sábado, 9 de março de 2013

Melhorando o ensino da redação


                    COMO PODE SER MELHORADO O ENSINO DE REDAÇÃO NA ESCOLA?

         Constatado, por meio de redações de vestibulandos e de avaliações diagnósticas, o desempenho ruim dos alunos no que tange ao domínio da produção escrita, faz-se necessária uma adequação dos parâmetros curriculares, da gestão escolar e da metodologia do professor em prol do desenvolvimento da competência comunicativa do aluno, que é o principal objetivo do ensino da língua materna.
         Há pouco tempo tínhamos o estudo da gramática isolado da redação escolar. A nova concepção de ensino da língua trouxe um ganho enorme para a prática da redação. Hoje, trabalhamos a lingüística textual - que nada mais é do que a aplicação da gramática na prática, ou seja, na produção de mensagens expressivas que possibilitam ao aluno participar da sociedade de maneira ativa e crítica - dando a estas a coesão e a coerência necessárias à unidade de sentido.
         Se o estudo da língua mudou, antes foi porque os parâmetros curriculares mudaram. Sendo assim, por que ainda persistem, professores, coordenadores e diretores, no ensino arcaico da língua? Não responsabilizo apenas o docente porque, muitas vezes, os mesmos são cobrados pela gestão administrativa da escola a apresentar conteúdo puramente gramatical em seus planejamentos, que devem constar nos cadernos dos alunos – e se estes não estiverem cheios de conteúdos... “o professor não passa matéria”, “o professor não ensina nada”... – Como se encher o quadro com regras de acentuação fosse melhorar o desempenho do aluno na escrita!
           A verdade é que há uma lacuna muito grande entre a teoria e a prática. Muda-se o plano de ensino, mas a metodologia continua a mesma. Continua-se ensinando as regras de uso da língua, em vez se ensinar o uso eficaz desta. O despreparo do professor para o trabalho com a gramática internalizada e reflexiva, inerentes às expressões orais e escritas, impede a integração das práticas pedagógicas de leitura, de interpretação de texto e de gramática, prejudicando a competência comunicativa do aluno.
         Partindo da premissa que o ensino da língua é uma unidade, em que articulam-se gramática, interpretação de texto, leitura e  escrita; é preciso  repensar as técnicas utilizadas pelo professor no processo de ensino-aprendizagem da produção textual. Para tanto, é preciso reconhecer as falhas nesse processo. Serão os temas escolhidos que não atraem os alunos? A maneira como são apresentados? A forma de cobrança da escrita? A postura do professor? A sequência das tarefas? A falta de diálogo? O tempo utilizado? A falta de preparo do professor? A ausência de pré - requisitos para a tarefa exigida? Enfim, assinalam-se os erros para então corrigi-los.
         É imprescindível para a melhora do ensino de redação na escola, que o professor mantenha o foco na competência comunicativa do discente. Desta forma, será mais fácil avaliar a qualidade de suas aulas e adequar o método de ensino às necessidades dos alunos.
Karen Schiller 

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