sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Regras para redigir uma redação


REGRAS PARA REDIGIR UMA REDAÇÃO
Língua portuguesa – Profª. Karen Schiller

1)       Centralizar o título numa linha, sem aspas e sem grifo. Use letra maiúscula em todas as palavras ou só na primeira. Ex: Um T(t)ipo P(p)opular 
2)       Pular uma linha para dar início ao texto.
3)       Deixar 3 cm de margem para começar cada parágrafo e mantê-los alinhados.
4)       Não ultrapassar as margens direitas e esquerdas, e também não deixar de atingi-las.
5)       Evitar rasuras e borrões. Caso erre, anule o erro apenas com um traço. Ex: opsão opção
6)       Apresentar letra legível, de forma ou cursiva.
7)       Distinguir bem as maiúsculas das minúsculas.
8)       Escrever com caneta preta ou azul. Textos a lápis não são aceitos.
9)       Utilize sempre a prosa. Versos só em poesia!
10)    Evitar frases muito longas, assim como parágrafos muito curtos.
11)     Estruturar bem seu texto na divisão de parágrafos: mais ou menos de 3 à 6, com 4 à 8 frases cada. Deixar sempre bem definido seu parágrafo de introdução (tese na dissertação), seu desenvolvimento (argumentos e exemplificações na dissertação, na redação não esquecer a complicação e o clímax)) e sua conclusão (na redação seria o desfecho).
12)     Não ir muito além, nem ficar muito aquém de 25 linhas.
13)    Quando mencionar idade; escrever por extenso até o nº 10, do nº 11 em diante, devem-se usar algarismos. No caso de horas, distâncias, pesos, alturas, utilizar sempre algarismos: 10h30min/12h /10m/ 15m20cm /10km/ 52kg  / 48,5kg  / 1,65m de altura
14)    Para datas, utilizar algarismo para o dia e escrever por extenso o mês: 5 de março de 2010. (1º de abril)
15)    Usar sempre a norma culta, fugindo ao coloquialismo ou à pobreza de vocabulário.
16)    A linguagem deve ser clara, objetiva e precisa. Evite texto prolixo (muita informação desnecessária)
17)    Evitar chavões, frases feitas, palavrões, gírias, tudo que espelhe a fala cotidiana, a não ser que seja fala de um personagem.
18)    Evitar a 1ª pessoa do singular, principalmente em dissertações: Eu acho, na minha opinião, eu penso...
19)    Palavras estrangeiras já incorporadas ao uso devem vir sem aspas: hobbie, show, marketing, software.
20)    Não usar abreviações, nem etc.
21)    Não confundir, trocar o foco narrativo (1ª ou 3ª pessoa)
22)    Prestar atenção na adequação do título ao conteúdo do texto, bem como a adequação do conteúdo ao tema e principalmente prestar atenção na adequação do texto à modalidade pedida: narração, descrição, dissertação, crônica, poesia...
23)    Evitar repetir o título no início do texto ou referir-se ao autor ou ao trecho da proposta de redação.
24)    Apresentar encadeamento lógico de idéias (na dissertação) ou de ações (na narração). Cuidado com frases soltas, vagas, sem coerência. Deve haver uma progressão lógica no texto.
25)    Utilizar recursos de coesão para interligar orações e parágrafos: Assim... tão logo... mas... Certamente.... Primeiramente... É visto que...
26)    Na dissertação: Não fuja ao tema proposto, explore bem suas idéias, não seja superficial. Use uma argumentação convincente. Seja persuasivo. Evite subjetivismos. Faça uma abordagem objetiva, sucinta.
27)    Seja original e criativo. Na narração crie suspense e surpresa.
28)    Na descrição permite-se uma breve introdução narrativa. A descrição pode ser feita num único parágrafo. Pode-se separar os aspectos físicos dos psicológicos, porém o ideal é que apareçam mesclados: “olhos claros e meigos”. Explore sempre os cinco sentidos na descrição da personagem, do ambiente, do objeto... Utilizar na descrição a comparação, a metáfora, a prosopopéia, a sinestesia. Explorar as sensações.
29)    Na narração permitem-se elementos descritivos (da personagem, espaço) e também dissertativos (considerações do narrador).
30)     Na narração, existem três formas de citar a fala (discurso) dos personagens: o discurso direto, o discurso indireto e o discurso indireto livre:
Discurso direto: Por meio do discurso direto, reproduzem-se literalmente as palavras do personagem. O recurso gráfico utilizado para atribuir a autoria da fala a outrem, que não o produtor do texto, são as aspas ou o travessão. O discurso direto pode ser transcrito:
a) Após dois-pontos, sem verbo dicendi:  (verbos que “dizem”: disse, falou, retrucou, mencionou, indagou, declarou...)
E, para o promotor, o processo não vem correndo como deveria: “Às vezes sinto morosidade por parte do juiz”.
b) Após dois-pontos, com verbo dicendi : E o promotor disse: “Às vezes sinto morosidade por parte do juiz”.
c) Após dois-pontos, com travessão: E Carlos, indignado, gritou:
                                                                  - Onde estão todos???
d) Após ponto, sem verbo dicendi: E, para o promotor, o processo não vem correndo como deveria. “Às vezes sinto morosidade por parte do juiz.”
e) Após ponto, com verbo dicendi após a citação:
E, para o promotor, o processo não vem correndo como deveria. “Às vezes sinto morosidade por parte do juiz”, declarou.
f) Integrado com a narração, sem sinal de pontuação:
E, para o promotor, o processo não vem correndo como deveria, porque “Às vezes se nota morosidade por parte do juiz”.
Discurso indireto: Por meio do discurso indireto, a fala do personagem é filtrada pela do narrador. Há transcrição subordinada à fala de quem escreve o texto. No discurso indireto, utiliza-se, após o verbo dicendi, a oração subordinada (uma oração que depende da sua oração) introduzida, geralmente, pelas conjunções que e se, que podem estar elípticas (escondidas).Exemplos: Fala do personagem: Eu não quero mais trabalhar. / Discurso indireto: Pedro disse que não queria mais trabalhar.
Fala do personagem: Eu não roubei nada deste lugar. / Discurso indireto: O acusado declarou à imprensa que não tinha roubado nada daquele lugar.   OBS: Você notou que, na transcrição indireta do discurso, há modificações em algumas estruturas gramaticais, como no tempo verbal (quero, queria; roubei, tinha roubado), nos pronomes (deste, daquele), etc.
 Discurso indireto livre: Esse tipo de citação exige muita atenção do leitor, porque a fala do personagem não é destacada pelas aspas, nem introduzida por verbo dicendi ou travessão. A fala surge de repente, no meio da narração, como se fossem palavras do narrador. Mas, na verdade, são as palavras do personagem, que surgem como atrevidas, sem avisar a ninguém.
Exemplo: Carolina já não sabia o que fazer. Estava desesperada, com a fome encarrapitada. Que fome! Que faço? Mas parecia que uma luz existia… OBS: A fala da personagem – em negrito, para que você possa enxergá-la – não foi destacada.
31)    USO  DAS ASPAS:
Onde vai o ponto final?
A função básica das aspas, geralmente, duplas (“ ”), é isolar palavras, expressões, frases, e até mesmo um texto.
* Quando uma frase começa e termina entre aspas, seu sinal de pontuação deve ficar entre aspas também:
Vargas terminou sua carta testamento assim: "Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História."
Caso contrário, o sinal de pontuação deve ficar fora das aspas como no exemplo:   A notícia foi dada pelo “Jornal do Brasil”.
Observação: Se, por acaso, depois de uma frase ou período fechado por aspas, acrescentamos uma nota entre parênteses, o ponto fica no final dos parênteses e não das aspas: • “Quando tiver de dizer algo sério, não cuide de arranjar somente palavras bonitas” (Goete, Fausto).
        Usamos as aspas:
1 - Antes e depois de uma citação textual. Seja uma palavra, uma expressão, uma frase ou texto. As aspas, nesse caso, indicam uma mudança de foco. Do discurso próprio se passa ao citado:
• Disse o pintor grego Apeles ao sapateiro que o criticara: “Sapateiro, não passes da sandália!”
• O lema do governo JK era: “Cinqüenta anos em cinco.”
Caso dentro da citação feita ocorrer outra, esta será com aspas simples:
• Osvaldo Ferreira de Melo (1998) aponta para “a necessidade de os indivíduos contarem com a certeza de que seus direitos ‘garantidos’ pela ordem jurídica sejam efetivos”.
 ATENÇÃO: As citações, quando não colocadas entre aspas, podem constituir plágio.
2 – Para realçar termos, expressões, conceitos e definições que se deseja pôr em evidência. O uso das aspas nesse caso é uma decisão pessoal do escritor:
• Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de “menino diabo”. (Machado de Assis)
• O ministério autorizou o “realinhamento” dos preços.

3 – Para realçar palavras ou expressões irônicas, em sentido figurado e termos populares. Aqui também o uso das aspas é uma decisão pessoal:
• Ele ficou muito “alegre” com a visita da sogra.
— Que é o povo? Um monstro com muitas cabeças, mas sem miolos. E esse “bicho” tem memória curta.

4 – Para destacar títulos de livros, revistas, jornais, filmes, etc. A preferência, no entanto, é grifá-los em itálico:
• A notícia foi dada pelo “Jornal do Brasil”.
5 - Os apelidos e os termos de gíria:    • O “Zezinho” está doente.
32)    USO DO TRAVESSÃO:
* O travessão pode ser usado em função típica de dois pontos para separar dois termos contíguos (próximos) de uma aposição. Trata-se de função sintática que no discurso oral pode ser realizada com o uso de pausas. Exemplo:
Ex: As ciências naturais – Física, Química e Biologia – começaram a se formar ainda na  Antigüidade.
* Intercalações podem ser delimitadas por vírgulas, parênteses, ou então, por travessões. A função aqui é sintática e equivale a pausas do discurso oral. Um exemplo:
Ex: A nossa família saía a recebê-lo; minha mãe era a primeira que lhe beijava a mão. Então o imperador, todo risonho, sem entrar na sala ou entrando – não me lembro bem, os sonhos são muitas vezes confusos –, pedia a minha mãe para que não lhe beijasse – e ela, obediente, prometia que não.
* É possível enfatizar um trecho específico do enunciado colocando-o entre travessões. Efeito similar se consegue usando negrito, itálico, ou, no discurso oral, entonações enfáticas. Trata-se de um uso retórico. Exemplo:
Ex: A culpa – tanta vezes negada – estava agora comprovada de forma cabal.
* Ligar pólos de um itinerário: ferrovia Norte – Sul, ponte aérea Rio – São Paulo.
O uso do travessão se estende também à ligação de termos que formam pólos em outras acepções. Exemplo: rivalidade esportiva Brasil – Argentina, confronto EUA – URSS.
33) USO DA CITAÇÃO:
            As citações são feitas para apoiar uma hipótese, sustentar uma idéia ou ilustrar um raciocínio.  As citações podem ser: 
 Citação direta:  é a transcrição literal de um texto ou parte dele. Pode ser curta - até três linhas – e aparece fazendo parte normalmente do texto ( entre aspas, em fonte 12). Ou pode ser longa - mais de três linhas - apresenta recuo de 4 cm, a partir da margem esquerda, espaçamento simples entre as linhas, fonte tamanho 10 e sem aspas. Exemplos de citação curta:
Segundo Vieira (1998, p.5) o valor da informação está “[...] diretamente ligado à maneira como ela  ajuda os tomadores de decisões a atingirem as metas da organização”.
            Outra forma de apresentar a autoria é no final da frase. Neste caso, o sobrenome aparece todo com letras maiúsculas. Exemplo:      O valor da informação está “[...] diretamente ligado á maneira como ela ajuda os tomadores de decisões a atingirem as metas da organização” (VIEIRA, 1998, p.5).                                                               Exemplo de citação longa:
            Drucker ( 1997, p.16) chama a nova sociedade de ‘sociedade do conhecimento’. Nesta nova sociedade:
O recurso econômico básico – ‘os meios de produção’, para usar uma expressão dos economistas – não é mais o capital, nem os recursos naturais ( a ‘terra dos economistas’), nem a ‘mão de obra’. Ele será o conhecimento. As atividades centrais de criação de riqueza não serão nem a alocação de capital para usos produtivos, nem a ‘mão de obra’ – os dois pólos de teoria econômica dos éculos dezenove e vinte, quer ela seja clássica, marxista, keynesiana ou neoclássica.                                                                                                                                                                                        
Citação indireta: É a reprodução das idéias de um autor ou autores com palavras próprias do autor do trabalho. Por não ser transcrição literal, a citação indireta não é colocada entre aspas nem em parágrafo distinto, devendo-se, porém, indicar a fonte de onde foi extraída.  Exemplo:
            O valor da informação, para os gerentes de uma empresa,  está relacionado com o seu poder de contribuição para  atingirem os metas da empresa (VIEIRA, 1998).
Citação da citação: É a referência a um documento ao qual não se teve acesso, mas do qual se tomou conhecimento apenas por citação em outro trabalho. A indicação é feita pelo nome do autor original, seguido da expressão “citado por” ou “apud” e do nome do autor da obra consultada. Somente o autor da obra consultada é mencionado como fonte. Exemplos:
            Porter (1997 apud CARVALHO & SOUZA, 1999, p.74) considera que “A vantagem competitiva surge fundamentalmente do valor que uma empresa consegue criar para seus compradores e que ultrapassa o custo de fabricação pelas empresas”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário