REGRAS PARA REDIGIR UMA
REDAÇÃO
Língua portuguesa – Profª. Karen Schiller
1)
Centralizar o título numa linha, sem aspas e sem
grifo. Use letra maiúscula em todas as palavras ou só na primeira. Ex: Um
T(t)ipo P(p)opular
2)
Pular uma linha para dar início ao texto.
3)
Deixar 3 cm de margem para começar cada parágrafo e
mantê-los alinhados.
4)
Não ultrapassar as margens direitas e esquerdas, e
também não deixar de atingi-las.
5)
Evitar rasuras e borrões. Caso erre, anule o erro
apenas com um traço. Ex: opsão opção
6)
Apresentar letra legível, de forma ou cursiva.
7)
Distinguir bem as maiúsculas das minúsculas.
8)
Escrever com caneta preta ou azul. Textos a lápis
não são aceitos.
9)
Utilize sempre a prosa. Versos só em poesia!
10)
Evitar frases muito longas, assim como parágrafos
muito curtos.
11)
Estruturar
bem seu texto na divisão de parágrafos: mais ou menos de 3 à 6, com 4 à 8
frases cada. Deixar sempre bem definido seu parágrafo de introdução (tese na
dissertação), seu desenvolvimento (argumentos e exemplificações na dissertação,
na redação não esquecer a complicação e o clímax)) e sua conclusão (na redação
seria o desfecho).
12)
Não ir muito
além, nem ficar muito aquém de 25 linhas.
13) Quando
mencionar idade; escrever por extenso até o nº 10, do nº 11 em diante, devem-se
usar algarismos. No caso de horas, distâncias, pesos, alturas, utilizar sempre
algarismos: 10h30min/12h /10m/ 15m20cm /10km/ 52kg / 48,5kg
/ 1,65m de altura
14) Para datas,
utilizar algarismo para o dia e escrever por extenso o mês: 5 de março de 2010.
(1º de abril)
15) Usar sempre
a norma culta, fugindo ao coloquialismo ou à pobreza de vocabulário.
16) A linguagem
deve ser clara, objetiva e precisa. Evite texto prolixo (muita informação
desnecessária)
17) Evitar
chavões, frases feitas, palavrões, gírias, tudo que espelhe a fala cotidiana, a
não ser que seja fala de um personagem.
18) Evitar a 1ª
pessoa do singular, principalmente em dissertações: Eu acho, na minha opinião,
eu penso...
19) Palavras
estrangeiras já incorporadas ao uso devem vir sem aspas: hobbie, show,
marketing, software.
20) Não usar abreviações,
nem etc.
21) Não
confundir, trocar o foco narrativo (1ª ou 3ª pessoa)
22) Prestar
atenção na adequação do título ao conteúdo do texto, bem como a adequação do
conteúdo ao tema e principalmente prestar atenção na adequação do texto à
modalidade pedida: narração, descrição, dissertação, crônica, poesia...
23) Evitar
repetir o título no início do texto ou referir-se ao autor ou ao trecho da
proposta de redação.
24) Apresentar
encadeamento lógico de idéias (na dissertação) ou de ações (na narração).
Cuidado com frases soltas, vagas, sem coerência. Deve haver uma progressão
lógica no texto.
25) Utilizar
recursos de coesão para interligar orações e parágrafos: Assim... tão logo...
mas... Certamente.... Primeiramente... É visto que...
26) Na
dissertação: Não fuja ao tema proposto, explore bem suas idéias, não seja
superficial. Use uma argumentação convincente. Seja persuasivo. Evite
subjetivismos. Faça uma abordagem objetiva, sucinta.
27) Seja
original e criativo. Na narração crie suspense e surpresa.
28) Na
descrição permite-se uma breve introdução narrativa. A descrição pode ser feita
num único parágrafo. Pode-se separar os aspectos físicos dos psicológicos,
porém o ideal é que apareçam mesclados: “olhos claros e meigos”. Explore sempre
os cinco sentidos na descrição da personagem, do ambiente, do objeto...
Utilizar na descrição a comparação, a metáfora, a prosopopéia, a sinestesia.
Explorar as sensações.
29) Na narração
permitem-se elementos descritivos (da personagem, espaço) e também
dissertativos (considerações do narrador).
30)
Na narração, existem três formas de
citar a fala (discurso) dos personagens: o discurso direto, o discurso indireto
e o discurso indireto livre:
Discurso direto: Por meio do discurso direto,
reproduzem-se literalmente as palavras do personagem. O recurso gráfico
utilizado para atribuir a autoria da fala a outrem, que não o produtor do
texto, são as aspas ou o travessão. O discurso direto pode ser transcrito:
a) Após dois-pontos, sem
verbo dicendi: (verbos que “dizem”:
disse, falou, retrucou, mencionou, indagou, declarou...)
E, para o promotor, o
processo não vem correndo como deveria: “Às vezes sinto morosidade por parte do
juiz”.
b) Após dois-pontos, com
verbo dicendi : E
o promotor disse: “Às vezes sinto morosidade por parte do juiz”.
c) Após dois-pontos, com
travessão: E Carlos, indignado, gritou:
- Onde estão todos???
- Onde estão todos???
d) Após ponto, sem verbo
dicendi: E, para o promotor, o processo
não vem correndo como deveria. “Às vezes sinto morosidade por parte do juiz.”
e) Após ponto, com verbo
dicendi após a citação:
E,
para o promotor, o processo não vem correndo como deveria. “Às vezes sinto
morosidade por parte do juiz”, declarou.
f) Integrado com a
narração, sem sinal de pontuação:
E, para o promotor, o
processo não vem correndo como deveria, porque “Às vezes se nota morosidade por
parte do juiz”.
Discurso
indireto: Por
meio do discurso indireto, a fala do personagem é filtrada pela do narrador. Há
transcrição subordinada à fala de quem escreve o texto. No discurso indireto,
utiliza-se, após o verbo dicendi, a oração subordinada (uma oração que depende
da sua oração) introduzida, geralmente, pelas conjunções que e se, que podem
estar elípticas (escondidas).Exemplos: Fala
do personagem: Eu
não quero mais trabalhar. / Discurso indireto: Pedro
disse que não queria mais trabalhar.
Fala
do personagem: Eu
não roubei nada deste lugar. / Discurso indireto: O
acusado declarou à imprensa que não tinha roubado nada daquele lugar. OBS:
Você notou que, na transcrição indireta do discurso, há
modificações em algumas estruturas gramaticais, como no tempo verbal (quero,
queria; roubei, tinha roubado), nos pronomes (deste, daquele), etc.
Discurso indireto livre: Esse
tipo de citação exige muita atenção do leitor, porque a fala do personagem não
é destacada pelas aspas, nem introduzida por verbo dicendi ou travessão. A fala
surge de repente, no meio da narração, como se fossem palavras do narrador.
Mas, na verdade, são as palavras do personagem, que surgem como atrevidas, sem
avisar a ninguém.
Exemplo: Carolina
já não sabia o que fazer. Estava desesperada, com a fome encarrapitada. Que
fome! Que faço? Mas parecia que uma luz
existia… OBS: A fala da
personagem – em negrito, para que você possa enxergá-la – não foi destacada.
31)
USO DAS ASPAS:
Onde vai o ponto final?
A função básica das aspas, geralmente, duplas (“ ”), é isolar palavras,
expressões, frases, e até mesmo um texto.
* Quando uma frase começa e termina entre aspas, seu sinal de pontuação
deve ficar entre aspas também:
Vargas terminou sua carta testamento assim: "Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História."
Caso contrário, o sinal de pontuação deve ficar fora das aspas como no exemplo: A notícia foi dada pelo “Jornal do Brasil”.
Observação: Se, por acaso, depois de uma frase ou período fechado por aspas, acrescentamos uma nota entre parênteses, o ponto fica no final dos parênteses e não das aspas: • “Quando tiver de dizer algo sério, não cuide de arranjar somente palavras bonitas” (Goete, Fausto).
Usamos as aspas:
Vargas terminou sua carta testamento assim: "Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História."
Caso contrário, o sinal de pontuação deve ficar fora das aspas como no exemplo: A notícia foi dada pelo “Jornal do Brasil”.
Observação: Se, por acaso, depois de uma frase ou período fechado por aspas, acrescentamos uma nota entre parênteses, o ponto fica no final dos parênteses e não das aspas: • “Quando tiver de dizer algo sério, não cuide de arranjar somente palavras bonitas” (Goete, Fausto).
Usamos as aspas:
1 - Antes e depois de uma citação textual. Seja uma palavra, uma
expressão, uma frase ou texto. As aspas, nesse caso, indicam uma mudança de
foco. Do discurso próprio se passa ao citado:
• Disse o pintor grego Apeles ao sapateiro que o criticara: “Sapateiro, não passes da sandália!”
• O lema do governo JK era: “Cinqüenta anos em cinco.”
Caso dentro da citação feita ocorrer outra, esta será com aspas simples:
• Osvaldo Ferreira de Melo (1998) aponta para “a necessidade de os indivíduos contarem com a certeza de que seus direitos ‘garantidos’ pela ordem jurídica sejam efetivos”.
• Disse o pintor grego Apeles ao sapateiro que o criticara: “Sapateiro, não passes da sandália!”
• O lema do governo JK era: “Cinqüenta anos em cinco.”
Caso dentro da citação feita ocorrer outra, esta será com aspas simples:
• Osvaldo Ferreira de Melo (1998) aponta para “a necessidade de os indivíduos contarem com a certeza de que seus direitos ‘garantidos’ pela ordem jurídica sejam efetivos”.
ATENÇÃO:
As citações,
quando não colocadas entre aspas, podem constituir plágio.
2 – Para realçar termos, expressões, conceitos e definições que se deseja pôr em evidência. O uso das aspas nesse caso é uma decisão pessoal do escritor:
• Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de “menino diabo”. (Machado de Assis)
• O ministério autorizou o “realinhamento” dos preços.
3 – Para realçar palavras ou expressões irônicas, em sentido figurado e termos populares. Aqui também o uso das aspas é uma decisão pessoal:
• Ele ficou muito “alegre” com a visita da sogra.
— Que é o povo? Um monstro com muitas cabeças, mas sem miolos. E esse “bicho” tem memória curta.
4 – Para destacar títulos de livros, revistas, jornais, filmes, etc. A preferência, no entanto, é grifá-los em itálico:
• A notícia foi dada pelo “Jornal do Brasil”.
5 - Os apelidos e os termos de gíria: • O “Zezinho” está doente.
2 – Para realçar termos, expressões, conceitos e definições que se deseja pôr em evidência. O uso das aspas nesse caso é uma decisão pessoal do escritor:
• Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de “menino diabo”. (Machado de Assis)
• O ministério autorizou o “realinhamento” dos preços.
3 – Para realçar palavras ou expressões irônicas, em sentido figurado e termos populares. Aqui também o uso das aspas é uma decisão pessoal:
• Ele ficou muito “alegre” com a visita da sogra.
— Que é o povo? Um monstro com muitas cabeças, mas sem miolos. E esse “bicho” tem memória curta.
4 – Para destacar títulos de livros, revistas, jornais, filmes, etc. A preferência, no entanto, é grifá-los em itálico:
• A notícia foi dada pelo “Jornal do Brasil”.
5 - Os apelidos e os termos de gíria: • O “Zezinho” está doente.
32)
USO DO
TRAVESSÃO:
* O
travessão pode ser usado em função típica de dois pontos para separar dois
termos contíguos (próximos) de uma aposição. Trata-se de função sintática que
no discurso oral pode ser realizada com o uso de pausas. Exemplo:
Ex: As ciências naturais – Física, Química e Biologia – começaram a se formar ainda na Antigüidade.
* Intercalações podem ser delimitadas por vírgulas, parênteses, ou então, por travessões. A função aqui é sintática e equivale a pausas do discurso oral. Um exemplo:
Ex: A nossa família saía a recebê-lo; minha mãe era a primeira que lhe beijava a mão. Então o imperador, todo risonho, sem entrar na sala ou entrando – não me lembro bem, os sonhos são muitas vezes confusos –, pedia a minha mãe para que não lhe beijasse – e ela, obediente, prometia que não.
* É possível enfatizar um trecho específico do enunciado colocando-o entre travessões. Efeito similar se consegue usando negrito, itálico, ou, no discurso oral, entonações enfáticas. Trata-se de um uso retórico. Exemplo:
Ex: A culpa – tanta vezes negada – estava agora comprovada de forma cabal.
* Ligar pólos de um itinerário: ferrovia Norte – Sul, ponte aérea Rio – São Paulo.
O uso do travessão se estende também à ligação de termos que formam pólos em outras acepções. Exemplo: rivalidade esportiva Brasil – Argentina, confronto EUA – URSS.
Ex: As ciências naturais – Física, Química e Biologia – começaram a se formar ainda na Antigüidade.
* Intercalações podem ser delimitadas por vírgulas, parênteses, ou então, por travessões. A função aqui é sintática e equivale a pausas do discurso oral. Um exemplo:
Ex: A nossa família saía a recebê-lo; minha mãe era a primeira que lhe beijava a mão. Então o imperador, todo risonho, sem entrar na sala ou entrando – não me lembro bem, os sonhos são muitas vezes confusos –, pedia a minha mãe para que não lhe beijasse – e ela, obediente, prometia que não.
* É possível enfatizar um trecho específico do enunciado colocando-o entre travessões. Efeito similar se consegue usando negrito, itálico, ou, no discurso oral, entonações enfáticas. Trata-se de um uso retórico. Exemplo:
Ex: A culpa – tanta vezes negada – estava agora comprovada de forma cabal.
* Ligar pólos de um itinerário: ferrovia Norte – Sul, ponte aérea Rio – São Paulo.
O uso do travessão se estende também à ligação de termos que formam pólos em outras acepções. Exemplo: rivalidade esportiva Brasil – Argentina, confronto EUA – URSS.
33) USO DA CITAÇÃO:
As citações são feitas para apoiar uma hipótese, sustentar uma idéia ou
ilustrar um raciocínio. As citações
podem ser:
Citação
direta: é a transcrição literal
de um texto ou parte dele. Pode ser curta - até três linhas – e aparece
fazendo parte normalmente do texto ( entre aspas, em fonte 12). Ou pode ser
longa - mais de três linhas - apresenta recuo de 4 cm, a partir da
margem esquerda, espaçamento simples entre as linhas, fonte tamanho 10 e sem
aspas. Exemplos de citação curta:
Segundo
Vieira (1998, p.5) o valor da informação está “[...] diretamente ligado à maneira
como ela ajuda os tomadores de decisões a atingirem as metas da
organização”.
Outra forma de apresentar a autoria é no final da frase. Neste caso, o
sobrenome aparece todo com letras maiúsculas. Exemplo:
O valor da informação está “[...]
diretamente ligado á maneira como ela ajuda os tomadores de decisões a
atingirem as metas da organização” (VIEIRA, 1998, p.5).
Exemplo de citação longa:
Drucker ( 1997, p.16) chama a nova sociedade de ‘sociedade do conhecimento’.
Nesta nova sociedade:
O recurso
econômico básico – ‘os meios de produção’, para usar uma expressão dos
economistas – não é mais o capital, nem os recursos naturais ( a ‘terra dos
economistas’), nem a ‘mão de obra’. Ele será o conhecimento. As atividades
centrais de criação de riqueza não serão nem a alocação de capital para usos
produtivos, nem a ‘mão de obra’ – os dois pólos de teoria econômica dos éculos
dezenove e vinte, quer ela seja clássica, marxista, keynesiana ou neoclássica.
Citação indireta: É a reprodução das idéias de um autor ou autores com palavras
próprias do autor do trabalho. Por não ser transcrição literal, a citação
indireta não é colocada entre aspas nem em parágrafo distinto, devendo-se,
porém, indicar a fonte de onde foi extraída. Exemplo:
O valor da informação, para os gerentes
de uma empresa, está relacionado com o seu poder de contribuição para
atingirem os metas da empresa (VIEIRA, 1998).
Citação da citação: É a referência a um documento ao qual não se teve
acesso, mas do qual se tomou conhecimento apenas por citação em outro trabalho.
A indicação é feita pelo nome do autor original, seguido da expressão “citado
por” ou “apud” e do nome do autor da obra consultada. Somente o autor da
obra consultada é mencionado como fonte. Exemplos:
Porter (1997 apud CARVALHO & SOUZA,
1999, p.74) considera que “A vantagem competitiva surge fundamentalmente do
valor que uma empresa consegue criar para seus compradores e que ultrapassa o
custo de fabricação pelas empresas”.
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