Há mais coisas entre o texto e o
leitor do que supõe a nossa vã filosofia.
Ah! A Leitura! Sempre nos
surpreendendo, exigindo nossa máxima atenção. Um deslize e você está fora! Fora
do seu contexto. Sim. A leitura faz parte de um contexto e que seja o mesmo em
que você está inserido, porque se não, meu caro, há de se desdobrar para
absorvê-la. Lembrando que leitura se faz não somente de um texto escrito, mas da
fala de alguém, de imagens, de gestos, de expressões e de tantas outras formas
de linguagem e que para obtermos uma leitura correta é preciso que se faça
inferências.
A leitura faz parte da nossa
competência comunicativa, estamos constantemente lendo, nossos conhecimentos
prévios de mundo e nosso acervo lingüístico nos possibilita esta prática. Basta
saber se estamos lendo de forma consciente, se somos capazes de inferir
informações implícitas no texto, de ler nas entrelinhas, de identificarmos o
real significado de um significante, tomando o referente como ponto de partida,
e mais, de refletirmos e tomarmos posições diante do que nos é apresentado. Saber
ler é uma habilidade adquirida com prática.
O que fazer para adquirirmos essa
prática? Sabendo que nosso desempenho
como leitores vai ao encontro de nossas expectativas enquanto ser pensante?
Primeiramente é preciso que se tome
consciência do porquê vou fazer tal leitura. Procuro respostas? Quero saber
mais sobre determinado assunto? É por que gosto do “texto” e este me
proporciona momentos de prazer ou simplesmente porque quero fazer da leitura
uma forma de expressão? Estando o objetivo da leitura compreendido, somos
motivados a fazê-la. Há uma razão concreta para praticá-la. A partir de então,
atentos ao seu chamado e conscientes de sua importância, tornamo-nos leitores
ativos e aos poucos conhecedores das “coisas que há entre o leitor e o texto”.
Karen Schiller
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