quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Um novo olhar sobre o ensino da gramática



O ensino de língua portuguesa vem tomando nova forma. Basta ver o tipo de questões abordadas em avaliações nacionais importantes para comprovar isso. Todos os olhos estão voltados para as competências e habilidades adquiridas na escola. A reflexão e a crítica ganham espaço nas salas de aula. A gramática internalizada do aluno é valorizada e ampliada através da gramática reflexiva e de uso. Essa nova visão de ensino da língua materna exige, pois, algumas mudanças.
O professor, antes detentor e transmissor do saber, passa a ser o facilitador da aprendizagem, o desafiador; e o aluno de sujeito passivo passa a sujeito interativo e ativo no seu processo de construção de conhecimento.
A gramática normativa cede espaço à gramática internalizada do aluno, o que requer mudanças na didática e metodologia do professor. O objetivo da escola não é formar gramáticos, mas cidadãos críticos e ativos na sociedade; para tanto é fundamental que o professor contribua para o desenvolvimento da competência comunicativa do discente, tendo o texto oral e escrito como base para o ensino da gramática, valorizando nesses a competência lingüística do aluno.
Pensando nessa nova perspectiva de ensino da gramática proponho aulas que trabalhem com os elementos coesivos, que nada mais é do que o uso da gramática em prol do desenvolvimento da competência comunicativa do aluno.
Num primeiro momento faz-se a leitura do texto “circuito fechado”, de Ricardo Ramos. Texto entregue a todos. Logo após, lança-se a pergunta: “O que vocês entenderam do texto? Sobre o que fala? É possível identificar os elementos presentes no texto? Personagem? Espaço? Tempo? Ação? Que tipo de texto é esse? Qual o gênero utilizado pelo autor? Como é a estrutura do texto? Quantas classes de palavras ele utilizou? Há conectivos entre as frases e os parágrafos? O texto faz sentido? Ele possui coerência? E coesão?
Esse seria o momento de abordar a função dos recursos de coesão no texto, bem como apresentar alguns exemplos de conectivo e explicar que embora o autor tenha lançado mão desses, são eles que fazem a costura das frases, que possibilitam a formação de um texto como unidade de sentido. Importante ressaltar aqui a diferença do texto literário para o texto usado para a comunicação diária.
Feitas as devidas observações sobre o texto de Ricardo Ramos, é hora de propor ao aluno que reescreva o texto usando verbos, adjetivos, advérbios, conjunções, preposições, enfim, todas as classes de palavras que ele achar necessária para costurar o texto; mantendo os elementos da narrativa e a ordem cronológica dos acontecimentos.
Seria interessante pedir ao aluno que acrescentasse:
- o nome do personagem
- suas características físicas e psicológicas
- um conflito
- um clímax
- um desfecho
Material extra: Textos com o uso de conectivos bastante evidentes ajudariam na compreensão da coesão textual, assim como textos com os mesmos elementos coesivos, porém sem coerência; colocariam em evidência a importância do uso correto do conectivo para o sentido do texto.

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