As Bruxinhas
que eram
más
Espetáculo infantil de
Karen Schiller
Registrada em
28/06/2012
Release
“As bruxinhas que eram más” é um espetáculo infantil de Natal.
A história se passa no dia 25 de dezembro, na “Floresta do Corgo”, onde moram
cinco bruxinhas e a bruxa chefe. Perto desta floresta há uma cidadezinha onde
moram os três protagonistas da história: Duda, Sofia e Juca. Estes três
curiosos com a possível existência de bruxas na floresta, resolvem ir até lá
para desvendar o mistério de duas crianças desaparecidas no natal passado. A
partir daí bruxarias são realizadas e feitiços são desfeitos. E até a fada do
natal participa desta história encantada. E o papai Noel? Existe! Assim como a
magia deste lindo dia de Natal.
Personagens
Bruxa chefe
Bruxinha
Êmola
Bruxinha
Ferona
Bruxinha
Pumpilha
Bruxinha
Tonton
Bruxinha
Míopa
Duda
Juca
Sofia
Pedro velho
Marta velha
Pedro menino
Marta menina
Fada do
Natal
O
cenário da peça é uma floresta; porém há cenas que se passam a frente da
cortina e na platéia.
Abertura:
Cortina aberta. Meia luz. Som de bichos da floresta para a platéia se situar.
Entram pela platéia as cinco bruxinhas em cima de suas vassouras dando
gargalhadas.
Cena 1: As bruxinhas na Floresta
Bruxa chefe (de dentro
da coxia): Silêncioooo!!!
As bruxinhas sobem no palco (encostam suas
vassouras na parede e formam uma fila de frente para a platéia. Ordem: Ferona, Emola,
Pumpilha, Míopa (que ao chegar empurra todas) e Tonton (que ao ver as colegas
caindo ri muito). Neste momento Ferona manda um feitiço para fechar a boca de
Tonton)
Bruxa chefe (entrando
em cena): Mas que bagunça é essa na minha floresta? Ajeitem-se. Isso aqui
não é um jardim de infância. Aliás, vocês sabem que dia é hoje? (todas
balançam a cabeça fazendo sinal de negativo) Hoje é aquele dia tão esperado
pelas crianças... o dia em que todas as pestinhas do mundo aguardam pela
chegada do velho e acabado Papai Noel. Eca! (dá uma cuspida no chão). A floresta no dia de Natal fica cheia
dessas pestinhas alegres brincando com seus brinquedinhos que ganharam de
Natal. Eca! (cuspida) Portanto,
bruxas da floresta do Corgo, mais do que nunca, hoje é dia de fazer muita
maldade, é dia de tirar a alegria dessas pestinhas e fazer com que o Natal
delas se transforme no pior dia de suas vidas. Hahahahahaa....
(Todas as bruxas começam a rir, menos Tonton que
está com a boca fechada.) Muito bem! Vamos para a chamada. Tonton! (ela vai até a frente e não consegue falar) Mas o que? Hã? Fala
criatura! Ah... Ferona, desfaça o feitiço.
Ferona aponta o dedo e o feitiço se desfaz
Bruxa chefe: Sempre vocês duas. Pois bem. O que fizeste de mal este ano Tonton?
Tonton: Eu... (ri)
Eu... (ri) Eu... (ri)...
Bruxa chefe: Fala logo estrupício!
Tonton: Eu escondi as roupas dos meninos que (ri) estavam tomando banho de rio (ri).
Bruxa chefe: Oras, mas isso é muito pouco... por que não
os afogou no rio?
Tonton: A minha intenção era outra! (ri).
Bruxa chefe: Pois bem, e o que mais fizeste?
Tonton: Eu roubei os doces das crianças e as assustei com
minhas gargalhadas. (ri)
Bruxa chefe: Suponho que seja essa gargalhada.
Tonton: Sim! (ri).
Bruxa chefe: Basta Tonton! A cada ano que passa você me
decepciona mais. Míopa!
Tonton volta para seu lugar. Míopa vem ao centro e
fica em diagonal
Míopa: Estou aqui bruxa chefe!
Bruxa chefe: Sim, eu estou vendo. Basta saber se você
está me vendo?
Míopa: Sim. Preciso dizer-lhe bruxa chefe que você está
cada vez mais esbelta, poderosa, bem vestida...
Bruxa chefe: Chega Míopa. Você não enxerga um palmo a
sua frente. E é por isso que presumo, tenha sido você a responsável pelo
colorido da floresta do outro lado do rio.
Míopa: Não, bruxa chefe. Eu fiz exatamente o que me
pediu. Todas as flores, as frutas, os verdes do campo, os azuis das águas
ficaram completamente sem cor. Uma escuridão só!
Bruxa chefe: Ah é... uma escuridão só. Pois torça para
que você não enxergue uma enorme luz no fim do túnel Míopa. Agora vá, imprestável!
(volta para seu lugar batendo nas
colegas) Pumpilha!!!
Pumpilha: Chamou bruxa chefe? (solta um pum) Ops! Desculpem. (todas
as bruxinhas colocam a mão no nariz)
Bruxa chefe: Mas que coisa! O que é que essa bruxinha
come? (abana o fedor) Conte suas
maldades.
Pumpilha: Bem, eu espantei muitas crianças da floresta com
meus... hehe... você sabe... poderosos puns! (solta um pum) Ops!
Bruxa chefe: Mas o que é isto? Contenha-se Pumpilha!
Credo! Fiquei até tonta! Pode ir. Vá! Vá! Ande logo! Emola!!!
Emola (cabelo na
frente da testa, vê-se apenas um olho): Aqui!
Bruxa chefe: O que tens para nos contar?
Emola: Infelizmente eu sou um fracasso. Minha vida é um
eterno vazio. Nem ao menos consigo acabar com minha vida. Vejam, já tentei
cortar os pulsos várias vezes.
Bruxa chefe: Por que não tenta cortar os pulsos dos
pestinhas? Ah, vocês me envergonham. Pare de chorar, sua maluca. Ande, vá se
recompor bruxinha. (Emola volta
para seu lugar). Sua vez Ferona...
Ferona: As suas ordens bruxa chefe!
Bruxa chefe: Muito bem bruxinha, o que fizeste de
maldade este ano?
Ferona: Hum... deixa eu ver... eu transformei a água do
rio em lama, os dias de sol em noites de tempestade, o ar puro da floresta em
fumaça e ...
Bruxa chefe: Muito bem! Muito bem Ferona! Estão vendo
bruxinhas imprestáveis. É assim que age uma verdadeira bruxa. Você, Ferona,
será promovida à bruxa secretária e enquanto eu estiver viajando você tomará
conta da floresta e destaszinhas ai.
Ferona: A bruxa chefe pretende se ausentar por algum
tempo?
Bruxa chefe: Sim. Tenho um compromisso inadiável hoje,
infelizmente, e é por isso que eu as chamei aqui. Hoje, como eu disse, é Natal,
e a floresta está mais alegre do que nunca, é dever de todas vocês, fazerem de
tudo para arruinarem este dia. O velho e “bondoso” Papai Noel já deve ter
deixado seus presentes nas casas dos pestinhas. É hora de sair para fazer
maldades. Destruam todos os brinquedos, acabem com a alegria de todos. Hahahahahaaa...
Fui!!!! (a bruxa chefe sai).
Ferona: Vocês ouviram. Eu sou a bruxa secretária, quem
manda aqui agora sou eu. E eu já tenho um plano para hoje. Aproximem-se e
prestem bem atenção. Não admito erros. O plano é o seguinte... (Fecham-se
as cortinas)
CENA 2: as três crianças brincando de esconder na platéia
vestidos de mosqueteiros.(quintal da casa da Sofia)
Entra em cena a primeira criança, Juca Esconde-se
entre a platéia. Entra em cena a segunda criança, Sofia. Esconde-se entre a
platéia. Entra em cena a terceira criança, Duda, procurando as outras duas.
Duda: Ah! Não vale. Eu nunca acho vocês. Juca! Sofia!
Vamos! Apareçam! (os dois começam a rir).
Ei! Onde vocês estão? Parem com isso! (sobe no palco. Os dois dão um susto em
Duda).
Juca e Sofia: Buuu!!!
Duda: Para! Não tem graça. (fica emburrada)
Juca: Ai, tadinha da Dudinha. Ela ficou com medo.
Sofia: Não se preocupe Dudinha, eu estou aqui para lhe
proteger.
Juca: É! Nenhuma “bruxa” vai fazer mal a você.
Duda: Vocês não acreditam em mim, né? Mas eu tenho certeza
que na floresta existem bruxas.
Sofia: A verdade é que toda criança que vai brincar lá,
não quer mais voltar.
Duda: Vocês não viram o rio? Tá uma lama só. E aqueles
dias que escureceram de repente.
Sofia: Sem falar na fumaça que vem da floresta.
Juca: Ahhhhh.
Essa é boa! O homem polui o rio, põe fogo na floresta, e a culpa é das bruxas!
Sofia: Você não vê Juca. Coisas estranhas acontecem
naquela floresta.
Duda: E as crianças que voltam de lá também ficam muito
estranhas.
Juca: Pois eu conversei agora mesmo com o João, e ele
me disse que se divertiu muito lá.
Sofia: Ao serem perguntados, todos respondem que
adoraram brincar lá, mas nunca mais voltam.
Juca: Vocês não acham que estão indo longe demais? Na
verdade, não estão não. Nem eu. Não saímos do quintal da casa da Sofia. Que tal
a gente ir lá, na floresta? Assim desvendamos o mistério. O que acham?
Duda: De jeito nenhum. Eu não entro lá.
Sofia: Pois eu acho que o Juca está certo. Nunca vamos
saber se existem bruxas na floresta se não formos lá.
Duda: Minha mãe nunca vai deixar eu ir. Ela diz que é
uma floresta muito perigosa.
Sofia: E ela nunca te disse por que é perigoso?
Duda: Parece que há alguns anos atrás, duas crianças
entram lá e nunca mais saíram.
Juca: Por que você nunca nos contou isso Duda?
Sofia: Dudinha, isso é muito sério.
Duda: Eu sei, por isso eu tenho tanto medo.
Juca: Foi sua mãe que falou isso?
Duda: Não. Vocês lembram daquela reunião que teve na
Igreja? Que só podia entrar os adultos? Pois é... minha irmãzinha se machucou e
eu fui lá chamar minha mãe, quando cheguei escutei eles falando sobre o
desaparecimento dessas crianças, parece que elas não eram daqui. Estavam só
passeando.
Sofia: Mas e os pais delas?
Duda: Ninguém sabe deles.
Juca: Que sinistro!
Duda: Então... Eu ouvi eles dizerem também que já foram
feitas várias buscas na floresta, mas não encontraram nada.
Sofia: Como sabem que as crianças se perderam lá?
Duda: Minha mãe viu quando elas entraram, elas até
pediram um copo d´água lá em casa.
Sofia: Nossa!
Juca: Sabe Sofia, estou começando a gostar dessas
histórias de “bruxas”...
Sofia: Para Juca. Isso não é brincadeira.
Juca: Sim. Agora não é mais. Temos dados concretos na
mão. Mais do que nunca, temos que entrar na floresta e achar essas crianças.
Sofia: Quer saber? Eu to dentro!
Juca: É assim que se fala Sofia. E você Dudinha? Vai
amarelar?
Duda: Eu não sei... pode ser muito perigoso.
Juca: É exatamente disso que precisamos. Adrenalina!
Sofia: Vamos Duda. Vai ser nosso segredo. Nossa grande
aventura!
Duda: Está bem. Mas ninguém pode saber disso.
Juca: Afinal... somos os três mosqueteiros!
Sofia: Mosqueteiras!
Juca: Sim! O grande mosqueteiro e suas
mosqueteiretes... Um por todos!
Sofia e Duda: E todos por um!
Os três saem cantando e dançando a música dos três
mosqueteiros.
CENA 3: as bruxinhas na floresta e depois as três meninas
Ferona: Por aqui bruxinhas más... vamos passar a cola
nesta árvore. As crianças adoram descansar debaixo dela depois de tanto
brincarem.
Míopa: Deixa comigo Ferona. Eu passo a cola na
árvore. Assim está bom? (passando a cola na Emola)
Emola: Continua... pode ser que você consiga me deixar
sem ar e assim termine logo com esta minha angústia, esta minha depressão, esse
meu sentimentalismo barato que não sei de onde vem.
Tonton: Ei! Eu descobri porque a Míopa se chama Míopa!
Ela não enxerga, tem miopia, daí Míopa. Que legal! Míopa, miopia. Hahahaha...
Todas olham para Tonton e balançam a cabeça.
Ferona: É por essas que você se chama Tonton!
Tonton: (para de
rir) Não entendi!
Míopa: Ai gente desculpa. É que a Emola é tão
introspectiva que eu a confundi com uma árvore. Há há há...
Pumpilha: Não fale assim da Emola, ela faz parte de uma
tribo do século XXI. Está super na moda! (solta
um pum) Desculpem-me. É mais forte do que eu.
Tonton: (com a mão
no nariz) E você Pumpilha? Faz parte
da tribo dos gambás? Que fedor!
Ferona: Êmola, passe a cola na árvore. Depressa, não
podemos perder tempo. Já passam das nove da manhã, as pestinhas já devem estar
saindo de suas casas para brincarem. Depressa!
Míopa: Ferona, você sabe que compromisso inadiável a
bruxa chefe tinha?
Ferona: Nossa poderosa bruxa chefe foi nos representar no
encontro anual de bruxas em Nova York.
Êmola: Pronto! Já passei a cola na árvore.
As bruxinhas escutam a cantoria das crianças e
escondem-se atrás das árvores.
Entram as três crianças.
Sofia: Adorei estas fantasias de mosqueteiras que
ganhamos de Natal.
Duda: Papai Noel sempre acerta né gente?
Juca: Se existisse Papai Noel mesmo, duvido que ele
seria tão eficiente.
Sofia: Jucaaaa...
(fazendo sinal para não falar
mais)
Duda: Como assim se existisse Papai Noel? Papai Noel não
existe?
Juca: Dudinha... presta atenção: se não encontrarmos
nenhuma bruxa nessa floresta, eu digo que Papai Noel não existe.
Duda: Nem a fada do Natal?
Juca: Não. Nem a fada do Natal.
Duda: Pois eu
acredito em fada do Natal, em Papai Noel e infelizmente em bruxas.
Sofia: Papai Noel existe Dudinha e a fadinha do Natal
também. E se existem também as bruxas, tenho certeza de que as fadas darão um
jeito nelas. E pronto! Chega de falar nisso. Vamos descansar um pouco para
continuarmos a busca pelas crianças desaparecidas.
Duda: Eu concordo com a Sofia. Estamos andando por essa
floresta há mais de uma hora. Cansei!
Juca: Pois eu não. Ando mais duas horas sem parar se
for precisar. Vocês duas são muito molengas.
Sofia: Ah está bem Juca. Então você continua sozinho
porque eu e a Dudinha vamos descansar um pouco. (senta do lado da árvore com cola)
Duda: Vou sentar debaixo dessa árvore só um
pouquinho. (senta na árvore com cola)
As bruxinhas começam a dar gargalhadas.
Juca: Que barulho é esse? Que sinistro!
Sofia: É melhor irmos embora.
Duda: Hei! Eu não consigo sair daqui.
Sofia: Eu te ajudo Dudinha. O que isso? Você está grudada
na árvore.
Juca: Vamos meninas, parem de brincar.
Duda: Eu estou colada Juca. (Juca
tenta soltá-la)
Juca: Não é possível. O que está acontecendo?
Entram as bruxinhas rindo e cercando as meninas.
Juca e Sofia conseguem fugir, escondem-se atrás das árvores. Duda fica presa na
árvore com as bruxas rindo ao seu redor.
Duda: Socorroooo! Me tirem daqui!
Ferona: Hahahaha.. está com medo menininha? Ah... parece
uma franguinha.
Míopa: Boa idéia Ferona. Vamos transformá-la numa
franguinha.
Pumpilha: Posso? (começa
o feitiço)
Pumpilha diz algumas palavras estranhas, a luz
baixa, e aparece uma galinha numa gaiola no lugar da menina.
Ferona: Olha que coisa mais
horrível.
Míopa: Ahhh... eu até que achei bonitinha.
Emola: Me solta Míopa!
Míopa: Desculpa. Cadê ela?
Tonton: Aqui ô! Gente, ela
é mesmo bonitinha. Posso ficar com ela
Pumpilha: Fala sério Tonton. Ops! (solta um pum)
Ferona: Credo!. Vamos
bruxinhas... acabamos nosso serviço por aqui...
Emola: Como fede!
Tonton: Ahhhh deixa eu
levá-la comigo...
Ferona: Vamos!!
As bruxinhas saem. Entram Sofia e Juca.
Sofia: Dudinha! Tadinha
dela! Transformada numa galinha. Vamos Juca! Temos que contar tudo para os pais
dela e pedir ajudar para combater essas bruxas.
Juca: É... realmente elas existem. A Duda
tinha razão em ter medo. Coitadinha. Vamos!!!
CENA 4: as duas meninas e a galinha na platéia (quintal da
casa da Sofia)
Sofia: Eu não acredito nisso Juca! A gente não consegue
dizer nada sobre o que aconteceu na floresta.
Juca: Sinistro! Toda vez que a gente vai falar das
bruxas com alguém, começamos a dizer outras coisas.
Sofia: Sabe o que é isso? Feitiço. Agora eu entendo
porque as crianças que brincaram na floresta não voltam mais lá.
Juca: É. Por isso que o João falou que é muito
divertido. Ele não consegue dizer a verdade. Garanto que ele também viu as
bruxas.
Sofia: Estamos perdidos!
Juca: O pior é que a sua mãe quer fazer a Duda de
almoço.
Sofia: Os pais da Duda tinham que viajar justo hoje? E o
pior é que não deu tempo de falar para minha mãe que a Duda ia ficar lá em
casa, ninguém vai dar falta dela pelo menos até amanhã.
Juca: Pior! O que faremos?
Sofia: Vamos tentar falar com algumas crianças, pode
ser que elas saibam de alguma coisa.
Juca: Sim. Mas temos que continuar procurando as
crianças que desapareceram, elas podem estar em perigo e quem sabe podem nos
ajudar com a Duda?
Sofia: Vamos Juca. E se for preciso entrar de novo
naquela floresta para salvar a Duda eu topo!
Juca: Eu também. Afinal, ainda somos o mosqueteiro e
sua mosqueteirete!
Sofia: Será que a Dudinha entende o que estamos falando?
Juca: Claro que sim, ela é uma mosqueteira! Galinha!
Uma galinha mosqueteiraaaaaa!
Sofia: Um por todos!
Sofia e Juca: E todos por um! (eles saem cantando e dançando a música dos
três mosqueteiros)
BLACKOUT
CENA 5: Uma senhora e um senhor na floresta. Depois as
crianças e as bruxas
Marta: Você está com fome Pedro?
Pedro: Sim. Será que as crianças deixaram alguma coisa
pra gente comer hoje?
Marta: Com certeza, elas nunca esquecem da gente. Quer
ver? (olha
atrás da árvore e encontra dois sanduíches. Pega um e dá um para Pedro)
Viu? Toma!
Pedro (comendo): Será
que algum dia vamos conseguir sair daqui e contar tudo o que aconteceu?
Marta (comendo): Pelo
menos conseguimos falar com essas crianças, se não fossem elas, o que seria de
nós?
Pedro: É verdade, Marta. Coitadinhas! Sofreram tanto com
essas bruxas.
Marta: Alguém algum dia vai ter que acabar com essas bruxas.
Eu só espero que não demore muito.
Pedro: Tenho certeza que elas fizeram muita maldade hoje.
Lembra, Marta? Foi no Natal passado...
Marta: Como poderia esquecer? Estava um dia lindo,
tomamos café, pegamos nossas bicicletas novas e saímos sem rumo... (Os dois escutam as crianças cantando)
Pedro, escuta! Está vindo alguém. Acho que são as crianças.
Entram Juca, Sofia e a galinha Duda.
Juca: Aqui Sofia. Foi nessa árvore que a Dudinha... (vê os
velhinhos)
Sofia: Olha, Juca. Um senhor e uma senhora.
Juca: Olá! Muito prazer, meu nome é Juca.
Sofia: Muito prazer! Sofia!
Marta: Olá Juca! Olá Sofia!
Pedro: Prazer! Pedro!
Marta: Eu sou a Marta.
Juca: Engraçado! Nunca vi vocês por aqui.
Sofia: Nem eu.
Marta: É uma história bem esquisita. Posso tentar
contar... mas creio que não vou conseguir.
Sofia: Eu sei bem como é.
Juca: Sofia? Será que...
Pedro: E esta galinha? Que bonitinha. É de estimação?
Sofia: Na verdade é mais que isso!
Juca: Vou tentar Sofia. Vou tentar contar. Uma bruxa...
hei... eu estou contando...
Sofia: Fala logo Juca...
Pedro: Ele disse bruxa?
Marta: Sim...
Juca: Uma bruxa transformou nossa amiga Dudinha em
galinha. Falei! Falei!
Sofia: O que elas fizeram com vocês?
Marta: Que bom poder falar...
Pedro: Até hoje só conseguimos contar para duas
crianças, e agora vocês...
Sofia: Essas duas crianças, por acaso são as que estão
desaparecidas há um ano?
Marta: Na verdade meninas...
Entram as bruxas rindo.
Ferona: Ora, ora... o que temos aqui?
Tonton: Olá galinha bonitinha?
Pumpilha: E estes velhinhos são tão fofinhos...
Emola: Que cena deprimente!
Míopa: Deixa eu pegar na galinha? (pega
a Emola)
Emola: Você tem alguma coisa contra mim, Míopa?
Ferona: Vejam! Eles estão assustados. Adorooooooo
As bruxas começam a rir e imitar as crianças...
enquanto isso todos fogem.
Pumpilha: Eles estão fugindo...
Ferona: Deixem! Eles já estão sofrendo bastante com nossos
feitiços. Vamos procurar outras pestinhas para fazer maldades. Hahahaha...
As bruxas saem. As crianças e os velhinhos voltam.
CENA 6: Os dois velhinhos e as crianças com a galinha
Juca: A minha vontade é dar um murro na fuça dessas
bruxas.
Sofia: Eu não agüento mais tanta maldade. E a Dudinha? O
que faremos com ela?
Marta: Precisamos achar uma solução para desfazer os
encantos.
Pedro: Só um milagre pode nos ajudar!
Sofia: Ei... peraí... hoje é Natal! Nascimento do menino
Jesus. Vocês querem dia melhor para acontecer um milagre?
Juca: Lá vem a Sofia com as crendices dela.
Marta: Mas ela está certa. Temos que acreditar.
Pedro: Basta saber como se pede um milagre.
Marta: Rezando, Pedro. Rezando.
Sofia: Sim. Rezando e acreditando. Afinal, se existem
bruxas... existem fadas. A Dudinha estava certa.
Pedro: Eu não sei vocês, mas eu acredito em Papai Noel e
na fada do Natal.
Marta: Eu também.
Juca: Que trechi. Dois velhinhos acreditando em Papai
Noel e em fadas.
Sofia: Juca! Você decide. Ou está com a gente ou não
está. Precisamos de muita fé por aqui.
Juca: Está bem. Pela Dudinha e por nossa aventura,
mosqueteira!
Sofia: É assim que se fala. Um por todos...
Todos: E todos por um!
Sofia: Agora, eu quero que todos se concentrem e tenham
fé... vamos rezar para pedir que Papai Noel nos envie a fada do Natal para acabar
com essas bruxas, ok? Prontos?
Todas: Sim.
Todos: Pai nosso... Ave Maria...
Sofia: Papai Noel... por favor, nos ajude. Eu prometo que
não peço nada para você no Natal que vem...
(faz sinal para a Juca também
prometer.)
Juca: Tudo bem. Eu também não vou pedir nada.
Marta: Nem eu.
Pedro: Eu também não.
Juca: Como assim?
Sofia: Silêncio! Então Papai Noel... como eu ia
dizendo... nós precisamos da sua ajuda para acabar com essas bruxas. Elas já
fizeram muita maldade. O senhor podia, por favor, enviar a fada do Natal pra
nos salvar?
As luzes piscam. Entra
a fada do Natal.
Todos: Ohhhh....
Fada: Olá! Por acaso vocês
solicitaram os meus serviços?
Sofia: Sim. Você é a fada
do Natal?
Fada: Sou sim.
Marta: Por que não pensamos
nisso antes, Pedro?
Pedro: Eu não podia
imaginar, Marta.
Juca: Nem eu. Mas onde está o Papai Noel?
Nunca vimos ele.
Fada: Papai Noel é muito
ocupado. Sabe, nessa época, até eu acabo fazendo um biquinho. Mas digam aí... o
que tá rolando?
Sofia: Não sei nem por onde
começar...
Juca: Vamos começar pelo começo...
Marta: Desculpem, crianças.
Mas se vamos começar pelo começo... acho que Pedro e eu devíamos falar
primeiro.
Pedro: Marta está certa.
Acredito que nós dois fomos as primeiras vítimas daquelas bruxas.
Fada: Bruxas? Onde?
Sofia: Nessa floresta, fada.
Fada: E quantas são?
Juca: São cinco. Cinco
bruxas sinistras.
Pedro: Bem, como eu ia
dizendo... essas cinco bruxas no Natal passado nos transformaram nisso.
Juca: Nisso o quê? Tô vendo nenhuma galinha
aqui. Sabe, dona fada, elas transformaram a Duda, uma amiga nossa, em galinha.
Olhe! (mostra a galinha)
Sofia: Você pode nos ajudar
fada?
Fada (olhando a galinha) : Oras, mas o que foi
que essas bruxinhas más fizeram com você pequeninha?
Marta: Pois elas nos
transformaram também... só que em velhinhos.
Pedro: Como eu ia
dizendo... somos duas crianças transformadas em velhinhos.
Sofia: Duas crianças? Juca,
será que...
Juca: É... é sim Sofia.
Elas são as duas crianças que desapareceram na floresta o ano passado.
Marta: Somos sim.
Fada: Olha, eu vou dizer
uma coisa: essas bruxas precisam de amor no coração. Quanta maldade! Cruz,
credo!
Sofia: Será que você pode
nos ajudar fada?
Pedro: Por favor!
Fada: Bem... Não existe
poder maior que o da palavra. Vamos tentar usá-lo com essas bruxinhas.
Juca: Acho uma perda de
tempo. Por que você não usa logo os seus poderes?
Marta: Fada faz encantos,
não faz?
Fada: Só quando precisamos. Hoje, é um dia
especial, e as pessoas costumam ficar mais vulneráveis. Vou usar o encanto do
Natal para comover as bruxinhas. Agora vamos atrás delas.
Sofia: E a Dudinha? Vai
ficar assim?
Pedro: E a gente?
Fada: Não se preocupem.
Quem fez o feitiço, irá desfazê-lo. Vamos!
Todas saem de cena.
CENA 7: As bruxinhas na floresta (entrando uma de cada vez)
Emola: Estou entediada. Deprimida. Acabada!
Tonton: Eu estou bem tontinha... de tanto rodar essa
floresta atrás de crianças para assustar.
Míopa: Estou tão cansada que não consigo enxergar mais
nada na minha frente...
Ferona: Desta vez tenho que concordar com vocês. Estou
exausta!
Pumpilha (entrando
por último):
Por que vocês sempre me deixam voando atrás, heim?
Emola: Porque você fede!
Ferona: Tudo bem, bruxinhas. Vamos descansar um pouco.
As bruxinhas pegam no sono. Entram as crianças, os
velhinhos, a galinha e a fada. Ficam espiando as bruxinhas e comentando:
Marta: Ali estão elas.
Juca: Que vontade de grudar no pescoço delas.
Fada: Calma!. Fiquem aqui e observem.
]A fada entra em cena e deixa um presente de
Natal para cada bruxinha com uma dedicatória, depois volta para espiá-las junto
com os outros.
Pumpilha (largando um
pum) Ops! Desculpem! (vê os presentes) Mas o que é isto? Será que... não! não pode ser! É
um presente? Mas quem daria um presente para uma bruxa? Papai Noel?
Hei!
Acordem. Acordem bruxinhas!
Ferona: Hã? Deixa
comigo! (solta um raio)
Tonton: Quem? O que? Onde?
Como?
Míopa: Que barulho foi esse?
Emola: Alguém tentou me
matar? Conseguiu?
Pumpilha: Vejam bruxinhas! São
presentes! Acho que Papai Noel passou por aqui.
Ferona: Não fale bobagem,
Pumpilha. Imagina, Papai Noel... nem quando éramos crianças, ele nos trazia
presentes.
Míopa: Isso é verdade.
Ninguém naquele orfanato ganhava presentes.
Tonton: Vai ver que Papai
Noel escondia tão bem os presentes que a gente não achava.
Emola: Pois eu acho que foi
melhor assim. Seria muita alegria para mim.
Pumpilha: Em vez de ficarmos
discutindo, por que não abrimos os presentes, hã? (abrindo)
Tonton: Eu abro primeiro. (abrindo)
Míopa: Vamos Ferona… abra o
seu… Emola... (abrindo)
Emola: Acho que vou chorar! (abrindo)
Ferona: Já que todas vão
abrir... (começa a abrir também)
Pumpilha: O Shrek? Eu sempre
quis ganhar o Shrek.
Tonton: Um palhaçinho. Que
bonitinho.
Míopa: Um óculos! Hei... eu
posso enxergar!
Emola: Uma roupa colorida?
Ferona: A boneca que eu
sempre quis ter!
CENA 8: As bruxinhas e a fada, depois a bruxa. Entram também
as crianças e os velhinhos que ficaram espiando.
Fada: Olá bruxinhas!
Ferona: Uma fada? O que você
faz aqui?
Fada: Ferona. Míopa,
Pumpilha, Emola eTonton. As cinco meninas que viveram num orfanato sob o
comando de Cruela. O que foi que ela fez com vocês? Eram tão boazinhas.
Transformadas em bruxinhas más.
Ferona: O que você sabe
fada?
Fada: O que vocês não
sabem.
Emola: E o que é que não
sabemos?
Fada: Papai Noel nunca
esqueceu de vocês. Cruela, mais conhecida como bruxa chefe, sempre escondeu todos
os presentes que ele mandava... despertando em vocês o ódio, a tristeza e o
pior... a sede de vingança. Vocês só atacam as crianças porque tem inveja
delas, principalmente no Natal.
Entra em cena a bruxa chefe soltando um
raio. Ele atinge a fada que cai no chão. Ela entra. A fada machucada
levanta-se.
Bruxa chefe: Ora, ora... quem eu
encontro por aqui e fazendo a cabeça das minhas subordinadas.
Fada: Eu sabia que chegaria a hora do acerto
de contas, Cruela. Você já fez muito mal a estas meninas. Chega!
A fada solta um raio
e a bruxa chefe cai no chão.
Bruxa chefe: Ora sua... tome! (solta outro raio)
Fada: Ah é? Vem cá que eu
vou te arrancar os cabelos sua bruxa. (briga de cabelos)
Bruxa chefe: Fadinha metida. (brigando)
Fada: E você? Bruxa fedida,
nojenta, fora de moda.
Bruxa chefe: Ahhh... eu vou acabar
com você... (se prepara para fazer uma
magia. As bruxinhas a impedem. Ferona com seu raio deixa os braços da bruxa
chefe paralisados)
Bruxa chefe: Mas o que é isso?
Bruxinhas... o que vocês estão fazendo? Ferona?
Ferona: Deixamos de ser suas
subordinadas Cruela.
Emola: Em pensar que eu
quase cortei meus pulsos.
Míopa: Agora eu vejo quem é
você bruxa chefe.
Tonton: Quanta maldade!
Pumpilha: Sabe o que eu comi
hoje bruxa? Repolho! (passa na frente
dela e solta um pum)
Bruxa chefe: Aiii... vocês me
pagam! Vocês vão se arrepender de terem me tratado assim. Eu, que cuidei de
vocês com tanta dedicação...
Ferona: Realmente. (solta
um raio fazendo as mãos da bruxa chefe irem para trás) Você se dedicou muito em nos
transformar em suas escravas.
Emola: E as maldades que nos
fez fazer. Vejam, coitadinha da menininha... transformada em galinha.
Pumpilha: E estas crianças em
velhinhos.
Míopa: Ainda bem que vocês
perceberam.. achei que só eu estava vendo isso.
Tonton: Precisamos desfazer
os feitiços.
Fada: Por favor, bruxinhas.
Creio que estas crianças já sofreram o bastante.
Sofia: Estou com medo, fada.
E se elas fizerem mais maldade com a Duda.
Pedro: Podemos realmente confiar nessas
bruxas?
Marta: Bruxas podem ficar
boas?
Juca: Sei não...
Fada: Não se preocupem,
existem bruxas boas, vocês não conhecem a história da bruxinha que era boa?
Então, elas só precisam de carinho, compreensão, amor, amizade... como todas as
pessoas do mundo.
Ferona: Bem, eu acho que devo
desculpas a todos vocês. Em nome das bruxinhas, “que eram más”, eu peço
perdão. (ajoelha-se. Todos se olham até que...)
Sofia: Ah.... está bem, está
perdoada.
Ferona: Obrigada. Precisamos
do perdão de vocês para reconstruírmos nossas vidas.
Bruxa chefe: Quanta lenga
lenga...
Juca: Ei, e a Dudinha? Conseguimos livrá-la
de ser almoço, agora janta eu não sei não.
Míopa: Eu gostaria de
desfazer o feitiço.
Emola: A galinha está
ali...
Míopa: Eu estou vendo agora
Emola, não se preocupe.
Fada: Pois bem, é com você Míopa.
Míopa: “Se um dia mal te
fiz, não foi porque quis, um dia transformada em galinha; hoje, na presença de
uma fadinha, voltes a ser feliz.”
Blackout. Transformação: Sai a galinha,
aparece a Duda.
Duda: Eu voltei! Eu voltei!
Sou uma menina de novo.
Sofia: Que saudade Dudinha.
Juca: A nossa mosqueteira está de voltaaa! (os
três se abraçam)
Míopa: Eu consegui. Posso
fazer feitiço para o bem.
Fada: Todas vocês podem. É
só querer!
Tonton: Eu posso tentar?
Fada: Claro, Tonton.
Tonton: “Um dia irão
envelhecer, não por feitiço, mas porque todos devem crescer... mas hoje tenho o
prazer de suas infâncias devolver”...
Blackout. Transformação: Sai os
velhinhos e entram as crianças com a mesma roupa que os velhinhos estavam.
CENA 9: Os mesmos e as duas crianças que eram velhas.
Pedro menino: Eu sou criança outra
vez.
Marta menina: Pedro, é você?
Pedro menino: Marta? Marta, nós
voltamos. Voltamos a ser crianças.
Marta menina: Obrigada fada.
Obrigada bruxinhas.
Bruxa chefe: Quanta melação.
Fada: Chegou a sua vez
Cruela.
Ferona: O que vamos fazer com
ela?
Fada: Vamos deixar o destino desta bruxa nas
mãos das crianças que mais sofreram com suas maldades. Marta e pedro.
Marta menina: Eu tenho uma
idéia. (cochicha no ouvido de Pedro)
Pedro menino: Sim, temos uma ótima
idéia.
Marta menina: A bruxa chefe
detesta Natal, estragou durante anos os natais de muitas crianças...
Pedro menino: inclusive das
bruxinhas que “eram” más.
Marta menina: portanto, nada mais
justo que a partir de hoje...
Pedro menino: ela encante os
natais das crianças...
Marta menina: e dê mais brilho a
esta floresta...
Pedro menino: Transformando-se em
uma iluminada...
Marta menina: árvore de Natal.
Bruxa chefe: Nãooooo...
Duda: Eu gostei.
Sofia: Boa idéia.
Juca: Manero.
Fada: O que acham bruxinhas?
Ferona: Eu concordo.
Pumpilha: Bora...
Emola: Fechô.
Míopa: já é.
Tonton: Demoro!
Fada: Pois então, deixem
comigo. Eu faço questão. “Bruxa má, tudo que tiraste dessas bruxinhas; hoje,
vais devolver; para pagar os natais perdidos, uma árvore vais ser.”
Blackout. Transformação: Sai a bruxa
chefe e coloca-se uma linda árvore de natal iluminada no centro do placo.
Todas riem.
Duda: Que árvore linda.
Sofia: Quem diria que aquela
bruxa feia ficaria assim tão bonita.
Juca: Transformação radical.
Marta menina: Ela teve o que
merecia.
Pedro menino: E as bruxinhas
também. “uma árvore de Natal”.
Fada: E este é apenas o
primeiro Natal de muitos que ela irá iluminar.
Ferona: E agora?
Marta menina: Agora?
Pedro menino: Agora é comemorar o
Natal.
Tonton: Como?
Fada: Cantandoooo....
Música de Natal. Todos cantam!!l
FIM
Nenhum comentário:
Postar um comentário