sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Texto teatral infantil - Autora Karen Schiller


As Bruxinhas
que eram

 más


Espetáculo infantil de Karen Schiller
Registrada em 28/06/2012

Release

       “As bruxinhas que eram más” é um espetáculo infantil de Natal. A história se passa no dia 25 de dezembro, na “Floresta do Corgo”, onde moram cinco bruxinhas e a bruxa chefe. Perto desta floresta há uma cidadezinha onde moram os três protagonistas da história: Duda, Sofia e Juca. Estes três curiosos com a possível existência de bruxas na floresta, resolvem ir até lá para desvendar o mistério de duas crianças desaparecidas no natal passado. A partir daí bruxarias são realizadas e feitiços são desfeitos. E até a fada do natal participa desta história encantada. E o papai Noel? Existe! Assim como a magia deste lindo dia de Natal.














Personagens

Bruxa chefe
Bruxinha Êmola
Bruxinha Ferona
Bruxinha Pumpilha
Bruxinha Tonton
Bruxinha Míopa
Duda
Juca
Sofia
Pedro velho
Marta velha
Pedro menino
Marta menina
Fada do Natal























O cenário da peça é uma floresta; porém há cenas que se passam a frente da cortina e na platéia.
Abertura: Cortina aberta. Meia luz. Som de bichos da floresta para a platéia se situar. Entram pela platéia as cinco bruxinhas em cima de suas vassouras dando gargalhadas.

Cena 1: As bruxinhas na Floresta
Bruxa chefe (de dentro da coxia): Silêncioooo!!!
As bruxinhas sobem no palco (encostam suas vassouras na parede e formam uma fila de frente para a platéia. Ordem: Ferona, Emola, Pumpilha, Míopa (que ao chegar empurra todas) e Tonton (que ao ver as colegas caindo ri muito). Neste momento Ferona manda um feitiço para fechar a boca de Tonton)  
Bruxa chefe (entrando em cena): Mas que bagunça é essa na minha floresta? Ajeitem-se. Isso aqui não é um jardim de infância. Aliás, vocês sabem que dia é hoje?  (todas balançam a cabeça fazendo sinal de negativo) Hoje é aquele dia tão esperado pelas crianças... o dia em que todas as pestinhas do mundo aguardam pela chegada do velho e acabado Papai Noel. Eca! (dá uma cuspida no chão). A floresta no dia de Natal fica cheia dessas pestinhas alegres brincando com seus brinquedinhos que ganharam de Natal. Eca! (cuspida) Portanto, bruxas da floresta do Corgo, mais do que nunca, hoje é dia de fazer muita maldade, é dia de tirar a alegria dessas pestinhas e fazer com que o Natal delas se transforme no pior dia de suas vidas. Hahahahahaa....
(Todas as bruxas começam a rir, menos Tonton que está com a boca fechada.) Muito bem! Vamos para a chamada. Tonton! (ela vai até a frente e não consegue falar) Mas o que? Hã? Fala criatura! Ah... Ferona, desfaça o feitiço.
Ferona aponta o dedo e o feitiço se desfaz
Bruxa chefe: Sempre vocês duas. Pois bem. O que fizeste de mal este ano Tonton?
Tonton: Eu... (ri) Eu... (ri) Eu... (ri)...
Bruxa chefe: Fala logo estrupício!
Tonton: Eu escondi as roupas dos meninos que (ri) estavam tomando banho de rio (ri).
Bruxa chefe: Oras, mas isso é muito pouco... por que não os afogou no rio?
Tonton: A minha intenção era outra! (ri).
Bruxa chefe: Pois bem, e o que mais fizeste?
Tonton: Eu roubei os doces das crianças e as assustei com minhas gargalhadas. (ri)
Bruxa chefe: Suponho que seja essa gargalhada.
Tonton: Sim! (ri).
Bruxa chefe: Basta Tonton! A cada ano que passa você me decepciona mais. Míopa!
Tonton volta para seu lugar. Míopa vem ao centro e fica em diagonal
Míopa:  Estou aqui bruxa chefe!
Bruxa chefe: Sim, eu estou vendo. Basta saber se você está me vendo?
Míopa: Sim. Preciso dizer-lhe bruxa chefe que você está cada vez mais esbelta, poderosa, bem vestida...
Bruxa chefe: Chega Míopa. Você não enxerga um palmo a sua frente. E é por isso que presumo, tenha sido você a responsável pelo colorido da floresta do outro lado do rio.
Míopa: Não, bruxa chefe. Eu fiz exatamente o que me pediu. Todas as flores, as frutas, os verdes do campo, os azuis das águas ficaram completamente sem cor. Uma escuridão só!
Bruxa chefe: Ah é... uma escuridão só. Pois torça para que você não enxergue uma enorme luz no fim do túnel Míopa. Agora vá, imprestável! (volta para seu lugar batendo nas colegas) Pumpilha!!!
Pumpilha: Chamou bruxa chefe? (solta um pum) Ops! Desculpem. (todas as bruxinhas colocam a mão no nariz)
Bruxa chefe: Mas que coisa! O que é que essa bruxinha come? (abana o fedor) Conte suas maldades.
Pumpilha: Bem, eu espantei muitas crianças da floresta com meus... hehe... você sabe... poderosos puns! (solta um pum) Ops!
Bruxa chefe: Mas o que é isto? Contenha-se Pumpilha! Credo! Fiquei até tonta! Pode ir. Vá! Vá! Ande logo! Emola!!!
Emola (cabelo na frente da testa, vê-se apenas um olho): Aqui!
Bruxa chefe: O que tens para nos contar?
Emola: Infelizmente eu sou um fracasso. Minha vida é um eterno vazio. Nem ao menos consigo acabar com minha vida. Vejam, já tentei cortar os pulsos várias vezes.
Bruxa chefe: Por que não tenta cortar os pulsos dos pestinhas? Ah, vocês me envergonham. Pare de chorar, sua maluca. Ande, vá se recompor bruxinha. (Emola  volta  para seu lugar). Sua vez Ferona...
Ferona: As suas ordens bruxa chefe!
Bruxa chefe: Muito bem bruxinha, o que fizeste de maldade este ano?
Ferona: Hum... deixa eu ver... eu transformei a água do rio em lama, os dias de sol em noites de tempestade, o ar puro da floresta em fumaça  e ...
Bruxa chefe: Muito bem! Muito bem Ferona! Estão vendo bruxinhas imprestáveis. É assim que age uma verdadeira bruxa. Você, Ferona, será promovida à bruxa secretária e enquanto eu estiver viajando você tomará conta da floresta e destaszinhas ai.
Ferona: A bruxa chefe pretende se ausentar por algum tempo?
Bruxa chefe: Sim. Tenho um compromisso inadiável hoje, infelizmente, e é por isso que eu as chamei aqui. Hoje, como eu disse, é Natal, e a floresta está mais alegre do que nunca, é dever de todas vocês, fazerem de tudo para arruinarem este dia. O velho e “bondoso” Papai Noel já deve ter deixado seus presentes nas casas dos pestinhas. É hora de sair para fazer maldades. Destruam todos os brinquedos, acabem com a alegria de todos. Hahahahahaaa... Fui!!!!  (a bruxa chefe sai).
Ferona: Vocês ouviram. Eu sou a bruxa secretária, quem manda aqui agora sou eu. E eu já tenho um plano para hoje. Aproximem-se e prestem bem atenção. Não admito erros. O plano é o seguinte...         (Fecham-se as cortinas) 

CENA 2: as três crianças brincando de esconder na platéia vestidos de mosqueteiros.(quintal da casa da Sofia)
Entra em cena a primeira criança, Juca Esconde-se entre a platéia. Entra em cena a segunda criança, Sofia. Esconde-se entre a platéia. Entra em cena a terceira criança, Duda, procurando as outras duas.
Duda: Ah! Não vale. Eu nunca acho vocês. Juca! Sofia! Vamos! Apareçam! (os dois começam a rir). Ei! Onde vocês estão? Parem com isso!  (sobe no palco. Os dois dão um susto em Duda).
Juca e Sofia: Buuu!!!
Duda: Para! Não tem graça. (fica emburrada)
Juca: Ai, tadinha da Dudinha. Ela ficou com medo.
Sofia: Não se preocupe Dudinha, eu estou aqui para lhe proteger.
Juca: É! Nenhuma “bruxa” vai fazer mal a você.
Duda: Vocês não acreditam em mim, né? Mas eu tenho certeza que na floresta existem bruxas.
Sofia: A verdade é que toda criança que vai brincar lá, não quer mais voltar.
Duda: Vocês não viram o rio? Tá uma lama só. E aqueles dias que escureceram de repente.
Sofia: Sem falar na fumaça que vem da floresta.
Juca:  Ahhhhh. Essa é boa! O homem polui o rio, põe fogo na floresta, e a culpa é das bruxas!
Sofia: Você não vê Juca. Coisas estranhas acontecem naquela floresta.
Duda: E as crianças que voltam de lá também ficam muito estranhas.
Juca: Pois eu conversei agora mesmo com o João, e ele me disse que se divertiu muito lá.
Sofia: Ao serem perguntados, todos respondem que adoraram brincar lá, mas nunca mais voltam.
Juca: Vocês não acham que estão indo longe demais? Na verdade, não estão não. Nem eu. Não saímos do quintal da casa da Sofia. Que tal a gente ir lá, na floresta? Assim desvendamos o mistério. O que acham?
Duda: De jeito nenhum. Eu não entro lá.
Sofia: Pois eu acho que o Juca está certo. Nunca vamos saber se existem bruxas na floresta se não formos lá.
Duda: Minha mãe nunca vai deixar eu ir. Ela diz que é uma floresta muito perigosa.
Sofia: E ela nunca te disse por que é perigoso?
Duda: Parece que há alguns anos atrás, duas crianças entram lá e nunca mais saíram.
Juca: Por que você nunca nos contou isso Duda?
Sofia: Dudinha, isso é muito sério.
Duda: Eu sei, por isso eu tenho tanto medo.
Juca: Foi sua mãe que falou isso?
Duda: Não. Vocês lembram daquela reunião que teve na Igreja? Que só podia entrar os adultos? Pois é... minha irmãzinha se machucou e eu fui lá chamar minha mãe, quando cheguei escutei eles falando sobre o desaparecimento dessas crianças, parece que elas não eram daqui. Estavam só passeando.
Sofia: Mas e os pais delas?
Duda: Ninguém sabe deles.
Juca: Que sinistro!
Duda: Então... Eu ouvi eles dizerem também que já foram feitas várias buscas na floresta, mas não encontraram nada.
Sofia: Como sabem que as crianças se perderam lá?
Duda: Minha mãe viu quando elas entraram, elas até pediram um copo d´água lá em casa.
Sofia: Nossa! 
Juca: Sabe Sofia, estou começando a gostar dessas histórias de “bruxas”...
Sofia: Para Juca. Isso não é brincadeira.
Juca: Sim. Agora não é mais. Temos dados concretos na mão. Mais do que nunca, temos que entrar na floresta e achar essas crianças.
Sofia: Quer saber? Eu to dentro!
Juca: É assim que se fala Sofia. E você Dudinha? Vai amarelar?
Duda: Eu não sei... pode ser muito perigoso.
Juca: É exatamente disso que precisamos. Adrenalina!
Sofia: Vamos Duda. Vai ser nosso segredo. Nossa grande aventura!
Duda: Está bem. Mas ninguém pode saber disso.
Juca: Afinal... somos os três mosqueteiros!
Sofia: Mosqueteiras!
Juca: Sim! O grande mosqueteiro e suas mosqueteiretes... Um por todos!
Sofia e Duda: E todos por um!             
Os três saem cantando e dançando a música dos três mosqueteiros.

CENA 3: as bruxinhas na floresta e depois as três meninas
Ferona: Por aqui bruxinhas más... vamos passar a cola nesta árvore. As crianças adoram descansar debaixo dela depois de tanto brincarem.
Míopa: Deixa comigo Ferona. Eu passo a cola na árvore.  Assim está bom? (passando a cola na Emola)
Emola: Continua... pode ser que você consiga me deixar sem ar e assim termine logo com esta minha angústia, esta minha depressão, esse meu sentimentalismo barato que não sei de onde vem.
Tonton: Ei! Eu descobri porque a Míopa se chama Míopa! Ela não enxerga, tem miopia, daí Míopa. Que legal! Míopa, miopia. Hahahaha...
Todas olham para Tonton e balançam a cabeça.
Ferona: É por essas que você se chama Tonton!
Tonton: (para de rir) Não entendi!
Míopa: Ai gente desculpa. É que a Emola é tão introspectiva que eu a confundi com uma árvore. Há há há...
Pumpilha: Não fale assim da Emola, ela faz parte de uma tribo do século XXI. Está super na moda! (solta um pum) Desculpem-me. É mais forte do que eu.
Tonton: (com a mão no nariz) E você Pumpilha? Faz parte da tribo dos gambás? Que fedor!
Ferona: Êmola, passe a cola na árvore. Depressa, não podemos perder tempo. Já passam das nove da manhã, as pestinhas já devem estar saindo de suas casas para brincarem. Depressa!
Míopa: Ferona, você sabe que compromisso inadiável a bruxa chefe tinha?
Ferona: Nossa poderosa bruxa chefe foi nos representar no encontro anual de bruxas em Nova York.
Êmola: Pronto! Já passei a cola na árvore.
As bruxinhas escutam a cantoria das crianças e escondem-se atrás das árvores.
Entram as três crianças.
Sofia: Adorei estas fantasias de mosqueteiras que ganhamos de Natal.
Duda: Papai Noel sempre acerta né gente?
Juca: Se existisse Papai Noel mesmo, duvido que ele seria tão eficiente.
Sofia: Jucaaaa...  (fazendo sinal para não falar mais)
Duda: Como assim se existisse Papai Noel? Papai Noel não existe?
Juca: Dudinha... presta atenção: se não encontrarmos nenhuma bruxa nessa floresta, eu digo que Papai Noel não existe.
Duda: Nem a fada do Natal?
Juca: Não. Nem a fada do Natal.
Duda: Pois eu acredito em fada do Natal, em Papai Noel e infelizmente em bruxas.
Sofia: Papai Noel existe Dudinha e a fadinha do Natal também. E se existem também as bruxas, tenho certeza de que as fadas darão um jeito nelas. E pronto! Chega de falar nisso. Vamos descansar um pouco para continuarmos a busca pelas crianças desaparecidas.
Duda: Eu concordo com a Sofia. Estamos andando por essa floresta há mais de uma hora. Cansei!
Juca: Pois eu não. Ando mais duas horas sem parar se for precisar. Vocês duas são muito molengas.
Sofia: Ah está bem Juca. Então você continua sozinho porque eu e a Dudinha vamos descansar um pouco. (senta do lado da árvore com cola)
Duda: Vou sentar debaixo dessa árvore só um pouquinho.  (senta na árvore com cola)
As bruxinhas começam a dar gargalhadas.
Juca: Que barulho é esse? Que sinistro! 
Sofia: É melhor irmos embora.
Duda: Hei! Eu não consigo sair daqui.
Sofia: Eu te ajudo Dudinha. O que isso? Você está grudada na árvore.
Juca: Vamos meninas, parem de brincar.
Duda: Eu estou colada Juca.    (Juca tenta soltá-la)
Juca: Não é possível. O que está acontecendo?
Entram as bruxinhas rindo e cercando as meninas. Juca e Sofia conseguem fugir, escondem-se atrás das árvores. Duda fica presa na árvore com as bruxas rindo ao seu redor.
Duda: Socorroooo! Me tirem daqui!
Ferona: Hahahaha.. está com medo menininha? Ah... parece uma franguinha.
Míopa: Boa idéia Ferona. Vamos transformá-la numa franguinha.
Pumpilha: Posso? (começa o feitiço)
Pumpilha diz algumas palavras estranhas, a luz baixa, e aparece uma galinha numa gaiola no lugar da menina.
Ferona: Olha que coisa mais horrível.
Míopa: Ahhh... eu até que achei bonitinha.
Emola: Me solta Míopa!
Míopa: Desculpa. Cadê ela?
Tonton: Aqui ô! Gente, ela é mesmo bonitinha. Posso ficar com ela
Pumpilha: Fala sério Tonton. Ops! (solta um pum)
Ferona: Credo!. Vamos bruxinhas... acabamos nosso serviço por aqui...
Emola: Como fede!
Tonton: Ahhhh deixa eu levá-la comigo...
Ferona: Vamos!!
As bruxinhas saem. Entram Sofia e Juca.
Sofia: Dudinha! Tadinha dela! Transformada numa galinha. Vamos Juca! Temos que contar tudo para os pais dela e pedir ajudar para combater essas bruxas.
Juca: É... realmente elas existem. A Duda tinha razão em ter medo. Coitadinha. Vamos!!!

CENA 4: as duas meninas e a galinha na platéia (quintal da casa da Sofia)
Sofia: Eu não acredito nisso Juca! A gente não consegue dizer nada sobre o que aconteceu na floresta.
Juca: Sinistro! Toda vez que a gente vai falar das bruxas com alguém, começamos a dizer outras coisas.
Sofia: Sabe o que é isso? Feitiço. Agora eu entendo porque as crianças que brincaram na floresta não voltam mais lá.
Juca: É. Por isso que o João falou que é muito divertido. Ele não consegue dizer a verdade. Garanto que ele também viu as bruxas.
Sofia: Estamos perdidos!
Juca: O pior é que a sua mãe quer fazer a Duda de almoço.
Sofia: Os pais da Duda tinham que viajar justo hoje? E o pior é que não deu tempo de falar para minha mãe que a Duda ia ficar lá em casa, ninguém vai dar falta dela pelo menos até amanhã.
Juca: Pior! O que faremos?
Sofia: Vamos tentar falar com algumas crianças, pode ser que elas saibam de alguma coisa.
Juca: Sim. Mas temos que continuar procurando as crianças que desapareceram, elas podem estar em perigo e quem sabe podem nos ajudar com a Duda?
Sofia: Vamos Juca. E se for preciso entrar de novo naquela floresta para salvar a Duda eu topo!
Juca: Eu também. Afinal, ainda somos o mosqueteiro e sua mosqueteirete!
Sofia: Será que a Dudinha entende o que estamos falando? 
Juca: Claro que sim, ela é uma mosqueteira! Galinha! Uma galinha mosqueteiraaaaaa!
Sofia: Um por todos!
Sofia e Juca: E todos por um!  (eles saem cantando e dançando a música dos três mosqueteiros)
BLACKOUT
CENA 5: Uma senhora e um senhor na floresta. Depois as crianças e as bruxas
Marta: Você está com fome Pedro?
Pedro: Sim. Será que as crianças deixaram alguma coisa pra gente comer hoje?
Marta: Com certeza, elas nunca esquecem da gente. Quer ver?  (olha atrás da árvore e encontra dois sanduíches. Pega um e dá um para Pedro) Viu? Toma!
Pedro (comendo): Será que algum dia vamos conseguir sair daqui e contar tudo o que aconteceu?
Marta (comendo): Pelo menos conseguimos falar com essas crianças, se não fossem elas, o que seria de nós?
Pedro: É verdade, Marta. Coitadinhas! Sofreram tanto com essas bruxas.
Marta: Alguém algum dia vai ter que acabar com essas bruxas. Eu só espero que não demore muito.
Pedro: Tenho certeza que elas fizeram muita maldade hoje. Lembra, Marta? Foi no Natal passado...
Marta: Como poderia esquecer? Estava um dia lindo, tomamos café, pegamos nossas bicicletas novas e saímos sem rumo... (Os dois escutam as crianças cantando) Pedro, escuta! Está vindo alguém. Acho que são as crianças.
Entram Juca, Sofia e a galinha Duda.
Juca: Aqui Sofia. Foi nessa árvore que a Dudinha...   (vê os velhinhos)
Sofia: Olha, Juca. Um senhor e uma senhora.
Juca: Olá! Muito prazer, meu nome é Juca.
Sofia: Muito prazer! Sofia!
Marta: Olá Juca! Olá Sofia!
Pedro: Prazer! Pedro!
Marta: Eu sou a Marta.
Juca: Engraçado! Nunca vi vocês por aqui.
Sofia: Nem eu.
Marta: É uma história bem esquisita. Posso tentar contar... mas creio que não vou conseguir.
Sofia: Eu sei bem como é.
Juca: Sofia? Será que...
Pedro: E esta galinha? Que bonitinha. É de estimação?
Sofia: Na verdade é mais que isso!
Juca: Vou tentar Sofia. Vou tentar contar. Uma bruxa... hei... eu estou contando...
Sofia: Fala logo Juca...
Pedro: Ele disse bruxa?
Marta: Sim...
Juca: Uma bruxa transformou nossa amiga Dudinha em galinha. Falei! Falei!
Sofia: O que elas fizeram com vocês?
Marta: Que bom poder falar...
Pedro: Até hoje só conseguimos contar para duas crianças, e agora vocês...
Sofia: Essas duas crianças, por acaso são as que estão desaparecidas há um ano?
Marta: Na verdade meninas...
Entram as bruxas rindo.
Ferona: Ora, ora... o que temos aqui?
Tonton: Olá galinha bonitinha?  
Pumpilha: E estes velhinhos são tão fofinhos...
Emola: Que cena deprimente!
Míopa: Deixa eu pegar na galinha?   (pega a Emola)
Emola: Você tem alguma coisa contra mim, Míopa?
Ferona: Vejam! Eles estão assustados. Adorooooooo
As bruxas começam a rir e imitar as crianças... enquanto isso todos fogem.
Pumpilha: Eles estão fugindo...
Ferona: Deixem! Eles já estão sofrendo bastante com nossos feitiços. Vamos procurar outras pestinhas para fazer maldades. Hahahaha...
As bruxas saem. As crianças e os velhinhos voltam.

CENA 6: Os dois velhinhos e as crianças com a galinha
Juca: A minha vontade é dar um murro na fuça dessas bruxas.
Sofia: Eu não agüento mais tanta maldade. E a Dudinha? O que faremos com ela?
Marta: Precisamos achar uma solução para desfazer os encantos.
Pedro: Só um milagre pode nos ajudar!
Sofia: Ei... peraí... hoje é Natal! Nascimento do menino Jesus. Vocês querem dia melhor para acontecer um milagre?
Juca: Lá vem a Sofia com as crendices dela.
Marta: Mas ela está certa. Temos que acreditar.
Pedro: Basta saber como se pede um milagre.
Marta: Rezando, Pedro. Rezando.
Sofia: Sim. Rezando e acreditando. Afinal, se existem bruxas... existem fadas. A Dudinha estava certa.
Pedro: Eu não sei vocês, mas eu acredito em Papai Noel e na fada do Natal.
Marta: Eu também.
Juca: Que trechi. Dois velhinhos acreditando em Papai Noel e em fadas.
Sofia: Juca! Você decide. Ou está com a gente ou não está. Precisamos de muita fé por aqui.
Juca: Está bem. Pela Dudinha e por nossa aventura, mosqueteira!
Sofia: É assim que se fala. Um por todos...
Todos: E todos por um!
Sofia: Agora, eu quero que todos se concentrem e tenham fé... vamos rezar para pedir que Papai Noel nos envie a fada do Natal para acabar com essas bruxas, ok? Prontos?
Todas: Sim.
Todos: Pai nosso... Ave Maria...
Sofia: Papai Noel... por favor, nos ajude. Eu prometo que não peço nada para você no Natal que vem...  (faz sinal para a Juca também prometer.)
Juca: Tudo bem. Eu também não vou pedir nada.
Marta: Nem eu.
Pedro: Eu também não.
Juca: Como assim?
Sofia: Silêncio! Então Papai Noel... como eu ia dizendo... nós precisamos da sua ajuda para acabar com essas bruxas. Elas já fizeram muita maldade. O senhor podia, por favor, enviar a fada do Natal pra nos salvar?
As luzes piscam. Entra a fada do Natal.
Todos: Ohhhh....
Fada: Olá! Por acaso vocês solicitaram os meus serviços?
Sofia: Sim. Você é a fada do Natal?
Fada: Sou sim.
Marta: Por que não pensamos nisso antes, Pedro?
Pedro: Eu não podia imaginar, Marta.
Juca: Nem eu. Mas onde está o Papai Noel? Nunca vimos ele.
Fada: Papai Noel é muito ocupado. Sabe, nessa época, até eu acabo fazendo um biquinho. Mas digam aí... o que tá rolando?
Sofia: Não sei nem por onde começar...
Juca: Vamos começar pelo começo...
Marta: Desculpem, crianças. Mas se vamos começar pelo começo... acho que Pedro e eu devíamos falar primeiro.
Pedro: Marta está certa. Acredito que nós dois fomos as primeiras vítimas daquelas bruxas.
Fada: Bruxas? Onde?
Sofia: Nessa floresta, fada.
Fada: E quantas são?
Juca: São cinco. Cinco bruxas sinistras.
Pedro: Bem, como eu ia dizendo... essas cinco bruxas no Natal passado nos transformaram nisso.
Juca: Nisso o quê? Tô vendo nenhuma galinha aqui. Sabe, dona fada, elas transformaram a Duda, uma amiga nossa, em galinha. Olhe!  (mostra a galinha)
Sofia: Você pode nos ajudar fada?
Fada (olhando a galinha) : Oras, mas o que foi que essas bruxinhas más fizeram com você pequeninha?
Marta: Pois elas nos transformaram também... só que em velhinhos.
Pedro: Como eu ia dizendo... somos duas crianças transformadas em velhinhos.
Sofia: Duas crianças? Juca, será que...
Juca: É... é sim Sofia. Elas são as duas crianças que desapareceram na floresta o ano passado.
Marta: Somos sim.
Fada: Olha, eu vou dizer uma coisa: essas bruxas precisam de amor no coração. Quanta maldade! Cruz, credo!
Sofia: Será que você pode nos ajudar fada?
Pedro: Por favor!
Fada: Bem... Não existe poder maior que o da palavra. Vamos tentar usá-lo com essas bruxinhas.
Juca: Acho uma perda de tempo. Por que você não usa logo os seus poderes?
Marta: Fada faz encantos, não faz?
Fada: Só quando precisamos. Hoje, é um dia especial, e as pessoas costumam ficar mais vulneráveis. Vou usar o encanto do Natal para comover as bruxinhas. Agora vamos atrás delas.
Sofia: E a Dudinha? Vai ficar assim?
Pedro: E a gente?
Fada: Não se preocupem. Quem fez o feitiço, irá desfazê-lo. Vamos!
Todas saem de cena.             


CENA 7: As bruxinhas na floresta (entrando uma de cada vez)
Emola: Estou entediada. Deprimida. Acabada!
Tonton: Eu estou bem tontinha... de tanto rodar essa floresta atrás de crianças para assustar.
Míopa: Estou tão cansada que não consigo enxergar mais nada na minha frente...
Ferona: Desta vez tenho que concordar com vocês. Estou exausta!
Pumpilha (entrando por último): Por que vocês sempre me deixam voando atrás, heim?
Emola: Porque você fede!
Ferona: Tudo bem, bruxinhas. Vamos descansar um pouco.
As bruxinhas pegam no sono. Entram as crianças, os velhinhos, a galinha e a fada. Ficam espiando as bruxinhas e comentando:
Marta: Ali estão elas.
Juca: Que vontade de grudar no pescoço delas.
Fada: Calma!. Fiquem aqui e observem. 
]A fada entra em cena e deixa um presente de Natal para cada bruxinha com uma dedicatória, depois volta para espiá-las junto com os outros.
Pumpilha (largando um pum) Ops! Desculpem! (vê os presentes) Mas o que é isto? Será que... não! não pode ser! É um presente? Mas quem daria um presente para uma bruxa? Papai Noel?
Hei! Acordem. Acordem bruxinhas!
Ferona: Hã? Deixa comigo! (solta um raio)
Tonton: Quem? O que? Onde? Como?
Míopa: Que barulho foi esse?
Emola: Alguém tentou me matar? Conseguiu?
Pumpilha: Vejam bruxinhas! São presentes! Acho que Papai Noel passou por aqui.
Ferona: Não fale bobagem, Pumpilha. Imagina, Papai Noel... nem quando éramos crianças, ele nos trazia presentes.
Míopa: Isso é verdade. Ninguém naquele orfanato ganhava presentes.
Tonton: Vai ver que Papai Noel escondia tão bem os presentes que a gente não achava.
Emola: Pois eu acho que foi melhor assim. Seria muita alegria para mim.
Pumpilha: Em vez de ficarmos discutindo, por que não abrimos os presentes, hã? (abrindo)
Tonton: Eu abro primeiro. (abrindo)
Míopa: Vamos Ferona… abra o seu… Emola... (abrindo)
Emola: Acho que vou chorar!   (abrindo)
Ferona: Já que todas vão abrir...  (começa a abrir também)
Pumpilha: O Shrek? Eu sempre quis ganhar o Shrek.
Tonton: Um palhaçinho. Que bonitinho.
Míopa: Um óculos! Hei... eu posso enxergar!
Emola: Uma roupa colorida?
Ferona: A boneca que eu sempre quis ter!        

CENA 8: As bruxinhas e a fada, depois a bruxa. Entram também as crianças e os velhinhos que ficaram espiando.
Fada: Olá bruxinhas!
Ferona: Uma fada? O que você faz aqui?
Fada: Ferona. Míopa, Pumpilha, Emola eTonton. As cinco meninas que viveram num orfanato sob o comando de Cruela. O que foi que ela fez com vocês? Eram tão boazinhas. Transformadas em bruxinhas más.
Ferona: O que você sabe fada?
Fada: O que vocês não sabem.
Emola: E o que é que não sabemos?
Fada: Papai Noel nunca esqueceu de vocês. Cruela, mais conhecida como bruxa chefe, sempre escondeu todos os presentes que ele mandava... despertando em vocês o ódio, a tristeza e o pior... a sede de vingança. Vocês só atacam as crianças porque tem inveja delas, principalmente no Natal.                                     
Entra em cena a bruxa chefe soltando um raio. Ele atinge a fada que cai no chão. Ela entra. A fada machucada levanta-se.
Bruxa chefe: Ora, ora... quem eu encontro por aqui e fazendo a cabeça das minhas subordinadas.
Fada: Eu sabia que chegaria a hora do acerto de contas, Cruela. Você já fez muito mal a estas meninas. Chega!          
A fada solta um raio e a bruxa chefe cai no chão.
Bruxa chefe: Ora sua... tome!    (solta outro raio)
Fada: Ah é? Vem cá que eu vou te arrancar os cabelos sua bruxa.  (briga de cabelos)
Bruxa chefe: Fadinha metida. (brigando)
Fada: E você? Bruxa fedida, nojenta, fora de moda.
Bruxa chefe: Ahhh... eu vou acabar com você... (se prepara para fazer uma magia. As bruxinhas a impedem. Ferona com seu raio deixa os braços da bruxa chefe paralisados)
Bruxa chefe: Mas o que é isso? Bruxinhas... o que vocês estão fazendo? Ferona?
Ferona: Deixamos de ser suas subordinadas Cruela.
Emola: Em pensar que eu quase cortei meus pulsos.
Míopa: Agora eu vejo quem é você bruxa chefe.
Tonton: Quanta maldade!
Pumpilha: Sabe o que eu comi hoje bruxa? Repolho! (passa na frente dela e solta um pum)
Bruxa chefe: Aiii... vocês me pagam! Vocês vão se arrepender de terem me tratado assim. Eu, que cuidei de vocês com tanta dedicação...
Ferona: Realmente.  (solta um raio fazendo as mãos da bruxa chefe irem para trás) Você se dedicou muito em nos transformar em suas escravas.
Emola: E as maldades que nos fez fazer. Vejam, coitadinha da menininha... transformada em galinha.
Pumpilha: E estas crianças em velhinhos.
Míopa: Ainda bem que vocês perceberam.. achei que só eu estava vendo isso.
Tonton: Precisamos desfazer os feitiços.
Fada: Por favor, bruxinhas. Creio que estas crianças já sofreram o bastante.
Sofia: Estou com medo, fada. E se elas fizerem mais maldade com a Duda.
Pedro: Podemos realmente confiar nessas bruxas?
Marta: Bruxas podem ficar boas?
Juca: Sei não...
Fada: Não se preocupem, existem bruxas boas, vocês não conhecem a história da bruxinha que era boa? Então, elas só precisam de carinho, compreensão, amor, amizade... como todas as pessoas do mundo.
Ferona: Bem, eu acho que devo desculpas a todos vocês. Em nome das bruxinhas, “que eram más”, eu peço perdão.   (ajoelha-se. Todos se olham até que...)
Sofia: Ah.... está bem, está perdoada.
Ferona: Obrigada. Precisamos do perdão de vocês para reconstruírmos nossas vidas.
Bruxa chefe: Quanta lenga lenga...
Juca: Ei, e a Dudinha? Conseguimos livrá-la de ser almoço, agora janta eu não sei não.
Míopa: Eu gostaria de desfazer o feitiço.
Emola: A galinha está ali...
Míopa: Eu estou vendo agora Emola, não se preocupe.
Fada: Pois bem, é com você Míopa.
Míopa: “Se um dia mal te fiz, não foi porque quis, um dia transformada em galinha; hoje, na presença de uma fadinha, voltes a ser feliz.”
Blackout. Transformação: Sai a galinha, aparece a Duda.
Duda: Eu voltei! Eu voltei! Sou uma menina de novo.
Sofia: Que saudade Dudinha.
Juca: A nossa mosqueteira está de voltaaa!   (os três se abraçam)
Míopa: Eu consegui. Posso fazer feitiço para o bem.
Fada: Todas vocês podem. É só querer!
Tonton: Eu posso tentar?
Fada: Claro, Tonton.
Tonton: “Um dia irão envelhecer, não por feitiço, mas porque todos devem crescer... mas hoje tenho o prazer de suas infâncias devolver”...
Blackout. Transformação: Sai os velhinhos e entram as crianças com a mesma roupa que os velhinhos estavam.

CENA 9: Os mesmos e as duas crianças que eram velhas.
Pedro menino: Eu sou criança outra vez.
Marta menina: Pedro, é você?
Pedro menino: Marta? Marta, nós voltamos. Voltamos a ser crianças.
Marta menina: Obrigada fada. Obrigada bruxinhas.
Bruxa chefe: Quanta melação.
Fada: Chegou a sua vez Cruela.
Ferona: O que vamos fazer com ela?
Fada: Vamos deixar o destino desta bruxa nas mãos das crianças que mais sofreram com suas maldades. Marta e pedro.
Marta menina: Eu tenho uma idéia.   (cochicha no ouvido de Pedro)
Pedro menino: Sim, temos uma ótima idéia.
Marta menina: A bruxa chefe detesta Natal, estragou durante anos os natais de muitas crianças...
Pedro menino: inclusive das bruxinhas que “eram” más.
Marta menina: portanto, nada mais justo que a partir de hoje...
Pedro menino: ela encante os natais das crianças...
Marta menina: e dê mais brilho a esta floresta...
Pedro menino: Transformando-se em uma iluminada...
Marta menina: árvore de Natal.
Bruxa chefe: Nãooooo...
Duda: Eu gostei.
Sofia: Boa idéia.
Juca: Manero.
Fada: O que acham bruxinhas?
Ferona: Eu concordo.
Pumpilha: Bora...
Emola: Fechô.
Míopa: já é.
Tonton: Demoro!
Fada: Pois então, deixem comigo. Eu faço questão. “Bruxa má, tudo que tiraste dessas bruxinhas; hoje, vais devolver; para pagar os natais perdidos, uma árvore vais ser.”
Blackout. Transformação: Sai a bruxa chefe e coloca-se uma linda árvore de natal iluminada no centro do placo.
Todas riem.
Duda: Que árvore linda.
Sofia: Quem diria que aquela bruxa feia ficaria assim tão bonita.
Juca: Transformação radical.
Marta menina: Ela teve o que merecia.
Pedro menino: E as bruxinhas também. “uma árvore de Natal”.
Fada: E este é apenas o primeiro Natal de muitos que ela irá iluminar.
Ferona: E agora?
Marta menina: Agora?
Pedro menino: Agora é comemorar o Natal.
Tonton: Como?
Fada: Cantandoooo....               
Música de Natal. Todos cantam!!l       
FIM

Nenhum comentário:

Postar um comentário