PINÓQUIO NÃO MENTE!
Espetáculo infantil de Karen Schiller
Release
“Pinóquio
não mente” é uma releitura do clássico “Pinocchio” .
Nessa
adaptação, o foco da história está na relação pai e filho. Por mérito de
Gepeto, o menino de madeira torna-se uma criança educada, bondosa e verdadeira,
motivo pelo qual a fada o transforma em um menino de verdade.
A peça é
dividida em quatro breves atos: A casa de Gepeto, a escola de Pinóquio, o circo
e novamente a casa da família.
Duração
O tempo estimado é de quarenta
minutos. A peça conta com várias partes musicais.
Cenário
Casa de Gepeto: - Tela de
fundo pintada- Mesa de madeira – sofá – tapete – estante com brinquedos de
madeira. Metade do palco.
Escola: - Tela de fundo pintada. Quadro negro, mesas e
cadeiras escolares. Outra metade do palco.
Circo: - Cortina vermelha. Placa
“Circo da Malvina”
Personagens
Pinóquio
(menino de madeira)
Gepeto
(Pai de Pinóquio)
Fada
Pietra
(colega de Pinóquio)
Carola
(colega de Pinóquio)
Kika
(colega de Pinóquio)
Débi
(Vigarista gordo - capacho de Malvina)
Lóidy (Vigarista magro - capacho
de Malvina)
Malvina (dona do circo)
Produtora e artista que manuseia a
marionete – dubladora)
Produtor e artista que manuseia Pinóquio
– dublador)
Mágico
Malabarista
Boneca marionete
Palhaçinha
Palhaçinha
Cantora
Abertura
Casa de
Gepeto. O pai está adormecido no sofá e o boneco de madeira inacabado está
atirado em cima da mesa. Gepeto acorda com as badaladas do relógio e
rapidamente retorna a fazer o boneco. Escuta-se um barulho de trovão.
Gepeto: Nossa! Acho que vem um
temporal por aí, meu amiguinho.
É...
você tornou-se um companheiro de um velho pobre e infeliz. Pobre porque ninguém
mais compra meus brinquedos e infeliz porque sempre fui sozinho, não somente
sozinho de estar só, mas sozinho de coração. É tão bonito quando você escuta o
coraçãozinho de seu filho batendo. Filho de sangue ou de criação. Filho!
Naquele momento você percebe que, quando você se for, um outro coraçãozinho
continuará batendo... e batendo com seus ensinamentos, depois de muito cuidado
e carinho. Ah, meu amiguinho, como eu queria que você criasse vida...
prolongando a minha. Bem, mas agora deixa eu recolher as roupas do varal porque
está por cair a maior chuva.
Gepeto sai e
o boneco continua atirado em cima da mesa. Neste momento entra um som de magia para
a entrada da fada. Ela realiza um
encanto com sua varinha e desaparece. Fica uma fumaça no ar. Gepeto entra.
Gepeto: Mas o que está acontecendo
aqui? De onde veio esta fumaça?
Em meio a
fumaça Gepeto encontra o boneco sentado em cima da mesa a observá-lo. Por um
instante os dois permanecem mudos e atônitos. Até que Pinóquio pisca o olho
para Gepeto.
Gepeto: Mas... como pode? Como pode
um boneco de madeira criar vida? Meu desejo... meu desejo se realizou! Você
pode falar? Pode me ouvir? Pode andar? Você está me vendo?...
Pinóquio: Ei... pera aí vovô. Cuidado
com o marca passo!
Pinóquio
começa a andar pela casa e a mexer em tudo.
Pinóquio: Aí! Maneira tua casa vovô!
Tá meio ultrapassada, mas dá pro gasto! Aí... vai rolá um rango? To cheio de
fome! Ei! Qual é o seu nome?
Gepeto: Meu nome? Meu nome é
Gepeto!
Pinóquio: Ge-pe-to! Ih... sinistro,
aí! E o meu? Qual vai sê?
Gepeto: Eh... eu não sei... temos
que pensar num nome... bem, hoje estou me sentindo um homem afortunado, então
vou dar a você o nome do homem mais sortudo que conheço: “Pinóquio”.
Pinóquio: Pô espeto, binóculo? Tá
bom, Pinóquio! Fala aí qual vai ser então?
Gepeto: Bem, acredito que daqui
pra frente serás meu filho!
Pinóquio: Filho! Quer dizer que
você será...
Gepeto: Seu pai! Ora, Pinóquio,
quanta alegria você está me dando...
Vejam só... meu filho!
Pinóquio: É... apesar de eu parecer
mais um boneco de pau do que o filho de alguém...
Gepeto: Por fora meu filho! Tenho
certeza de que aí dentro bate um coraçãozinho de um bom menino. Apesar da
primeira impressão...
Pinóquio: Tudo bem! De onde venho todos são feitos de madeira. E
lá eu era o mais bonito, mais inteligente, mais esperto, mais divertido,
mais...
Gepeto: Pinóquio, isto é verdade?
Pinóquio: Claro!
Gepeto: Pinóquio!?
Pinóquio: Tudo bem... é mentira!
Gepeto?
Gepeto: Sim, Pinóquio?
Pinóquio: Será que um dia eu serei
igual a você?
Gepeto: Depois do que aconteceu
aqui meu filho, tudo pode acontecer!
Pinóquio: É... manero! Eu nunca
tive um...
Gepeto: Pinóquio! Dê um abraço
nesse seu pai com “marca passo”.
Gepeto
sorrindo abre os braços para Pinóquio. Esse reluta um pouco, mas acaba
abraçando seu mais “novo” pai. Entra o off:
“É...
NÃO SERIA UM CONTO DE FADAS SE O DESEJO DE GEPETO NÃO FOSSE REALIZADO, MAS
MESMO NUMA HISTÓRIA ENCANTADA UM PAI TEM MUITO A FAZER...”
Som para os
ensinamentos de Gepeto. Passa-se o tempo... até que Pinóquio está pronto para
ir à escola.
Gepeto: Perfeito! Enfim chegou o
grande dia meu filho! Hoje você irá à escola.
(Gepeto entrega uma maça a
Pinóquio. Esse começa a mastigá-la.) Não Pinóquio! Esta maça é para você
comer na hora do recreio. É o seu lanche!
Pinóquio: Tá bom “pai”! (Gepeto
sente-se orgulhoso e abraça o filho).
Pinóquio
vai à escola. Gepeto com um semblante de missão cumprida sai de cena. Troca de
cenário. Entra o off:
“ENQUANTO
ISSO NA ESCOLA...”
Pietra: Aí galera! Olha o
bonequinho ali!
Carola: Eu não tô vendo nada!
Kika: Aí... isso é um verdadeiro
pleonasmo ambulante, uma cega que não tá vendo nada! (começa a rir)
Pietra: Ô Kika! Sabe o que a Carola
vai ver e escutar neste exato momento? Onomatopéias! (Pietra
dá um tapa na cabeça de Kika)
Carola: Deixa Pietra! Eu já estou
acostumada com as piadinhas da Kika.
Pietra: Mas não está certo Carola.
Ele não tem o direito de zombar de você só porque você não é como eu: bonita,
inteligente, esperta, esbelta, divertida...
Carola: Tá bom Pietra! Obrigada
por me defender. Ainda bem que eu tenho um amigo super-herói que me faz
esquecer tudo isso.
Pietra: Carola! Lá vem você de
novo com essa história?
Carola: Não é história. É verdade!
É que ele é invisível e só eu posso vê-lo.
Kika: Ei! O boneco tá rindo da
gente! Ta tirando onda da nossa cara, aí!
Pinóquio: Desculpem, mas é que vocês
me fizeram lembrar de um menino... Muito prazer! Meu nome é Pinóquio! (nenhuma das três meninas cumprimenta
Pinóquio.) Meu pai me ensinou que devemos sempre
cumprimentar os outros.
Pietra: Fala aí Pinóquio! (estende a mão a Pinóquio)
Carola: (sem enxergar direito onde está Pinóquio, estende a mão para
cumprimentá-lo) Prazer Pinóquio! Eu
me chamo Carola!
Pinóquio: Você
é muito gentil Carola! Muito prazer!
Kika: Oi! (cumprimenta)
Pinóquio: Legal!
Kika: Me diz uma coisa
bonequinho... de onde você vem, heim!? Pera aí, não responde não. Já sei... era
uma noite de forte tempestade... um maluco entrou numa loja de brinquedos, começou
a dizer um monte de coisas esquisitas numa língua macabra e tan tan tan tan...
dá vida a “Chuck” , o boneco assassino! Ha... ha... ha...
Pinóquio
baixa a cabeça. Pietra dá um tapa em Kika.
Pietra: Ei moleque! O que mais seu
pai lhe ensinou?
Pinóquio: Bem, meu pai Gepeto me
ensinou muitas coisas. Ele me ensinou a ler, escrever, ser bom, educado, não
brigar, não mentir...
Pietra: Ta bom! Chega! Nossa!
Uff...
Carola (para Kika): Kika, pergunta
pra ele como pode um boneco criar vida?
Kika: Pergunta você. Noiva do
Chuck! Ha...ha...ha...
Pietra bate
novamente em Kika.
Pietra: Pinóquio! Saca só... o que
a galera não tá entendendo é como um boneco de madeira pode falar, andar...
Pinóquio: Meu pai disse que eu teria
que contar minha história a vocês. Bom, tudo começou quando...
Som para
história de Pinóquio. Suas colegas o escutam atentamente.
Pinóquio: E foi assim que tudo aconteceu...
Todas: Nossa!
Toca o sinal
para início da aula.
Pietra: Ih! A
aula vai começar.
Carola: Vem Pinóquio! Você vai
sentar do meu lado! (estende a mão a
Pinóquio sem enxergá-lo. Pinóquio dá a mão à Carola).
Kika: Eu continuo achando a minha
versão mais interessante... (começa a
falar que nem o homem do Chuck) Naum
is quem doiem tchu failon purim quem doim...
Pietra
acerta novamente a cabeça de Kika.
A cortina
fecha. Entra um off:
“É...
PINÓQUIO ACABOU SE SAINDO BEM COM SUAS COLEGAS DE SALA. SEU PAI HAVIA LHE
PREPARADO PARA ESTE DIA. CHEGOU ENTÃO A HORA DE IR PARA CASA”
Pinóquio
aparece atravessando o palco a frente da cortina. De repente...
Música para
os dois vigaristas. Os dois colocam as cabeças para fora da cortina. Pinóquio
sente a presença de alguém. Os vigaristas aparecem.
Lóidy: Boa
tarde rapaizinho!? Aonde vais com tanta pressa? Está um dia tão bonito, não
está Débi?
Débi: Sim, Lóidy!
Lóidy: Eu não pude deixar de perceber, jovem rapaizinho,
que você é feito de madeira. Agora eu pergunto: Como pode existir um menino de
madeira?
Débi: É! Como pode?
Pinóquio: É uma longa história... eu
posso contar a vocês numa outra hora e...
Lóidy: Ora rapaizinho, você não
deixaria seus amigos na curiosidade, não é mesmo!?
Pinóquio: Bem... é que meu pai está
me esperando e...
Lóidy: Seu pai não gostaria de
saber que seu filho não foi educado com as pessoas na rua.
Pinóquio: Eu não sou mal-educado.
Lóidy: Então prove que você tem
educação e nos acompanhe até nossa casa para que possas contar a sua história.
Débi: É.
Vamos que eu já estou morrendo de fome.
Pinóquio: Pois eu vou e mostrarei para
vocês que sou um menino bom e educado.
Lóidy: Isso rapaizinho! Acho que
vamos nos dar muito bem, você não concorda Débi? (pisca
o olho para Débi)
Débi: Sim, Lóidy!
Os vigaristas
levam Pinóquio para o Circo da Malvina. Neste momento os três saem de cena.
Entra um off:
“COITADINHO
DO PINÓQUIO! ELE NÃO IMAGINA PARA ONDE O ESTÃO LEVANDO...”
Voz de
Malvina da coxia.
Malvina:
(da coxia): Vamos
seus imprestáveis! Arrumem isto! Depressa! Andem logo! Onde estão aqueles
inúteis? Ah, se eu pego eles! E a música, cadê a música?
Música para entrada
da Malvina.
Fecha-se a cortina vermelha mais baixa que a
preta. Em cima caí uma placa escrita: “CIRCO DA MALVINA”. Entra Malvina.
Malvina: Ahhhh! Agora sim estamos
prontos para a estréia do circo da Malvina!
As crianças estão ensaiadas?
Entra os dois
artistas das marionetes e também produtores do espetáculo.
Produtor: Ensaiamos as crianças a
semana toda, 24 horas por dia, Dona Malvina.
Produtora: O problema é que elas estão
fracas, com fome, acho que ficaram doentes com tanto ensaio e...
Malvina: Ora! Eu não tenho tempo
para preocupar-me com detalhes tão pequenos como este. Dêem um jeito
nisso! O que vocês estão esperando?
Andem! Era só o que me faltava, ter que
gastar dinheiro alimentando estas pestinhas. Eu as raptei para que me dessem
lucro e não prejuízo. Mas tudo bem... hoje este circo estará lotado e meu bolso
recheado de diheiro...
Entram em cena Débi e Lóidy com
Pinóquio.
Malvina:
Ora, se não são os inúteis Débi e Lóidy! Mas o
que é isto?
Lóidy: Este
é o nosso amigo Pinóquio. Ele era um simples boneco de madeira, então uma fada
veio e .... aqui está a grande surpresa da sua estréia Dona Malvina: Uma
marionete viva!!! Não é Débi?
Débi: Sim,
Lóidy!
Malvina: Uma marionete viva!! E esta
coisa fala!? (andando ao redor de Pinóquio)
Débi: E como!
Pinóquio: Levem-me agora para minha casa!
Meu pai deve estar preocupado comigo.
Malvina: Não é que o bonequinho fala mesmo! Menino o
que mais você faz? Dança, canta, recita
poemas, dá piruetas...?
Pinóquio: Eu
posso fazer tudo isso se me ensinarem, mas agora eu tenho que ir para casa!
Malvina:
Mas você irá para casa menino. Assim que você se apresentar no grande circo da
Malvina! Andem! Levem-no para ser ensaiado! Não temos tempo a perder!
Lóidy: É pra já Dona Malvina! Ele
dará um show na estréia de hoje! Não é mesmo, Débi?
Débi: Sim, Lóidy!
Pinóquio: Espera! Meu pai está sem
dinheiro. Se a senhora prometer que vai me dar umas moedas em troca da minha
apresentação, eu fico!
Malvina: Ora! Mas o bonequinho de
madeira aprende rápido! Isto é um ótimo sinal! Se você fizer um bom trabalho a
tia Malvina aqui lhe dará dez moedinhas, está bem?
Pinóquio: Está bem! Meu pai ficará
contente quando eu chegar em casa com estas moedas.
Lóidy: Então vamos rapaizinho! Dona
Malvina, será que eu e o Débi podemos nos apresentar também? A senhora sabe que
temos alma de artista e nosso sonho é estar no palco, embaixo dos refletores
com uma platéia enorme nos aplaudindo e...
Malvina: Ha! Ha! Ha! Vocês me fazem
rir... imagina, o máximo que vocês dois conseguiriam é arrancar tomates da
platéia.
Débi: Ei Lóidy! Não seria uma
má idéia, héin? Hum... um tomatinho fresquinho...
Lóidy: Cala boca Débi! Até já
Dona Malvina!
Malvina: Ha! Ha! Ha! Hoje nem vocês dois acabaram com a
minha felicidade!
Agora
preciso divulgar a grande atração da noite... Pinóquio, a marionete viva!
Saem todos.
Entra o OFF: “
É... PARECE QUE MALVINA CONSEGUIU ENGANAR TAMBÉM A PINÓQUIO. HOJE ELA TEM MAIS
DE DEZ CRIANÇAS TRABALHANDO COMO ESCRAVAS PARA ELA EM TROCA DE MÍSERAS
MOEDINHAS. E CHEGA ENTÃO O DIA DA APRESENTAÇÃO.”
Música de abertura
do circo. Entram todas as crianças dançando e Malvina comandando o espetáculo.
Malvina: Boa tarde senhoras e
senhores! Bem-vindos ao grande Circo da Malvina! Hoje teremos mágico, malabarista,
palhaçinhas e a grande atração da noite:
Pinóquio “a marionete viva”! Vamos então
dar início ao nosso grande espetáculo. Com vocês.... o grande Mágico! (bate
palmas e saí)
Música para o
mágico.
Entra o
mágico, cumprimenta a platéia e faz suas mágicas. No final de sua apresentação,
entra Malvina e pede palmas para ele. O mágico sai.
Malvina: Agora com vocês... nosso fantástico malabarista!
Música para o
malabarista.
Entra o
malabarista, cumprimenta a platéia e faz seus malabarismos. No final de sua
apresentação, entra Malvina e pede palmas para ele. O malabarista sai.
Malvina: Muito bem! Vamos continuar
com nosso espetáculo. Que entre agora a alma de nosso circo: As palhaçinhas Bili
e Bele!
Música para
as palhaçinhas.
Entram as
palhaçinhas, cumprimentam a platéia e fazem seu show. No final da apresentação,
entra Malvina e pede palmas para elas. Ambas saem.
Malvina: Vamos cantar e dançar agora
com a nossa fantástica cantora.
Música para a
cantora.
Entra a
cantora, cumprimenta a platéia e faz seu show. No final da apresentação, entra
Malvina e pede palmas para ela. Ela sai.
Malvina: E chega o grande momento do
nosso espetáculo: O Teatro de Marionetes com Pinóquio! Palmas para ele!
Os dois
artistas que começam a manusear a boneca marionete e Pinóquio. Posicionam-se acima
da cortina vermelha entrando com as marionetes. Começa o teatrinho dublado
pelos produtores do circo.
Música para entrada
das marionetes.
Os dois
entrando e cantando com a música:
Eu sou rebelde...
Priscila: É isso Pinóquio! Eu sou
rebelde!
Pinóquio: Eu também Priscila!
Priscila: Comigo não tem essas
coisas de estudar, ajudar a mãe em casa, ser boazinha... eu quero é curtir a
vida! Outro dia, eu menti que ia para escola e passei a tarde no clube.
Pinóquio: Eu também Priscila! Menti
que ia para a escola e fui jogar futebol... Eu sou rebelde! Priscilaaa... eu
sou tão rebelde que vou cortar essas cordinhas aqui...
Priscila: Não faça isso Pinóquio!
Estas cordas lhe dão vida! Como poderemos ser rebeldes se não existimos?
Pinóquio: Pois eu existo sem essas
cordas, queres ver?
Priscila: Nãoooooo...
Pinóquio
corta as cordas com uma tesoura. Neste instante ele enxerga seu pai na platéia
e fica atônito. Todos do circo surgem, inclusive Malvina, desesperada, começam
a pedir para Pinóquio falar. Pinóquio não diz nada. Débi e Lóidy pedem à
Malvina para improvisar. Ela manda eles calarem a boca.
Priscila: Pinóquio? Fala alguma
coisa! Faz um movimento qualquer! Pinóquio? Lembra que agora você mente de como você criou vida e...
Da platéia
surge Gepeto com o panfleto do circo da Malvina na mão.
Gepeto (da
platéia): Pinóquio
não mente! (começa a dirigir-se ao palco onde estão todos).
Malvina: Gepeto? Mas então você é o
pai de Pinóquio?
Gepeto: Por essa você não
esperava, não é mesmo sua bruxa malvada! Agora eu sei por que não há mais
crianças para comprar meus brinquedos... estão todas presas aqui... trabalhando
feito escravas... pois saiba que você nunca mais tocará em nenhuma criança, sua
maluca. Pinóquio? Você está bem?
Pinóquio: Estou. Desculpa papai, é
que ela prometeu me dar algumas moedas e...
Gepeto: Segure meu casaco, meu
filho!
Pinóquio pega
o casaco do pai. Todos afastam-se um pouco.
Malvina: O que você está pensando,
seu velho fracote!?
Gepeto: Eu não estou pensando
Malvina, quando mechem com meu filho eu perco a cabeça...
Malvina: Ora seu fracote... (começa
a luta)
Eeito para
luta.
No final da
luta todos ficam felizes. Malvina está caída no chão.
Malabarista: Estamos livres! Estamos
livres!
Pinóquio: Papai... eu te amo!
Gepeto: Eu também amo muito você
meu filho!
Todos: Viva Pinóquio e seu pai!!!
Mágico: Vamos tirar esta bruxa
daqui!
Palhaçinhas: Deixa com a gente!
Todos saem.
Ficam Gepeto, Pinóquio e os dois vigaristas. Gepeto e Pinóquio olham para os
dois.
Lóidy: Bem... nós também vamos
indo...
boa luta vovô! Tá em forma, héim!?
Débi: É...
você deve se alimentar bem... será que não tem um lugarzinho pra mim na sua mesa....? (Gepeto
faz cara feia para ele) Tudo bem...
quem sabe outra hora, né?... Fui!!
Pinóquio: Papai?
Gepeto: Sim, Pinóquio?
Pinóquio: Você é o melhor pai do
mundo!
Gepeto: Ora, Pinóquio... um pai é
capaz de tudo por um filho. Agora vamos para casa que tem uma surpresa para
você.
Pinóquio: O que é, papai? Fala!
Gepeto: Pinóquio, se eu lhe
contar não será surpresa, não é mesmo?! Vamos!
Pinóquio e o
pai saem de cena. Débi e Lóidy espiam por detrás da cortina e entram em cena
com pose de artistas:
Lóidy: Senhoras e senhores, está
começando o show...
Débi: Débi
Lóidy: E Lóidy!
Débi e Lóidy
se apresentam ao público com música, palhaçadas, textos dramáticos...
finalmente tornam-se artistas. Ao final da apresentação agradecem ao público e
saem.
Abre a
cortina da casa de Gepeto. Entram na
sala Pinóquio, Pietra, Carola e Kika.
Pinóquio: Eu adorei a surpresa
pessoal!
Carola: Você merece Pinóquio!
Pietra: É... depois de tudo que
você passou... aí... nós tivemos muita sorte de não termos sido raptadas por
esta bruxa.
Pinóquio: É que a bruxa só pegava
as crianças pobres, era mais fácil de convencê-las a trabalhar para ela por
algumas moedas. E era para estas crianças, que não tinham condições de comprar
brinquedos caros que meu pai fazia e vendia os brinquedos de madeira. Ele
cobrava muito pouco, mas dava para colocar comida na mesa.
Carola: Que bruxa malvada esta
Malvina!
Kika: Aí... eu sabia que a
história de Pinóquio seria tão emocionante quanto a do Chuck. Imagina só a
bruxa fazendo o feitiço: “Naum is quim dorum intaurus...” (Pietra
dá um tapa na cabeça de Kika)
Pinóquio parece
triste, de cabeça baixa. As colegas percebem.
Carola: O que você tem, Pinóquio?
Pietra: Você deveria estar feliz,
afinal tudo acabou bem, não é?
Pinóquio: É que... eu gostaria de
ser igual a vocês. Eu não passo de uma marionete viva!
Efeito da
entrada da Fada. Todos ficam impressionados.
As três
colegas: Nossa!!!
Pinóquio: Uma Fada!!!
Fada: Olá Pinóquio!? Lembra
quando você contou a suas colegas que por um toque de mágica você transformou-se
num menino? (Pinóquio balança a cabeça que sim)
Pois foi o toque desta
varinha que realizou o encanto. E por você ter sido um menino bom e verdadeiro,
esta mesma varinha o transformará em um
menino de verdade!
Efeito
da transformação. (A Fada toca com a varinha em Pinóquio, entra uma fumaça,
enquanto ele transforma-se em menino).
Fada: Boa sorte Pinóquio! E
continue sendo um bom menino! (desaparece na fumaça).
As crianças
espantadas. Pinóquio aparece como menino de verdade. Entra Gepeto:
Gepeto(entra
preocupado com a fumaça) Pinóquio!?
Onde está você?
Pinóquio: Papai! Eu sou um menino
de verdade!
Gepeto: Pinóquio!
Você sempre foi muito real para mim. A realização do meu sonho! (abraçam-se)
OFF:
“ E ASSIM ACABA NOSSA HISTÓRIA... PINÓQUIO TORNOU-SE UM MENINO DE VERDADE E
GEPETO UM VERDADEIRO PAI!”
As três
meninas chorando de emoção. Enquanto a cortina se fecha:
Carola: Que lindo!
Pietra: Uma história e tanto!
Kika: Eu
não chorei assistindo Chuck!!
Pietra dá um
tapa em Kika. Cortina fechando.
Aparece em
cena, espiando pela cortina, Débi e Lóidy disfarçados com perucas e óculos. Entra
o som. Eles cantam como se estivessem apresentando um show. Logo atrás entram
todos os outros personagens.
FIM