sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Prática de redação


Língua portuguesa – Professora Karen Schiller
3ª PRÁTICA DE REDAÇÃO – 3º ANO
A prova de redação do Enem tem uma característica que a difere das demais: o candidato deve propor uma solução para um problema apresentado no tema. O que se espera do estudante é informação e criatividade para criar soluções, além de habilidade para defender seu ponto de vista. Essa peculiaridade exige uma leitura atenta do noticiário para aguçar o poder de crítica. " Não bastará ter uma proposta, é preciso saber defendê-la com consistência, Suzette Trovão (professora) ". Para não cair na armadilha das generalidades, a dica é, no desenvolvimento da redação, saber usar a coletânea de textos apresentada no enunciado, fazendo comparações e observações sobre os fatos ou as estatísticas, por exemplo. Na conclusão, que é o momento de fazer a proposta, dê sugestões concretas. Portanto, se o tema é a importância da leitura, compare hábitos de leitores brasileiros e de outros países, por exemplo, e, na hora de propor, use a criatividade, sugerindo a criação de bibliotecas públicas, intercâmbio de livros, campanhas na mídia de incentivo à leitura via SMS e quantas boas ideias você tiver.
Em relação aos temas, o que se observa é que eles são objetivos e inspirados em fatos da atualidade. São assuntos de abrangência nacional, pois o exame é voltado para candidatos de todo o país. Temas de cunho social são recorrentes também. Para 2009, as apostas de temas recaíram sobre Lei Seca, a questão da escassez de água, liberdade de imprensa e violência contra a mulher. Todos esses assuntos estiveram em pauta durante o ano e eram mais genéricos, qualquer pessoa teria como se posicionar a respeito. Mas, na proposta de redação oficial, foi pedido que o candidato escrevesse sobre "O indivíduo frente à ética nacional", apresentando uma proposta de ação social, que respeitasse os direitos humanos. Para isso, ele deveria usar como base uma charge de Millôr Fernandes e dois textos (um de Lia Luft e outro de Contardo Calligaris). Já em 2010 a proposta de redação foi: “O trabalho na construção da dignidade humana”, sendo apresentado dois textos aos alunos: “O que é trabalho escravo” e “O futuro do trabalho”. O aluno deveria em uma dissertação argumentativa apresentar proposta de ação social, que respeitasse os direitos humanos. Em 2011, muitas podem ser as propostas. Vamos nesta prática abordar:
TEMA:        A desvalorização do papel do professor na sociedade.
Redija uma dissertação argumentativa em prosa de no mínimo 15 linhas. Defenda seu ponto de vista e proponha uma solução. Acesse sites que falem sobre o assunto. Escolha argumentos consistentes. Máximo de 30 linhas. Entregar na segunda-feira, dia 30 de maio.
Na hora de escrever
NÃO FAÇA períodos muito longos, prefira sempre frases simples, pois elas dão clareza ao texto
NÃO CRIE estruturas sintáticas incompletas
NÃO USE marcas de oralidade, como gírias, por exemplo
NÃO RECORRA a clichês quando fizer sua proposta
NÃO USE um mesmo argumento repetidas vezes
DEIXE DE LADO expressões como "eu acho"
JAMAIS desrespeite os direitos humanos
FAÇA UM ROTEIRO sobre o tema. Ajuda a ter foco na hora de criar a proposta
PREFIRA um vocabulário simples a palavras rebuscadas
USE sinônimos para não repetir palavras
USE a norma culta. Uma das cinco competências da redação avalia o rigor gramatical
SEJA coerente no texto com a proposta que defenderá
Uma das causas centrais do processo de crise da educação no Brasil é o processo de desvalorização dos professores. Com salários baixos, trabalhando sem recursos didáticos, em escolas precárias e sem instalações dignas para professores e estudantes, sempre atacados em seus direitos por governantes demagogos que preferem obras caras a investir em educação, professores acabam não conseguindo cumprir seu papel central no processo de ensino. A sociedade precisa se mobilizar, exigir mais qualidade no ensino, melhores escolas e salários dignos aos professores. No Brasil é necessário que se garanta o mínimo da lei do piso salarial e que professores se mobilizem por um uma data de mobilização conjunta. Em Brasília, como já afirmou o senador Cristovam Buarque, é necessário que se apoie um plano de carreira para o magistério, que melhores salários e condições de trabalho e que o governo cumpra a lei que garante reajuste salarial igual ou superior ao aumento do Fundo Constitucional.
Amanda Cieglinski Repórter da Agência Brasil
Brasília - O baixo desempenho de alunos da rede pública em português e matemática, apontado em estudo do movimento Todos pela Educação, pode ser explicado em parte pela desvalorização que o professor enfrenta hoje. A avaliação é do próprio presidente da ONG, Mozart Neves Ramos.
“O problema é multifacetado, mas certamente para que a gente mude a questão da aprendizagem temos que valorizar o professor. Primeiro, eles não estão capacitados dentro desafio atual da escola pública. Depois, o professor hoje ganha pouco, corre risco de vida, principalmente para quem trabalha nas periferias das grandes cidades com o problema da violência”, destaca Mozart, que também é membro do Conselho Nacional de Educação (CNE). Além das condições de trabalho oferecidas aos professores, Mozart aponta a formação desses docentes como um problema central para qualidade do ensino público. “A formação continuada que é oferecida a esses professores é dada em geral por universidades que estão desacopladas da realidade da escola pública. Não há diretrizes claras entre o que está sendo formado durante a capacitação e aquilo que deve ser ensinado na sala de aula, há um completo hiato entre a formação e a preparação real”, destaca. Para o presidente da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, Daniel Cara, além da desvalorização da carreira do magistério, outros fatores estruturais contribuem para esse baixo desempenho. Entre eles, os baixos investimentos em educação e os mecanismos atuais de avaliação aplicados no Brasil. “As avaliações precisam melhorar muito para que a gente consiga fazer com que elas alimentem o sistema no sentido de melhorá-lo”, defende. Na avaliação de Cara, os mecanismo atuais como Provinha Brasil, Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e outros são “incompletos” porque não conseguem fazer um diagnóstico das razões nem propor soluções para os problemas detectados. Na opinião do especialista, os sistemas de avaliação de hoje são os que o “governo federal pode executar”. Entretanto, segundo ele, estados, municípios e escolas deveriam ser incentivados a incrementar o processo. “Eles precisam ter sistemas próprios de avaliação. A avaliação deve ser uma prática contínua nas escolas públicas e voltada para aprendizagem, mostrando o que precisa melhorar”, acredita Cara.
Por Cláudia de Queiroz: No velho Instituto de Educação no Rio de Janeiro a formatura de um normalista era um evento memorável que até presidentes da República como Getúlio Vargas prestigiou a colação de grau da turma de 1943, sendo nada mais e nada menos que o paraninfo da turma dessa solenidade. Sim, presidentes e pessoas importantes da época prestigiavam o Curso Normal o que nos remete a pensar que a presença dessas pessoas denotava confiança na educação para um futuro promissor da nação brasileira. Olhando desse ângulo poderíamos interpretar a importância de se formar um professor (a) em termos de desenvolvimento cultural, econômico e social. As normalistas tinham orgulho do seu uniforme azul e branco alinhado, era bem o símbolo de uma aspirante à professora. Para as famílias era motivo de orgulho quando uma moça era aprovada na admissão para o Instituto de Educação. Era sinônimo de status, posição social invejada por muitos. Hoje muitos professores têm vergonha de dizer sua profissão, porque é motivo de escárnio. Até a procura pelos cursos de formação de professores têm diminuído pelos baixos salários e as condições précárias de trabalho.
Ao relembrarmos a época do velho Instituto de Educação notamos que os professores eram respeitados por todos como um mestre, um sábio. Os alunos os admiravam por sua sabedoria e almejam ser um deles. Comparando, hoje, e observando a posição do professor na sociedade, constatamos a triste realidade de desrespeito e violência contra os mestres em geral. Os alunos não os respeitam, a sociedade não os “reconhecem” mais como um ícone importante para a formação dos jovens. A maioria dos jovens de hoje não se preocupam com educação e a formação para o futuro. O conhecimento que o professor possui não os interessam e pouco valor tem no universo deles. O descaso por parte de muitos alunos pela sua formação diz respeito diretamente a sua posição na sociedade. O mercado de trabalho está a cada dia mais a procura de pessoas qualificadas profissionalmente para os cargos melhores remunerados. O que nós professores notamos é a inércia, a falta de vontade pela vida, pelo futuro. Percebemos que muitos jovens se contentam com uma gravidez precoce, com um trabalho na padaria da esquina. Não estamos desmerecendo qualquer tipo de trabalho, mas o que nos chamam a atenção é o desinteresse por sua própria formação, uma visão de futuro. Quem frequenta a sala de professores ouve sempre comentários do tipo: “fulano não entregou o trabalho, não fez a avaliação, se quer me procurou para dar uma desculpa!” Esse tipo de comentário mostra a falta de vontade do principal interessado (o aluno), ou deveria ser assim? Saber que o aluno não se preocupa em ficar com zero em determinada disciplina por pura falta de interesse. Às vezes, nos perguntamos o que está acontecendo com a escola, com o aluno, com o professor, com o mundo? O que podemos concluir é que os professores estão desiludidos com as condições de trabalho, a violência sofrida em sala, o desinteresse dos alunos, com eles próprios, por não conseguirem acender a chama da busca do conhecimento em seus alunos.
Aquela velha escola de formação de professores fica só na lembrança, o respeito pelo professor, a importância que davam para o profissional de educação, não estamos aqui falando de salários vultuosos, mas de uma posição de conforto espiritual, de sentir o respeito e amor de seus alunos, o reconhecimento da sociedade em que ele “o professor” era de fato e de direito o “mestre da educação” das crianças e dos jovens o grande responsável por um futuro promissor da nação brasileira.
Em dívida com o magistério, Ministério da Educação quer focar próxima gestão na valorização dos profissionais do ensino. Das 20 metas para a próxima década, o novo Plano Nacional de Educação dedicou quatro ao Magistério.  Uma delas é aproximar o salário médio dos professores ao rendimento de todos profissionais com onze anos de escolaridade. Para isso, o documento propõe que um fórum acompanhe a atualização do piso de remuneração do magistério. De acordo com o Ministro da Educação, para que essa equiparação ocorra serão necessários investimentos equivalentes a 0,8% do PIB. Em entrevista a Anchieta Filho, Fernando Haddad, que continuará no cargo em 2011, os professores estão no centro das políticas públicas de ensino. Além de melhorar a remuneração, o Ministro da Educação quer que os professores se atualizem continuamente em universidades públicas e privadas. De acordo com Haddad, os professores poderão pagar o financiamento lecionando em escolas públicas. Para a educadora da Pontíficia Universidade Católica de São Paulo, Maria Stela Graciani, há muito tempo, o magistério merece receber salários dignos. Graciani considerou mais importante o investimento no professor do que em grandes instalações. O novo Plano Nacional de Educação tem a meta ousada de formar 50% dos professores da educação básica em nível de pós-graduação. Além disso, o MEC quer assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos de carreira para o magistério em todos os sistemas de ensino. Nas 50 linhas de redação da UFRGS, realizada ontem, os 30 mil candidatos tiveram de dissertar sobre a crise na profissão daqueles que os prepararam para a prova. A qualificação do professor é hoje um gargalo para o desenvolvimento do país. ZH convidou especialistas a se unir aos vestibulandos nesse debate. Cerca de 30 mil candidatos do vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) tiveram de refletir ontem sobre o futuro do país. Na prova de redação, eles não tiveram, porém, que tratar das conquistas da economia, dos desafios da primeira mulher eleita presidente ou das expectativas para a Copa do Mundo e da Olimpíada. Nas 50 linhas, os estudantes tiveram de dissertar sobre a valorização dos professores, um dos principais desafios que o Brasil precisa enfrentar para qualificar a educação e alcançar os tão almejados patamares das nações desenvolvidas. O teste se baseou, entre outros elementos, em uma reportagem da Zero Hora sobre o pouco interesse dos jovens em se tornar professores e de dados de vestibulares da própria universidade, apontando a baixa procura por cursos que preparam educadores. Cursos noturnos de licenciatura como Física e Matemática chegaram quase ao fundo do poço. De cinco candidatos por vaga em 2005, hoje atraem respectivamente 1,71 e 1,84 candidatos por vaga. A missão era explicar esse desprestígio e indicar sugestões para revalorizar a profissão. Os vestibulandos opinaram em um debate em que três décadas de governos, especialistas e a própria categoria batem cabeça. – Tivemos avanços importantes nos últimos anos, com a universalização do ensino e o criação de sistemas de avaliação do alunos. Mas agora é preciso abrir o caixa e investir pesado no professor e na escola. Estamos numa encruzilhada. Para que o país avance, é preciso qualificar a educação – sustenta Regina Scarpa, coordenadora pedagógica da Fundação Victor Civita. Regina afirma que para voltar a atrair, a profissão precisa ser melhor remunerada e ter no horizonte um futuro promissor, com planos de carreiras sólidos e formações continuadas. – Para atrair os melhores entres os melhores é necessário incentivo, do contrário vamos continuar com professores sem preparo e ensino cada vez pior – aponta. A chance de mudança está na esteira do crescimento econômico do país, segundo o professor Cesar Callegari, membro do Conselho do Movimento Educação para Todos. – Haverá uma demanda crescente de professores com qualidade, preparados para darem conta de uma nova era. Acho que vamos experimentar uma grande transformação, com mercado em ascensão e o hiper desenvolvimento na qualificação – acredita. - Professor é um dos ofícios mais antigos e importantes do mundo. Sem educação e uma pessoa para transmitir conhecimento para as outras, ninguém consegue ser médico, advogado, astronauta, piloto de avião... Enfim, aprender uma profissão. - No Brasil, as escolas nasceram na época do imperador Dom Pedro I. No dia 15 de outubro de 1827, ele assinou uma lei dizendo que
cada cidade deveria ter uma escola. Por isso, o Dia do professor é comemorado nessa data.

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