PALAVRAS INVARIÁVEIS
Chamamos de invariáveis, as palavras
que não sofrem flexão de gênero e número, ou variação em grau como os nomes,
nem de pessoa, número, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos.
São elas: 1) PREPOSIÇÃO
2) CONJUNÇÃO
3) INTERJEIÇÃO
4) ADVÉRBIO
2) CONJUNÇÃO
3) INTERJEIÇÃO
4) ADVÉRBIO
1)
PREPOSIÇÃO
Preposição é a palavra que estabelece uma relação entre dois ou mais
termos da oração. Essa relação é do tipo subordinativa, ou seja, entre os elementos ligados pela preposição
não há sentido dissociado, separado, individualizado; ao contrário, o sentido
da expressão é dependente da união de todos os elementos que a preposição
vincula.
Exemplos:
- Os amigos de João estranharam o seu modo de vestir.
amigos de João / modo de vestir: elementos ligados por preposição
- Ela esperou com entusiasmo aquele breve passeio.
esperou com entusiasmo:
elementos ligados por preposição
Esse tipo de relação é considerada
uma conexão, em que os conectivos cumprem a função de ligar elementos. A
preposição é um desses conectivos e se presta a ligar palavras entre si num
processo de subordinação denominado regência.
Diz-se regência devido ao fato de
que, na relação estabelecida pelas preposições, o primeiro elemento – chamado antecedente
- é o termo que rege, que impõe um regime; o segundo elemento, por sua vez –
chamado consequente – é o termo regido, aquele que cumpre o regime
estabelecido pelo antecedente.
Exemplos:
A hora das refeições é sagrada.
hora das refeições: elementos ligados por preposição
de + as = das: preposição
hora: termo antecedente = rege a construção "das
refeições"
refeições: termo consequente = é regido pela construção "hora
da"
Observamos em diversas situações as
preposições se combinarem a outras palavras da língua (fenômeno da contração)
e, assim, estabelecem uma relação de concordância em gênero e número com essas
palavras às quais se ligam. Mesmo assim, não se trata de uma variação própria
da preposição, mas sim da palavra com a qual ela se funde.
Por exemplo: de
+ o = do / por + a = pela / em
+ um = num
As preposições podem introduzir:
a) Complementos Verbais: Eu
obedeço "aos meus pais".
b) Complementos Nominais: Continuo obediente "aos meus pais".
c) Locuções Adjetivas: É
uma pessoa "de valor".
d) Locuções Adverbiais: Tive de agir "com cautela".
e) Orações Reduzidas: "Ao chegar", comentou sobre o fato ocorrido.
Classificação
das Preposições
As palavras da Língua Portuguesa que
atuam exclusivamente como preposição são chamadas preposições
essenciais. São elas:
a, ante, após, até, com,
contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás
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Observações:
1) A preposição após,
acidentalmente, pode ser advérbio, com a significação de atrás, depois.
Por exemplo:
Os noivos passaram, e os convidados os seguiram logo após.
2) Para, na fala popular,
apresenta a forma sincopada pra.
Por exemplo:
Bianca, alcance aqueles livros pra mim.
3) Até pode ser palavra
denotativa de inclusão.
Por exemplo:
Os ladrões roubaram-lhe até a roupa do corpo.
Há palavras de outras classes
gramaticais que, em determinadas situações, podem atuar como preposições. São,
por isso, chamadas preposições acidentais:
como (= na qualidade de), conforme
(= de acordo com), segundo (= conforme), consoante (= conforme), durante,
salvo, fora, mediante, tirante, exceto, senão, visto (=por).
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Saiba que:
As preposições essenciais
regem sempre a forma oblíqua tônica dos pronomes pessoais:
Por exemplo:
Não vá sem mim à escola.
As preposições acidentais,
por sua vez, regem a forma reta desses mesmos pronomes:
Por exemplo:
Todos, exceto eu, preferem sorvete de chocolate.
Locução Prepositiva
É o conjunto de duas ou mais
palavras que têm o valor de uma preposição. A última palavra dessas locuções é
sempre uma preposição.
Principais locuções prepositivas: a fim de, abaixo (acima) de,
apesar de, ao invés de, em vez de, junto com (de, a), de encontro a, a respeito
de, em fase de, antes de, depois de, graças a, a par de, através de...
Combinação e Contração da Preposição
Quando as preposições a, de,
em e per unem-se a certas palavras, formando um só vocábulo, essa
união pode ser por:
Combinação: ocorre quando a preposição, ao unir-se a outra palavra,
mantém todos os seus fonemas.
Por exemplo: preposição a +
artigo masculino o = ao
preposição a + artigo masculino os = aos
preposição a + artigo masculino os = aos
Contração: ocorre quando a preposição sofre modificações na sua
estrutura fonológica ao unir-se a outra palavra. As preposições de e em,
por exemplo, formam contrações com os artigos e com diversos pronomes. Observe alguns
exemplos:
em + a = na / em + aquilo = naquilo / de
+ aquela = daquela / de + onde = donde
Obs.: as formas pelo, pela,
pelos, pelas resultam da contração da antiga preposição per
com os artigos definidos. Por exemplo:
per + o = pelo
Encontros Especiais
A contração da preposição a com
os artigos ou pronomes demonstrativos a, as ou com o "a"
inicial dos pronomes aquele, aqueles, aquela, aquelas,
aquilo resulta numa fusão de vogais a que se chama de crase - que
deve ser assinalada na escrita pelo uso do acento grave.
Exemplos: às - àquela - àquelas - àquele - àqueles
– àquilo
- Principais Relações estabelecidas pelas Preposições: Destino ou direção - Olhe para frente!
- Autoria - Esta música é de Roberto Carlos. Lugar - Estou em casa.
- Tempo -Eu viajei durante as férias. Modo ou conformidade - Vamos escolher por sorteio.
- Causa - Estou tremendo de frio Assunto - Não gosto de falar sobre política.
- Fim ou finalidade - Eu vim para ficar Instrumento - Paulo feriu- se com a faca.
- Companhia - Hoje vou sair com meus amigos. Meio - Voltarei a andar a cavalo.
- Matéria - Devolva-me meu anel de prata. Posse - Este é o carro de João.
- Oposição - O Flamengo jogou contra Fluminense. Conteúdo - Tomei um copo de (com) vinho.
- Preço - Vendemos o filhote de nosso cachorro a (por) R$ 300, 00.
- Origem - Você descende de família humilde. Especialidade - João formou-se em Medicina.
Distinção entre Preposição, Pronome
Pessoal Oblíquo e Artigo
Preposição: ao ligar dois termos, estabelecendo entre eles relação de
dependência, o "a" permanece invariável, exercendo função de
preposição. Por exemplo: Fui a Brasília.
Pronome Pessoal Oblíquo: ao substituir um substantivo na frase.
Por
exemplo: Eu levei Júlia a Brasília. / Eu a
levei a Brasília.
Artigo: ao anteceder um substantivo, determinando-o. Por exemplo: A professora foi a Brasília.
Preposições,
leitura e produção de textos
A referência constante às preposições quando se estuda a
Língua Portuguesa demonstra a importância que elas possuem na construção de
frases e textos eficientes. As relações que as preposições estabelecem entre
as partes do discurso são tão diversificadas quanto imprescindíveis; seja em
textos narrativos, descritivos ou dissertativos, noções como tempo, lugar,
causa, assunto, finalidade e outras costumam participar da construção da
coerência textual e da obtenção dos efeitos de sentido discursivos.
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2)
CONJUNÇÃO
Além da preposição, há outra palavra
que, na frase, é usada como elemento de ligação: a conjunção.
Por exemplo: A
menina segurou a boneca e mostrou quando viu as amiguinhas.
Deste exemplo podem ser retiradas
três informações: segurou a boneca, a menina mostrou, viu as amiguinhas
Cada informação está estruturada em
torno de um verbo: segurou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três orações:
1ª oração: A menina segurou a boneca
2ª oração: e mostrou
3ª oração: quando viu as
amiguinhas.
A segunda oração liga-se à primeira
por meio do "e", e a terceira oração liga-se à segunda por
meio do quando. As palavras "e" e quando ligam, portanto,
orações.
Observe: Gosto de natação e de futebol.
Nessa frase as expressões de
natação, de futebol são partes ou termos de uma mesma oração. Logo, a palavra "e"
está ligando termos de uma mesma oração.
Conjunção
é a palavra invariável que liga duas orações ou dois termos semelhantes de
uma mesma oração.
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Morfossintaxe da Conjunção
As conjunções, a exemplo das
preposições, não exercem propriamente uma função sintática: são conectivos.
Classificação da Conjunção
De acordo com o tipo de relação que
estabelecem, as conjunções podem ser classificadas em coordenativas e subordinativas.
No primeiro caso, os elementos ligados pela conjunção podem ser isolados um do
outro. Esse isolamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de sentido
que cada um dos elementos possui. Já no segundo caso, cada um dos elementos
ligados pela conjunção depende da existência do outro.
Conjunções
Coordenativas
São aquelas que ligam orações de
sentido completo e independente ou termos da oração que têm a mesma função
gramatical. Subdividem-se em:
1) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando ideia de adição.
São elas: e, nem (= e não), não só... mas também, não só...como também, bem
como, não só...mas ainda .
Por exemplo: A sua pesquisa é clara e objetiva.
Ela não só dirigiu a pesquisa
como também escreveu o relatório.
2) Adversativas: ligam duas orações ou palavras, expressando ideia de
contraste ou compensação. São elas: mas, porém, contudo, todavia,
entretanto, no entanto, não obstante.
Por exemplo: Tentei chegar mais cedo, porém não consegui.
3) Alternativas: ligam orações ou palavras, expressando ideia de alternância
ou escolha, indicando fatos que se realizam separadamente. São elas: ou,
ou...ou, ora, já...já, quer...quer, seja...seja, talvez...talvez.
Por exemplo: Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.
4) Conclusivas: ligam à anterior uma oração que expressa ideia de conclusão
ou consequência. São elas: logo, pois (depois do verbo), portanto, por
conseguinte, por isso, assim.
Por exemplo: Marta estava bem preparada para o teste, portanto não
ficou nervosa.
5) Explicativas: ligam à anterior uma oração que a explica, que justifica a
ideia nela contida. São elas: que, porque, pois (antes do verbo) ,
porquanto.
Por exemplo: Não demore, que o filme já vai começar.
Saiba que:
a) As conjunções "e","
antes", "agora"," quando" são adversativas quando
equivalem a "mas".
Por exemplo:
Carlos fala, e não faz.
O bom educador não proíbe, antes orienta.
Sou muito bom; agora, bobo não sou.
Foram mal na prova, quando poderiam ter ido muito bem.
O bom educador não proíbe, antes orienta.
Sou muito bom; agora, bobo não sou.
Foram mal na prova, quando poderiam ter ido muito bem.
b) "Senão" é
conjunção adversativa quando equivale a "mas sim".
Por exemplo: Conseguimos
vencer não por protecionismo, senão por capacidade.
c) Das conjunções adversativas, "mas"
deve ser empregada sempre no início da oração: as outras (porém, todavia,
contudo, etc.) podem vir no início ou no meio.
Por exemplo:
Ninguém respondeu a pergunta, mas os alunos sabiam a
resposta.
Ninguém respondeu a pergunta; os alunos, porém, sabiam a resposta.
Ninguém respondeu a pergunta; os alunos, porém, sabiam a resposta.
d) A palavra "pois", quando
é conjunção conclusiva, vem geralmente após um ou mais termos da oração
a que pertence. Por exemplo: Você o provocou com essas palavras; não se
queixe, pois, de seus ataques.
Quando é conjunção explicativa,"
pois" vem, geralmente, após um verbo no imperativo e sempre no
início da oração a que pertence. Por exemplo: Não tenha receio, pois eu a
protegerei.
Conjunções
Subordinativas
São aquelas que ligam duas orações,
sendo uma delas dependente da outra. A oração dependente, introduzida pelas
conjunções subordinativas, recebe o nome de oração subordinada.
Veja o exemplo: O baile já tinha começado quando ela
chegou.
O baile já tinha começado: oração principal
quando: conjunção subordinativa
ela chegou: oração subordinada
O baile já tinha começado: oração principal
quando: conjunção subordinativa
ela chegou: oração subordinada
As conjunções subordinativas
subdividem-se em integrantes e adverbiais:
1. Integrantes
Indicam que a oração subordinada por
elas introduzida completa ou integra o sentido da principal. Introduzem orações
que equivalem a substantivos. São elas: que, se.
Por exemplo: Espero
que você volte. (Espero sua volta.) / Não sei se ele
voltará. (Não sei da sua volta.)
2. Adverbiais
Indicam que a oração subordinada por
elas introduzida exerce a função de adjunto adverbial da principal. De acordo
com a circunstância que expressam, classificam-se em:
a) Causais: introduzem uma oração que é causa da ocorrência da oração
principal. São elas: porque, que, como (= porque, no início da frase), pois
que, visto que, uma vez que, porquanto, já que, desde que, etc.
Por exemplo: Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.
b) Concessivas: introduzem uma oração que expressa ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua realização. São elas: embora, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto, etc. Por exemplo: Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
c) Condicionais: introduzem uma oração que indica a hipótese ou a condição para ocorrência da principal. São elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a menos que, sem que, etc.
b) Concessivas: introduzem uma oração que expressa ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua realização. São elas: embora, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto, etc. Por exemplo: Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
c) Condicionais: introduzem uma oração que indica a hipótese ou a condição para ocorrência da principal. São elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a menos que, sem que, etc.
Por exemplo: Se
precisar de minha ajuda, telefone-me.
d) Conformativas: introduzem uma oração em que se exprime a conformidade de um fato com outro. São elas: conforme, como (=conforme), segundo, consoante, etc.
d) Conformativas: introduzem uma oração em que se exprime a conformidade de um fato com outro. São elas: conforme, como (=conforme), segundo, consoante, etc.
Por exemplo: O passeio ocorreu como havíamos planejado.
e) Finais: introduzem uma oração que expressa a finalidade ou o objetivo com que se realiza a principal. São elas: para que, a fim de que, que, porque (= para que), que, etc.
e) Finais: introduzem uma oração que expressa a finalidade ou o objetivo com que se realiza a principal. São elas: para que, a fim de que, que, porque (= para que), que, etc.
Por exemplo: Toque o sinal para que todos entrem no salão.
f) Proporcionais: introduzem uma oração que expressa um fato relacionado proporcionalmente à ocorrência da principal. São elas: à medida que, à proporção que, ao passo que e as combinações quanto mais...(mais), quanto menos...(menos), quanto menos ...(mais), quanto menos...(menos), etc.
f) Proporcionais: introduzem uma oração que expressa um fato relacionado proporcionalmente à ocorrência da principal. São elas: à medida que, à proporção que, ao passo que e as combinações quanto mais...(mais), quanto menos...(menos), quanto menos ...(mais), quanto menos...(menos), etc.
Por exemplo: O
preço fica mais caro à medida que os produtos escasseiam.
Obs.: são incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida que e na medida em que.
Obs.: são incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida que e na medida em que.
g) Temporais: introduzem uma oração que acrescenta uma circunstância de tempo
ao fato expresso na oração principal. São elas:quando, enquanto, antes que,
depois que, logo que, todas as vezes que, desde que, sempre que, assim que,
agora que, mal (= assim que), etc.
Por exemplo: A briga começou assim que saímos da festa.
h) Comparativas: introduzem uma oração que expressa ideia de comparação com
referência à oração principal. São elas: como, assim como, tal como, como
se, (tão)...como, tanto como, tanto quanto, do que, quanto, tal, qual, tal
qual, que nem, que(combinado com menos ou mais), etc.
Por exemplo: O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem.
i) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa a consequência da principal. São elas: de sorte que, de modo que, sem que (= que não), de forma que, de jeito que, que (tendo como antecedente na oração principal uma palavra como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc.
i) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa a consequência da principal. São elas: de sorte que, de modo que, sem que (= que não), de forma que, de jeito que, que (tendo como antecedente na oração principal uma palavra como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc.
Por exemplo: Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do
exame.
Locução Conjuntiva
Locução Conjuntiva
Recebem o nome de locução conjuntiva
os conjuntos de palavras que atuam como conjunção. Essas locuções geralmente
terminam em "que". Exemplos:
visto que, desde que, ainda que, logo que, afim de que...
Atenção: Muitas conjunções não têm classificação única, imutável,
devendo, portanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no
contexto. Assim, a conjunção que pode ser:
1. Aditiva ( = e) Esfrega
que esfrega, mas a mancha não sai.
2. Explicativa Apressemo-nos,
que chove.
3. Integrante Diga-lhe
que não irei.
4. Consecutiva Onde
estavas, que não te vi?
5. Comparativa Ficou
vermelho que nem brasa.
6. Concessiva Beba,
um pouco que seja.
7. Temporal Chegados
que fomos, dirigimo-nos ao hotel.
8. Final Vendo
o amigo à janela, fez sinal que descesse.
9. Causal "Velho
que sou, apenas conheço as flores do meu tempo." (V.Coaraci)
Conjunções,
leitura e produção de textos
O bom relacionamento entre as conjunções de um texto
garante a perfeita estruturação de suas frases e parágrafos, bem como a
compreensão eficaz de seu conteúdo. Interagindo com palavras de outras
classes gramaticais essenciais ao inter-relacionamento das partes de frases e
textos - como os pronomes, preposições, alguns advérbios e numerais -, as
conjunções fazem parte daquilo a que se pode chamar de " a arquitetura
textual", isto é, o conjunto das relações que garantem a coesão do
enunciado. O sucesso desse conjunto de relações depende do conhecimento do
valor relacional das conjunções, uma vez que estas interferem semanticamente
no enunciado. Dessa forma, deve-se dedicar atenção especial às conjunções
tanto na leitura como na produção de textos. Nos textos narrativos, elas
estão muitas vezes ligadas à expressão de circunstâncias fundamentais à
condução da história, como as noções de tempo, finalidade, causa e consequência. Nos textos dissertativos,
evidenciam muitas vezes a linha expositiva ou argumentativa adotada - é o
caso das exposições e argumentações construídas por meio de contrastes e
oposições, que implicam o uso das adversativas e concessivas.
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3)
INTERJEIÇÃO
Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sensações,
estados de espírito, ou que procura agir sobre o interlocutor, levando-o a
adotar certo comportamento sem que, para isso, seja necessário fazer uso de
estruturas linguísticas mais elaboradas. Observe o exemplo:
Droga! Preste atenção quando eu estou falando!
No exemplo acima, o interlocutor
está muito bravo. Toda sua raiva se traduz numa palavra: Droga!
Ele poderia ter dito: - Estou com
muita raiva de você! Mas usou simplesmente uma palavra. Ele empregou a
interjeição Droga!
As sentenças da língua costumam se
organizar de forma lógica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e os
distribui em posições adequadas a cada um deles. As interjeições, por outro
lado, são uma espécie de "palavra-frase", ou seja, há uma
ideia expressa por uma palavra (ou um conjunto de palavras - locução interjetiva)
que poderia ser colocada em termos de uma sentença. Veja os exemplos:
- Bravo! Bis! sentença (sugestão): "Foi muito bom! Repitam!"
- Ai! Machuquei meu pé... ai: interjeição - sentença (sugestão): "Isso está doendo!" ou "Estou com dor!"
A interjeição é um recurso da
linguagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de maneira lógica, como
são as sentenças da língua, mas sim a manifestação de um suspiro, um estado da
alma decorrente de uma situação particular, um momento ou um contexto
específico.
Exemplos:
- Ah, como eu queria voltar a ser criança!
ah: expressão de um estado emotivo =
interjeição
- Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
hum:
expressão de um pensamento súbito = interjeição
As interjeições cumprem,
normalmente, duas funções:
a)
Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, tristeza, dor,
etc.
Por exemplo:
- Você faz o que no Brasil?
-Eu? Eu negocio com madeiras.
-Ah, deve ser muito interessante.
-Eu? Eu negocio com madeiras.
-Ah, deve ser muito interessante.
b) Sintetizar uma frase apelativa
Por exemplo: Cuidado! Saia da minha frente.
As interjeições podem ser formadas
por:
a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô.
b)
palavras: Oba!, Olá!, Claro!
c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!, Ora bolas!
A ideia expressa pela interjeição
depende muitas vezes da entonação com que é pronunciada; por isso, pode
ocorrer que uma interjeição tenha mais de um sentido.
Por exemplo:
Oh! Que surpresa desagradável! (ideia
de contrariedade)
Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)
Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)
Classificação das Interjeições
Comumente, as interjeições expressam
sentido de:
Advertência: Cuidado!,
Devagar!, Calma!, Sentido!, Atenção!, Olha!, Alerta!
Afugentamento: Fora!,
Passa!, Rua!, Xô!
Alegria ou Satisfação: Oh!,
Ah!,Eh!, Oba!, Viva!
Alívio: Arre!,
Uf!, Ufa! Ah!
Animação ou Estímulo: Vamos!,
Força!, Coragem!, Eia!, Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca!
Aplauso ou Aprovação: Bravo!,
Bis!, Apoiado!, Viva!, Boa!
Concordância: Claro!,
Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã!
Repulsa ou Desaprovação: Credo!,
Irra!, Ih!, Livra!, Safa!, Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!,
Ora!
Desejo ou Intenção: Oh!,
Pudera!, Tomara!, Oxalá!
Desculpa: Perdão!
Dor ou Tristeza: Ai!,
Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!, Oh!, Eh!
Dúvida ou Incredulidade:
Qual!, Qual o quê!, Hum!, Epa!, Ora!
Espanto ou Admiração: Oh!,
Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!, Quê!, Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!,
Hein?, Cruz!, Putz!
Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!, Raios!, Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora!
Pedido de Auxílio: Socorro!,
Aqui!, Piedade!
Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!, Adeus!, Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!,
Socorro!, Valha-me, Deus!
Silêncio: Psiu!,
Bico!, Silêncio!
Terror ou Medo: Credo!,
Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!
Locução Interjetiva
Ocorre quando duas ou mais palavras
formam uma expressão com sentido de interjeição.
Por exemplo :
Ora bolas! Quem me dera!
Virgem Maria! Meu Deus!
Ó de casa!
Ai de mim! Valha-me Deus! Graças a Deus! Alto lá! Muito bem!
Ai de mim! Valha-me Deus! Graças a Deus! Alto lá! Muito bem!
Há, também, as interjeições onomatopaicas
ou imitativas, que exprimem ruídos e vozes.
Por exemplo: Pum!
Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc.
Atenção: Não se deve confundir a interjeição de apelo "ó"
com a sua homônima "oh!", que exprime admiração, alegria,
tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do" oh!" exclamativo e
não a fazemos depois do "ó" vocativo. "Ó natureza! ó mãe piedosa
e pura!" (Olavo Bilac)
Oh! a jornada negra!" (Olavo Bilac)
Oh! a jornada negra!" (Olavo Bilac)
Na linguagem afetiva, certas
interjeições, originadas de palavras de outras classes, podem aparecer
flexionadas no diminutivo ou no superlativo.
Calminha! Adeusinho! Obrigadinho!
Interjeições,
leitura e produção de textos
Usadas com muita frequência na língua falada informal, quando empregadas na língua escrita, as interjeições costumam conferir-lhe certo tom inconfundível de coloquialidade. Além disso, elas podem muitas vezes indicar traços pessoais do falante - como a escassez de vocabulário, o temperamento agressivo ou dócil, até mesmo a origem geográfica. É nos textos narrativos - particularmente nos diálogos - que comumente se faz uso das interjeições com o objetivo de caracterizar personagens e, também, graças à sua natureza sintética, agilizar as falas. |
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4) ADVÉRBIO
Definição: palavra invariável que
modifica essencialmente o verbo, exprimindo uma circunstância.
ADVÉRBIO MODIFICANDO UM VERBO OU
ADJETIVO
Ocorre quando o advérbio modifica um
verbo ou um adjetivo acrescentando a eles uma circunstância. Por circunstância
entende-se qualquer particularidade que determina um fato, ampliando a
informação nele contida.
Ex.: Antônio construiu seu arraial popular ali. / Estradas tão ruins.
Ex.: Antônio construiu seu arraial popular ali. / Estradas tão ruins.
ADVÉRBIO MODIFICANDO OUTRO ADVÉRBIO
Ocorre quando o advérbio modifica
outro advérbio, geralmente intensificando o significado.
Ex.: Grande parte da população adulta lê muito mal
Ex.: Grande parte da população adulta lê muito mal
ADVÉRBIO MODIFICANDO UMA ORAÇÃO
INTEIRA
Ocorre quando o advérbio está
modificando o grupo formado por todos os outros elementos da oração, indicando
uma circunstância.
Ex.: Lamentavelmente o Brasil ainda tem 19 milhões de analfabetos.
Ex.: Lamentavelmente o Brasil ainda tem 19 milhões de analfabetos.
É um conjunto de palavras que pode
exercer a função de advérbio. Ex.: De
modo algum irei lá.
TIPOS
DE ADVERBIOS
DE MODO: Ex.:Sei muito BEM que ninguém deve passar atestado da
virtude alheia.
Bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa, acinte, debalde,devagar, ás pressas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondas, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em -mente:calmamente, tristemente, propositadamente, pacientemente,
Bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa, acinte, debalde,devagar, ás pressas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondas, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em -mente:calmamente, tristemente, propositadamente, pacientemente,
DE INTENSIDADE: Ex.:Acho que, por hoje, você já ouviu BASTANTE.
Muito, demais, pouco, tão, menos, em excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, assaz, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo,bem
Muito, demais, pouco, tão, menos, em excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, assaz, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo,bem
DE TEMPO: Ex.: Leia e depois me diga QUANDO pode sair na gazeta.
Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora, amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes, imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando,
Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora, amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes, imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando,
DE LUGAR: Ex.: A senhora sabe AONDE eu posso encontrar esse
pai-de-santo?
Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente, a distancia, à distancia de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta
Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente, a distancia, à distancia de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta
DE NEGAÇÃO :Ex.: DE MODO ALGUM irei lá
Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum
Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum
DE DÚVIDA: Ex.: TALVEZ ela volte hoje
Acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe
Acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe
DE AFIRMAÇÃO: Ex.: REALMENTE eles sumiram
Sim, certamente, realmente, decerto, efetivamente, certo, decididamente, realmente, deveras, indubitavelmente
Sim, certamente, realmente, decerto, efetivamente, certo, decididamente, realmente, deveras, indubitavelmente
DE
ORDEM: Depois, primeiramente, ultimamente
Por
se empregarem nas interrogações diretas e indiretas, alguns advérbios de causa,
lugar, modo e tempo são chamados de
interrogativos: Ex.: E
então?QUANDO é que embarca?
Outros exemplos: onde?(lugar), como?(modo), quando?(tempo), porque?(causa), quanto?(preço e intensidade), para que?(finalidade)
Outros exemplos: onde?(lugar), como?(modo), quando?(tempo), porque?(causa), quanto?(preço e intensidade), para que?(finalidade)
Palavras
Denotativas
Há, na língua portuguesa, uma série
de palavras que se assemelham a advérbios. A Nomenclatura Gramatical Brasileira
não faz nenhuma classificação especial para
essas palavras, por isso elas são chamadas simplesmente de palavras
denotativas. Nomenclatura: PALAVRA DENOTADORA DE:
ADIÇÃO: Ex.: Comeu tudo e ainda queria mais (Ainda, além disso)
AFASTAMENTO: Ex.: Foi embora daqui. (embora)
AFETIVIDADE: Ex.: Ainda bem que passei de ano (Ainda bem, felizmente, infelizmente)
APROXIMAÇÃO: Lá por volta das três da tarde eu te procuro. (quase, bem, uns,
cerca de, por volta de)
DESIGNAÇÃO: Ex.: Eis nosso novo carro (eis)
EXCLUSÃO: Ex.: Todos irão, menos ele. (Apenas, salvo, menos, exceto, só,
somente, sequer, senão)
EXPLICAÇÃO: Ex.: Viajaremos em
julho, ou seja, nas férias. (isto é, por exemplo, a saber, ou seja)
INCLUSÃO: Ex.: Até ele irá viajar.
(Até, inclusive, também, mesmo, ademais)
LIMITAÇÃO: Ex.: Apenas um me respondeu. (só,
somente, unicamente, apenas)
REALCE: Ex.: E você lá sabe essa questão? (é que, cá, lá, não, mas, é porque, só,
ainda, sobretudo.)
SITUAÇÃO: Ex.: Afinal, quem perguntaria a ele? (então, mas, se, agora, afinal)
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