sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Interpretação de texto


SIMULADO – 2º BIMESTRE – 1º ANO
Professora Karen Schiller
DISCIPLINA: REDAÇÃO                          DATA: ________________
ALUNO (A): ________________________________________________________


JOÃO E MARIA

Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você, além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava um rock para as matinês

Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
E andava nua pelo meu país


Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Vem, me de a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade
Acho que a gente nem tinha nascido

Agora era fatal
Que o faz – de – conta terminasse assim
Pra lá deste quintal era uma noite que
Não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim.

Chico Buarque de Holanda

QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA
QUESTÃO 1 - O tempo desta narrativa é marcado por um agora, que indica uma ocorrência concomitante (simultânea) com o momento da fala. Mas o tempo verbal, em vez do esperado presente (agora eu sou), é o imperfeito (agora eu era). Neste caso o tempo imperfeito indica:
A. (     ) uma impressão de fantasia assim como o “era uma vez...” do universo do faz-de-conta.
B. (     ) tudo que o narrador-personagem já foi.
C. (     ) a realização do sonho do personagem de ser rei e coroar sua amada.
D. (     ) um passado de fantasias em contraste com a presente realidade.
E. (     ) ações realizadas no presente “agora”.

QUESTÃO 2 – A narrativa de Chico Buarque é contada por um narrador:
A. (     ) onisciente seletivo (foco num personagem)
B. (     ) onisciente múltiplo (foco em mais de um personagem)
C. (     ) personagem intruso (não está envolvido na história)
D. (     ) personagem protagonista
E. (     ) personagem testemunha

QUESTÃO 3 – Na narrativa de Chico Buarque, a moça mencionada é vista como personagem:
A. (     ) Plano. Inicia e termina a narrativa sem alteração.
B. (     ) Redondo. Tem profundidade psicológica, é complexo.
C. (     ) Antagonista. É visto como o anti-herói da narrativa.
D. (     ) Protagonista passivo. Participa da narrativa sem interferir.
E. (     ) Protagonista. Visto como herói da narrativa.

QUESTÃO 4 – Na terceira estrofe fica implícito que:
A. (     ) o narrador deixa de ser personagem animado para virar um objeto “brinquedo” de sua amada.
B. (     ) o narrador perde a postura de segurança e controle sobre a situação e assume a condição de alguém que solicita a participação da amada no jogo construído por ele.
C. (     ) a narrativa não terá um final feliz, pois o personagem foi destituído do trono e acabou virando um pobre pião.
D. (     )  o tempo na narrativa passa a ser real, presente. Sem relação com o passado imaginário do narrador.
E. (     ) tanto o narrador quanto sua amada não têm medo das maldades do mundo.

QUESTÃO 5 – Na quarta estrofe há uma mudança de clima. Assinale a alternativa que especifica esta mudança:
A. (     ) Na terceira estrofe o narrador pede a sua amada para não deixá-lo, já na quarta estrofe o clima é de conformação. O personagem assume sua realidade e esquece a fuga da amada.
B. (     ) A quarta estrofe apresenta um clima de euforia, contrário ao clima de desespero presente nas outras estrofes.
C. (     ) Na quarta estrofe, o clima de euforia das duas primeiras estrofes é radicalmente alterado. Segundo o narrador, era inevitável que a brincadeira (faz-de-conta) terminasse como acabou (assim).
D. (     ) A mudança de clima se dá na terceira estrofe, quando o narrador deixa de ser rei. A quarta estrofe só intensifica o desespero do personagem.
E. (     ) O clima presente na quarta estrofe é o mesmo apresentado nas duas primeiras. A mudança se dá na terceira estrofe.

QUESTÃO 6 – “Pra lá deste quintal era uma noite que não tem mais fim”. A forma “era” (imperfeito) indica um evento concomitante com a forma “tem” (presente). Sob o ponto de vista do plano da realidade e do plano da ficção, interpretamos essa aparente contradição da seguinte forma:
A. (     ) No plano da ficção é noite em seu quintal e ele espera que a realidade não traga o sol.
B. (     ) Longe de seu quintal é noite, mas na ficção faz sol em seu quintal.
C. (     ) O plano da ficção estende-se ao plano da realidade.
D. (     ) No plano da ficção era noite que não tinha fim mas no plano da realidade a noite tem fim.
E. (     ) “Lá” refere-se a ficção vivida por ele, onde a noite não tinha fim, o quintal, o traz para realidade clara e ensolarada.

QUESTÃO 7 – O motivo que leva o narrador a perguntar: “o que é que a vida vai fazer de mim” é:
A. (     ) a falta de controle da situação e dos acontecimentos, pois já não consegue viver longe da ficção, onde sua amada não fugia.
B. (     ) a preocupação com o futuro real.
C. (     ) a preocupação com o que acontecerá com ele na ficção.
D. (     ) o final do faz-de-conta.
E. (     ) a falta de controle da situação real, pois já não consegue viver longe da fantasia, e a falta de controle dos acontecimentos na ficção, pois não consegue impedir o abandono da amada.

QUESTÃO 8 – A compreensão global do texto autoriza-nos a firma que:
A. (    ) o mundo da ficção é mais favorável do que o da realidade, já que um não interfere no outro.
B. (     ) entre a realidade e a ficção é preferível a realidade, já que sobre ela nós temos controle.
C. (     ) entre a realidade e a ficção não existem fronteiras tão definidas, já que dados de um plano podem reproduzir-se no outro.
D. (     ) o medo da realidade nos impede de desfrutá-la.
E. (     ) nada existe fora do domínio da fantasia.

Um comentário:

  1. Ola professora Karen muito legal essa sua avaliação. Por acaso você não teria o gabarito? srsrs
    Abraços
    Elisangela

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