longa história... eu posso contar a vocês numa outra hora e...
Lóidy: Ora rapaizinho, você não deixaria seus amigos na curiosidade, não é mesmo!?
Pinóquio: Bem... é que meu pai está me esperando e...
Lóidy: Seu pai não gostaria de saber que seu filho não foi educado com as pessoas na rua.
Pinóquio: Eu não sou mal-educado.
Lóidy: Então prove que você tem educação e nos acompanhe até nossa casa para que possas contar a sua história.
Débi:  É. Vamos que eu já estou morrendo de fome.
Pinóquio: Pois eu vou e mostrarei para vocês que sou um menino bom e educado.
Lóidy: Isso rapaizinho! Acho que vamos nos dar muito bem, você não concorda Débi?  (pisca o olho para Débi)
Débi: Sim, Lóidy!
Os vigaristas levam Pinóquio para o Circo da Malvina. Neste momento os três saem de cena. Entra um off:
“COITADINHO DO PINÓQUIO! ELE NÃO IMAGINA PARA ONDE O ESTÃO LEVANDO...”
Voz de Malvina da coxia.
Malvina: (da coxia): Vamos seus imprestáveis! Arrumem isto! Depressa! Andem logo! Onde estão aqueles inúteis? Ah, se eu pego eles! E a música, cadê a música?
Música para entrada da Malvina.
 Fecha-se a cortina vermelha mais baixa que a preta. Em cima caí uma placa escrita: “CIRCO DA MALVINA”. Entra Malvina.
Malvina: Ahhhh! Agora sim estamos prontos para a estréia do circo da Malvina!  As crianças estão ensaiadas?  
Entra os dois artistas das marionetes e também produtores do espetáculo.
Produtor: Ensaiamos as crianças a semana toda, 24 horas por dia, Dona Malvina.
Produtora: O problema é que elas estão fracas, com fome, acho que ficaram doentes com tanto ensaio e...
Malvina: Ora! Eu não tenho tempo para preocupar-me com detalhes tão pequenos como este. Dêem um jeito nisso!  O que vocês estão esperando? Andem!  Era só o que me faltava, ter que gastar dinheiro alimentando estas pestinhas. Eu as raptei para que me dessem lucro e não prejuízo. Mas tudo bem... hoje este circo estará lotado e meu bolso recheado de diheiro...
Entram em cena Débi e Lóidy com Pinóquio.
Malvina:  Ora, se não são os inúteis Débi e Lóidy! Mas o que é isto?
Lóidy:  Este é o nosso amigo Pinóquio. Ele era um simples boneco de madeira, então uma fada veio e .... aqui está a grande surpresa da sua estréia Dona Malvina: Uma marionete viva!!!  Não é Débi?
Débi:  Sim, Lóidy!
Malvina: Uma marionete viva!! E esta coisa fala!?  (andando ao redor de Pinóquio)
Débi: E como!
Pinóquio: Levem-me agora para minha casa! Meu pai deve estar preocupado comigo.
Malvina:  Não é que o bonequinho fala mesmo! Menino o que mais você faz?  Dança, canta, recita poemas, dá piruetas...?
Pinóquio:  Eu posso fazer tudo isso se me ensinarem, mas agora eu tenho que ir para casa!
Malvina: Mas você irá para casa menino. Assim que você se apresentar no grande circo da Malvina! Andem! Levem-no para ser ensaiado! Não temos tempo a perder!
Lóidy: É pra já Dona Malvina! Ele dará um show na estréia de hoje! Não é mesmo, Débi?
Débi: Sim, Lóidy!  
Pinóquio: Espera! Meu pai está sem dinheiro. Se a senhora prometer que vai me dar umas moedas em troca da minha apresentação, eu fico!
Malvina: Ora! Mas o bonequinho de madeira aprende rápido! Isto é um ótimo sinal! Se você fizer um bom trabalho a tia Malvina aqui lhe dará dez moedinhas, está bem?
Pinóquio: Está bem! Meu pai ficará contente quando eu chegar em casa com estas moedas.
Lóidy: Então vamos rapaizinho! Dona Malvina, será que eu e o Débi podemos nos apresentar também? A senhora sabe que temos alma de artista e nosso sonho é estar no palco, embaixo dos refletores com uma platéia enorme nos aplaudindo e...
Malvina: Ha! Ha! Ha! Vocês me fazem rir... imagina, o máximo que vocês dois conseguiriam é arrancar tomates da platéia.
Débi: Ei Lóidy! Não seria uma má idéia, héin? Hum... um tomatinho fresquinho...
Lóidy: Cala boca Débi! Até já Dona Malvina!
Malvina:  Ha! Ha! Ha! Hoje nem vocês dois acabaram com a minha felicidade!
Agora preciso divulgar a grande atração da noite... Pinóquio, a marionete viva!
Saem todos. Entra o OFF: “ É... PARECE QUE MALVINA CONSEGUIU ENGANAR TAMBÉM A PINÓQUIO. HOJE ELA TEM MAIS DE DEZ CRIANÇAS TRABALHANDO COMO ESCRAVAS PARA ELA EM TROCA DE MÍSERAS MOEDINHAS. E CHEGA ENTÃO O DIA DA APRESENTAÇÃO.”
Música de abertura do circo. Entram todas as crianças dançando e Malvina comandando o espetáculo.
Malvina: Boa tarde senhoras e senhores! Bem-vindos ao grande Circo da Malvina! Hoje teremos mágico, malabarista, palhaçinhas  e a grande atração da noite: Pinóquio “a marionete viva”!  Vamos então dar início ao nosso grande espetáculo. Com vocês.... o grande Mágico!     (bate palmas e saí)
Música para o mágico.
Entra o mágico, cumprimenta a platéia e faz suas mágicas. No final de sua apresentação, entra Malvina e pede palmas para ele. O mágico sai.
Malvina:  Agora com vocês... nosso fantástico malabarista!
Música para o malabarista.
Entra o malabarista, cumprimenta a platéia e faz seus malabarismos. No final de sua apresentação, entra Malvina e pede palmas para ele. O malabarista sai.
Malvina: Muito bem! Vamos continuar com nosso espetáculo. Que entre agora a alma de nosso circo: As palhaçinhas Bili e Bele!
Música para as palhaçinhas.
Entram as palhaçinhas, cumprimentam a platéia e fazem seu show. No final da apresentação, entra Malvina e pede palmas para elas. Ambas saem.
Malvina: Vamos cantar e dançar agora com a nossa fantástica cantora.
Música para a cantora.
Entra a cantora, cumprimenta a platéia e faz seu show. No final da apresentação, entra Malvina e pede palmas para ela. Ela sai.
Malvina: E chega o grande momento do nosso espetáculo: O Teatro de Marionetes com Pinóquio!  Palmas para ele!
Os dois artistas que começam a manusear a boneca marionete e Pinóquio. Posicionam-se acima da cortina vermelha entrando com as marionetes. Começa o teatrinho dublado pelos produtores do circo.
Música para entrada das marionetes.
Os dois entrando e cantando com a música: Eu sou rebelde...
Priscila: É isso Pinóquio! Eu sou rebelde!
Pinóquio: Eu também Priscila!
Priscila: Comigo não tem essas coisas de estudar, ajudar a mãe em casa, ser boazinha... eu quero é curtir a vida! Outro dia, eu menti que ia para escola e passei a tarde no clube.
Pinóquio: Eu também Priscila! Menti que ia para a escola e fui jogar futebol... Eu sou rebelde! Priscilaaa... eu sou tão rebelde que vou cortar essas cordinhas aqui...
Priscila: Não faça isso Pinóquio! Estas cordas lhe dão vida! Como poderemos ser rebeldes se não existimos?
Pinóquio: Pois eu existo sem essas cordas, queres ver?
Priscila: Nãoooooo... 
Pinóquio corta as cordas com uma tesoura. Neste instante ele enxerga seu pai na platéia e fica atônito. Todos do circo surgem, inclusive Malvina, desesperada, começam a pedir para Pinóquio falar. Pinóquio não diz nada. Débi e Lóidy pedem à Malvina para improvisar. Ela manda eles calarem a boca.
Priscila: Pinóquio? Fala alguma coisa! Faz um movimento qualquer! Pinóquio? Lembra que agora  você mente de como você criou vida e...
Da platéia surge Gepeto com o panfleto do circo da Malvina na mão.
Gepeto (da platéia):  Pinóquio não mente!  (começa a dirigir-se ao palco onde estão todos).
Malvina: Gepeto? Mas então você é o pai de Pinóquio?
Gepeto: Por essa você não esperava, não é mesmo sua bruxa malvada! Agora eu sei por que não há mais crianças para comprar meus brinquedos... estão todas presas aqui... trabalhando feito escravas... pois saiba que você nunca mais tocará em nenhuma criança, sua maluca. Pinóquio? Você está bem?
Pinóquio: Estou. Desculpa papai, é que ela prometeu me dar algumas moedas e...
Gepeto: Segure meu casaco, meu filho!
Pinóquio pega o casaco do pai. Todos afastam-se um pouco.
Malvina: O que você está pensando, seu velho fracote!?
Gepeto: Eu não estou pensando Malvina, quando mechem com meu filho eu perco a cabeça...    
Malvina: Ora seu fracote...    (começa a luta)
Eeito para luta.
No final da luta todos ficam felizes. Malvina está caída no chão.
Malabarista: Estamos livres! Estamos livres!
Pinóquio: Papai... eu te amo!
Gepeto: Eu também amo muito você meu filho!
Todos: Viva Pinóquio e seu pai!!!
Mágico: Vamos tirar esta bruxa daqui!
Palhaçinhas: Deixa com a gente!
Todos saem. Ficam Gepeto, Pinóquio e os dois vigaristas. Gepeto e Pinóquio olham para os dois.
Lóidy: Bem... nós também vamos indo...  boa luta vovô! Tá em forma, héim!?
Débi:  É... você deve se alimentar bem... será que não tem um lugarzinho pra mim na sua mesa....?  (Gepeto faz cara feia para ele)  Tudo bem... quem sabe outra hora, né?... Fui!!
Pinóquio: Papai?
Gepeto: Sim, Pinóquio?
Pinóquio: Você é o melhor pai do mundo!
Gepeto: Ora, Pinóquio... um pai é capaz de tudo por um filho. Agora vamos para casa que tem uma surpresa para você.
Pinóquio: O que é, papai? Fala!
Gepeto: Pinóquio, se eu lhe contar não será surpresa, não é mesmo?! Vamos!
Pinóquio e o pai saem de cena. Débi e Lóidy espiam por detrás da cortina e entram em cena com pose de artistas:
Lóidy: Senhoras e senhores, está começando o show...
Débi: Débi
Lóidy: E Lóidy!
Débi e Lóidy se apresentam ao público com música, palhaçadas, textos dramáticos... finalmente tornam-se artistas. Ao final da apresentação agradecem ao público e saem.
Abre a cortina da casa de Gepeto.  Entram na sala Pinóquio, Pietra, Carola e Kika.
Pinóquio: Eu adorei a surpresa pessoal!
Carola: Você merece Pinóquio!
Pietra: É... depois de tudo que você passou... aí... nós tivemos muita sorte de não termos sido raptadas por esta bruxa.
Pinóquio: É que a bruxa só pegava as crianças pobres, era mais fácil de convencê-las a trabalhar para ela por algumas moedas. E era para estas crianças, que não tinham condições de comprar brinquedos caros que meu pai fazia e vendia os brinquedos de madeira. Ele cobrava muito pouco, mas dava para colocar comida na mesa.
Carola: Que bruxa malvada esta Malvina!
Kika: Aí... eu sabia que a história de Pinóquio seria tão emocionante quanto a do Chuck. Imagina só a bruxa fazendo o feitiço: “Naum is quim dorum intaurus...”           (Pietra dá um tapa na cabeça de Kika)
Pinóquio parece triste, de cabeça baixa. As colegas percebem.
Carola: O que você tem, Pinóquio?
Pietra: Você deveria estar feliz, afinal tudo acabou bem, não é?
Pinóquio: É que... eu gostaria de ser igual a vocês. Eu não passo de uma marionete viva!
Efeito da entrada da Fada. Todos ficam impressionados.
As três colegas: Nossa!!!
Pinóquio: Uma Fada!!!
Fada: Olá Pinóquio!? Lembra quando você contou a suas colegas que por um toque de mágica você transformou-se num menino?  (Pinóquio balança a cabeça que sim)   Pois foi o toque desta varinha que realizou o encanto. E por você ter sido um menino bom e verdadeiro, esta mesma varinha o  transformará em um menino de verdade!   
 Efeito da transformação. (A Fada toca com a varinha em Pinóquio, entra uma fumaça, enquanto ele transforma-se em menino).
Fada: Boa sorte Pinóquio! E continue sendo um bom menino!  (desaparece na fumaça).
As crianças espantadas. Pinóquio aparece como menino de verdade. Entra Gepeto:
Gepeto(entra preocupado com a fumaça)  Pinóquio!? Onde está você?
Pinóquio: Papai! Eu sou um menino de verdade!
Gepeto:  Pinóquio! Você sempre foi muito real para mim. A realização do meu sonho!    (abraçam-se)
OFF: “ E ASSIM ACABA NOSSA HISTÓRIA... PINÓQUIO TORNOU-SE UM MENINO DE VERDADE E GEPETO UM VERDADEIRO PAI!”
As três meninas chorando de emoção. Enquanto a cortina se fecha:
Carola: Que lindo!
Pietra:  Uma história e tanto!
Kika:  Eu não chorei assistindo Chuck!!
Pietra dá um tapa em Kika. Cortina fechando.
Aparece em cena, espiando pela cortina, Débi e Lóidy disfarçados com perucas e óculos. Entra o som. Eles cantam como se estivessem apresentando um show. Logo atrás entram todos os outros personagens.

FIM